sábado, dezembro 31, 2005

Dia especial (e as primeiras horas de 2006)

O último dia do ano. É, para mim, um dia de completo egoísmo. Dizem por aí (eu incluído, muitas vezes) que é um dia de resoluções importantes. Diz-se, mas não é. Para as difíceis resoluções, as fáceis, as importantes, as de menor importância, as que não aquecem nem arrefecem, sobram dias no ano inteiro, na vida inteira. Hoje sou homem de um dia só.
Desculpem-me os caridosos, que dedicam este dia à esperança de um ano novo e benevolente para um Mundo inteiro que não se interessa, ou os previdentes que se enchem,hoje, de planos e promessas de melhoria pessoal. Desculpem-me os vingativos, que querem tirar do ano que agora cai sobre nós, tudo aquilo que o ano que agora se encolhe no fundo da gaveta não forneceu. Desculpem-me todos, mas o ano tem muitos dias, e este é meu.
Decretou-se que é dia de festa, que o novo ano tem que vir embrulhado em estrondos coloridos e regado com espumante. Seja. Dobram-se regras, algumas ignoram-se, visto o "smoking" e mergulho no ano novo como se ele não fosse existir.
Dias, há muitos, e este é meu. (Conto as 24 horas a partir de agora, hehehe)
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FELIZ ANO NOVO!!, e cuidado com as entradas...

Último "link" do ano

O último "link" do ano de 2005 vai para o fresco blogue do amigo vasconovais (colaborador, tal como eu, do blogue "O Pátio da Cerveja"), "o vasquinho sou eu...". Ainda não o tinha referênciado porque ainda não tinha mais do que um "post" escrito. Como já vi mais qualquer coisa por lá publicada, e o conteúdo me divertiu bastante, decidi que valia a pena uma referência a este fresquíssimo blogue, que é "u m b l o g s e m c o n t e ú d o e s e m o r i g i n a l i d a d e.", nas palavras do autor.
Se continuares assim tens em mim um leitor assíduo, amigo Vasco.

quarta-feira, dezembro 28, 2005

Continuando...

Imaginemos que o sindicato dos jogadores resolvia obrigar os clubes de futebol a um contrato colectivo com todos os seus jogadores. Os jogadores que trazem uma mais valia desportiva e comercial, ou só uma das duas, ao clube e à equipa, ganhariam o mesmo que o jogador de menor valor.
Todos perderiam. Os jogadores de melhor qualidade iam-se embora, para clubes onde lhes pagassem mais, ou baldar-se-iam nos treinos e nos jogos. Ser-lhes-ia suficiente serem jeitosos. Os clubes baixariam bastante os seus ordenados, perdendo mais jogadores, para não pagarem demasiado aos futebolistas menos valiosos, e aqueles jogadores que estão sempre na dúvida ficariam desempregados (porque os clubes não baixariam assim tanto os ordenados, ou o ordenado comum). E os jogadores mais novos jogariam por menos, como estagiários...
O jogador de futebol valoriza-se pelo preço que o seu passe pode atingir e pelo ordenado que consegue que lhe paguem. O operário valoriza-se com uma pancadinha nas costas, quando não é reprimido por se esforçar mais que os outros, por fazer subir o padrão. Eu próprio já fui obrigado a fazer um trabalho inferior àquilo de que me sei capaz para não fazer subir a fasquia aos outros. Só não me importunei mais porque não recebia nada pelo trabalho, e o mérito seria sempre a repartir por mais pessoas. Mas senti-me de pernas cortadas.
Quem ganha bem é porque tem cunha, ou rouba. Quem ganha pouco é por ser oprimido, ou roubado.

terça-feira, dezembro 27, 2005

Justiça social vs igualdade social

Todos quantos defendem a justiça social como sendo um caminho para a igualdade social partem, deduzo, do pressuposto de que somos todos clones uns dos outros e produtos da mesma formação, com personalidade e capacidade de produção comuns. Mas não somos. Somos antes uma mistura variadíssima de individualidades diferentes.
Se assim é, alguns produzem mais e/ou melhor que os outros. Daqui formo a minha opinião, de que a igualdade social é, na verdade, socialmente injusta. É tudo uma questão de mérito.

Adivinhei...?

Escrevo, finalmente, da Pérola do Atlântico onde nasci e onde vim passar o fim-de-ano com a família paterna, devidamente enquadrado com o fogo-de-artifício. Mas não é disso que quero falar (outras oportunidades surgirão).
Escrevi, sábado passado, o texto "Pergunta exasperante", queixando-me da questão das facturas "opcionais", encrustadas nos (maus) hábitos nacionais. Pareço ter adivinhado que, dois dias depois, o Governo anunciaria que as facturas sobre valores superiores a 9,98 euros passam a ser obrigatórias... Já não o eram?!
Surge, assim, uma medida redundante. E quem vai fiscalizar? Quem mais interesse tem em fazê-lo, o contribuinte consumidor, não o fez até agora... A lei já existente é melhor (não distingue quantias), faça-se cumprir.
Medidas destas não passam de propaganda.
O único benefício (para o consumidor, não para o contribuinte) que ali vejo é o corte que os preços que excedam em alguns cêntimos aquele valor, só para se fingir que se pode não passar factura.

sábado, dezembro 24, 2005

FELIZ NATAL!!!

Pergunta exasperante

_ "Deseja factura?" _ é a pergunta que os Portugueses já se habituaram a ouvir e, infelizmente, aceitam que se pergunte, mesmo sabendo que a factura é obrigatória. Dá-me vontade de responder com uma pergunta: "Deseja cobrar-me lucro?"

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Não faças aos outros...

Marques Mendes acusa Sócrates de não cumprir as suas promessas. Além de, pessoalmente, ficar aliviado por não terem sido cumpridas algumas delas (e espero que não venham a ser cumpridas), já outras não se podem cumprir de um dia para o outro. A subida dos números do desemprego, por exemplo, tendência que o Eng. prometeu inverter, não é coisa para um ano. Vai mal, pode até ir pelo caminho errado, mas só no fim se pode falar com tanta acutilância. Fiquemo-nos, por agora, pelo questionar das medidas tomadas, por exemplo.

Caricatura

Soares disse, nos Açores, que o sucesso que Cavaco publicita dos seus tempos de Primeiro Ministro se devem a ele, que ele é que era o Presidente da Junta... perdão... da Repúplica. Nem ao menos divide os méritos! No entanto, diz que o papel de PR não é o de Governar... Afinal, em que é que ficamos?

quarta-feira, dezembro 21, 2005

"Elegância" de Soares

Soares disse, sobre Cavaco: "Ele só fala com as pessoas de economia, porque se se falar de outras coisas, ele cala-se.". Cavaco é, portanto, um burro. "Ele não tem conversa" é, na opinião de Soares, que cuspiu esta frase, uma apreciação política.
Formação, dr Soares... formação.

Soares é um génio!

Pelo menos, é o que ele diz. E também diz que Cavaco não tem formação. Talvez pela sua origem humilde, ao contrário da educação de colher dourada de Soares, ou por não ter tirado um curso de História e Filosofia.
Por aqui deduzo que Soares gosta do que vê no espelho (e pouco mais vê além disso), e que quem não teve curso pago, nem tirou um curso de filosofia (como eu não tirei), é um ser de índole inferior.
Posso estar enganado, mas quem tem formação, não fala por cima dos outros, nem em debates televisivos.
Reafirmo: não gosto de Soares.

O tempo é curto e a palavra longa

A falta de tempo, nesta época plena de afazeres, principalmente tendo família aqui no Porto a limitar-mo mais ainda, obriga-me a deixar a actualização dos meus devaneios demoníacos para segundo plano. Mas resistirei à tirania apressada dos ponteiros, nem que para isso tenha que alongar as minhas insónias!

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Palavras incoerentes

Chumbita Nunes, presidente do Vitória de Setúbal, diz que Norton de Matos nem se despediu, nem foi despedido... Antes rescindiu o contrato. (!?)
Mas quem está errado sou eu, ao tentar encontrar coerência no mundo do futebol lusitano...

domingo, dezembro 18, 2005

Candidatura de alto risco

Para Soares, a candidatura de Cavaco é de alto risco para Portugal. Concordo. Cavaco quer negociar com terroristas que já declararam não admitir negociações. Cavaco quer forçar o governo a voltar atrás nas suas políticas de revitalização económica (embora fracas e deslocadas , em alguns casos) e de redução da despesa pública. Cavaco quer ser presidente por que sim. Ah! Esperem! Esse não é Cavaco!...
...
Alto risco, porquê? Que obscuras forças se posicionam ao lado de Cavaco? (Lembro que Cavaco nunca teve o seu nome mencionado em casos de tráfico de armas e diamantes internacional, nem em casos de corrupção e cobrança de favores...)

Ainda com a discriminação das mulheres

O cavalheirismo não é uma forma de discriminação e de paternalismo?

Comentários do "post" das nacionalizações

Ao texto "Nacionalizações", que escrevi neste blogue, dois amigos meus entraram em discussão comigo, o ZP e o Abtúrsio. Ao primeiro comentário do ZP, acho que já respondi, e dou-me por satisfeito. Como essa resposta gerou outras, e vi-me obrigado a responder-lhes, achei que valeria a pena responder de forma mais visível, relançando a discussão.
O Abtúrsio começa por dizer que, apenas por pertencerem ao estado, as empresas perdem competitividade (não transcrevo porque este meu amigo, apesar de saber escrever melhor, não se dá ao trabalho de relêr o que escreveu. Sendo assim poupo-o à crítica de quem não o conhece, pedindo desculpa por algum pormenor que interprete mal). Não perdem competitivedade... perdem competição. Como é possível a uma empresa privada competir com uma empresa que, além de muitas vezes protegida, ainda tem injeções de capital do estado sempre que tenha um mau desempenho? E sem competição, qual é a empresa que faz por servir melhor o consumidor? O Abtúrsio também se apraz com o emprego pleno, estatal. Quanto a esse comentário (saúde incluída) penso que o "post" original esclarece bem o meu ponto de vista, no excerto que começa com a explicação "Mas um patrão que tem em vista apenas dar emprego esquece-se do lucro, muito difícil numa empresa em que ninguém precisa de produzir para manter o emprego.", continuando a explicar as consquências que prevejo (a ler no original, se a vontade for essa).
No segundo comentário do ZP, este diz que "A manipulação de preços por parte das empresas é proibida mas é nítido que é práctica comum em Portugal! Aliás é só recordar como há bem pouco tempo foram multadas uma série de companhias farmaceuticas por fazerem isso!". E isto é argumento em favor da privatização? Antes pelo contrário! Aquilo que é ilegal não pode ser exemplo, nem positivo nem negativo! Além disso, uma companhia estatal como a TAP, faz uma manipulação de preços legal, porque sancionada e protegida pelo estado, nas viagens entre Portugal continental e a Região Autónoma da Madeira, por não ser permitido a mais nenhuma companhia fazer estas linhas. Se o ZP é contra a manipulação de preços, não pode estar de acordo com isto. A única coisa que posso dizer em relação às cartelizações de que ele fala, é que se devem investigar e condenar. Além de que, ficará a saber o meu amigo ZP se ainda não sabe, os farmacêuticos Portugueses gozam de uma protecção férrea. Eu não posso ser dono de uma farmácia, porquê?! E as maiores cartelizações são feitas a partir das Ordens...
Quanto aos recursos estratégicos de que tanto fala o ZP, pode sempre acautelar-se os interesses nacionais, com a manutenção de acções por parte do estado, mas evitando-se a intervenção. Não se pode admitir que essas empresas sejam geridas como fazendo parte do estado (não poucas vezes, do governo), com as nomeações políticas e tudo o que isso acarreta.
A competição só ajuda a que nos superemos. Isso é mau?

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Marosca

Pode não ser, mas que cheira, cheira...

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Alegre e as mulheres

Manuel Alegre e seus apoiantes dizem que ele é o único candidato a PR que fala sobre as mulheres. Referem-se, obviamente, só aos candidatos Cavaco, Soares, Sousa e Louçã, já que conto pelo menos duas candidatas, uma das quais a poucas assinaturas do mínimo exigido, Manuela Magno (não sei em que pé está a candidatura de Carmelinda Pereira). Uma mulher representará melhor o eleitorado feminino, digo eu. Mas não é este o assunto que quero discutir.
Na minha modesta opinião, Alegre é que está a discriminar as mulheres. Separar-se o eleitorado por género sexual é, só por si, discriminatório. E a paternalização das eleitoras, com a mãozinha (retórica, esta mãozinha. Não acuso Alegre de assédio) sobre a cabeça, em jeito "coitadinha, é mulher", também não é muito positiva para as mulheres que se afirmam sem exigências especiais relativas ao seu sexo (exceptuando, claro, as exigências que à biologia dizem respeito).
Devo dizer que não me agrada, sequer, que nos artigos que a nossa Constituição consagra aos direitos do cidadão, seja constantemente reafirmado o mesmo direito para as mulheres. Será que elas não são cidadãos, e como tal precisem de ter alíneas de salvaguarda?

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Nacionalizações

Jerónimo de Sousa pretende que se pare a dinâmica de privatizações dos últimos governos. Não é de espantar. Até imagino que por ele, ou qualquer outro comunista, se nacionalizava tudo de novo. E para quê? Porquê? Não posso senão deduzir, a partir daquilo que tenho entendido dos rumos políticos que defendem os comunistas Portugueses.
Em primeiro lugar, deduzo que seja para acabar com os ricos e as famílias do capital que, segundo eles, têm mais dinheiro que a média, aparentemente sem trabalhar. Não entendem os comunistas nacionais que nem todos os que fazem fortuna, o fazem de forma ilegal. Com exploração do proletariado, talvez, mas não podemos dar à palavra exploração uma conotação negativa neste caso. Os grandes empresários exploram as suas ideias e os benefícios risco que assumiram, as ideias daqueles que são pagos por eles para as ter, e o trabalho, mais ou menos manual, mais ou menos especializado, daqueles que também para isso são pagos. Se o operário não o quizer ser, que assuma ele o risco. Não ter capital é uma desculpa fraca, já que todos temos, no mínimo, capital humano. Somos indivíduos com ideias únicas.
Por outro lado, posso arriscar que se pretende o emprego pleno. Com o estado como patrão, pode inventar-se trabalho para todos. Mas um patrão que tem em vista apenas dar emprego esquece-se do lucro, muito difícil numa empresa em que ninguém precisa de produzir para manter o emprego. Cortar nos gastos reduzindo os salários seria a solução mais fácil, já que até o gestor da empresa se acomoda ao posto, sem ameaça de falência (a não ser que esta seja a do próprio Estado). Seria o fim da concorrência, que nos faz correr mais depressa numa pista de atletismo, por exemplo. A ambição seria reduzida à política, pois os patrões decidem o seu próprio salário... Verdade? O Estado caíria em depressão, tanto económica, como política, e até psicológica, sem nada por que lutar.
Já agora: ouvi na rádio, há uns dias atrás, noticiar-se um estudo europeu em que os Portugueses foram retratados como aqueles que menos querem assimir o risco de serem o patrão. Preferem que os outros o assumam, e que lhes dêem emprego. É uma questão de níveis de responsabilidade.
(Não me afirmo, nem posso, como um exemplo de responsabilidade. "Faz o que eu digo, não faças o que eu faço". Ehehe)

Ainda na senda das sugestões

Aplaudo o texto de Tiago Mendes no Aforismos e Afins, "Sobre a pena de morte".

Mais uma sugestão

O texto "Sobre a privatização da segurança social", pelo AMN do A Arte da Fuga, descreve uma opinião muito próxima da minha.

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Sugestão de leitura

Já a Joana do Semiramis, escreve sobre o "Estado Social Irlandês".

A ponta do iceberg... ou das cruzes

Ontem, ao entardecer, dei por mim a olhar para a decoração natalícia colocada na fachada de uma escola primária onde se ensinam Portugueses, e dei por mim a pensar nas famigeradas cruzes, ou na questão do simbolismo religioso nos estabelicimentos do estado, que é laico. No meio da batalha sináptica que se desenvolvia no meu córtex cerebral, aquela vela enfeitada com duas folhas de azevinho e uma ou outra bola moldadas em tubos luminosos em amarelo verde e vermelho, respectivamente, afigurou-se-me claramente como um símbolo religioso. Não que uma vela com azevinho e umas balas vermelhas seja, obrigatoriamente, um símbolo religioso, mas são símbolos inequívocos de uma festa religiosa: o Natal.
E assim me deixeir ir em imensas extrapolações que daí nascem. Um estado laico não deve ter nas ruas, à custa dos dinheiros públicos, símbolos religiosos ou alusivos a festas religiosas. Umas luzes simples, ou que formem imagens como naus e caravelas, podem ser decorações alusivas ao Reveillon, mas os nossos concidadãos e imigrantes de religiões que não comemoram o nascimento de Cristo não devem ver os seus impostos gastos em figuras especificamente ligadas ao Natal. Nem devem aparecer tais alusões em tudo quanto seja estatal ou autárquico, como as ruas ou os edifícios (à excepção dos privados), ou até mesmo nas televisões ou rádios do estado.
E quem se queixa dos crucifixos nas escolas deve defender, além do que acabei de apontar, que se eliminem todos os feriados religiosos que se espalham pelo ano neste nosso Portugal. Se é laicismo que queremos, exijamos laicismo em tudo o que seja oficial. Ou será que o cinismo é assim tanto?
Só não admito que se proíbam as pessoas de usar os seus símbolos religiosos, porque por aí já se atenta contra direitos individuais.

A agressão

No jornal Público lia-se que "Mário Soares foi insultado e agredido esta tarde em Barcelos por um ex-combatente da guerra colonial, que acusou o ex-Presidente de apoio aos antigos movimentos independentistas africanos.". Mário Soares diz que o sr. aparenta ser atrasado mental. Só pode ser, para não vergar as espinha à imaculada magestade do herói nacional que queimou a bandeira nacional, enquanto tomava chás e fazia negócios com François Miterrand e companhia.
A agressividade do suposto ex-combatente saiu muito fora do aceitável, mas daí a chamá-lo de atrasado mental...

domingo, dezembro 11, 2005

Mais velho

Estou hoje um ano mais velho. Faço 29 anos neste dia onze de Dezembro, sou sagitário e dragão (1976 foi ano do dragão). Ainda procuro, assustado, diferenças que anunciem a vinda próxima dos redondos trinta, mas nenhuma transparece. Ainda sou um rapazola de vinte e poucos, de cabelo comprido e falta de pachorra para fazer a barba.
A maoir diferença vem de trás, de há já sete ou oito anos. A falta da comida da mamã, numa Ilha distante, fizeram-me comer mal em qualidade (porque em quantidade ninguém pode dizer que coma mal...). Também passei, com a vinda para a faculdade, de duas a quatro horas de exercício diário para uma hora semanal (um joguito de futebol ao fim-de-semana). Engordei. Envelheci físicamente, um bocadinho.
Mas ninguém sinta pena! Tenho espírito jovem, há quem me classifique de Peter Pan. E o aumento da actividade desportiva, com dois ou três jogos de futebol semanais e umas horitas de ginásio já pararam o aumento periférico abdominal. Falta agora começar a diminuir...
Parabéns a todos quantos hoje comemoram o aniversário!

sábado, dezembro 10, 2005

Mahmoud Ahmadinejad, o iluminado

Que o Holocausto não foi a maior das matanças em massa por que passou a Humanidade, não tenho nenhuma. Mas que o evento histórico existiu, não tenho muitas dúvidas, amigo Mahmoud, nem de que foi uma ideia própria de fraca moral. Foi uma ideia parecida com as daqueles que agora pretendem empurrar um povo inteiro para o mar, como os seus amigos do Hammas. (Mas é a opinião dele, e por mais que se discorde, não podemos proibí-lo de a ter, nem de a publicitar)
Agora, transferir Israel para a Europa, mais ainda para a Alemanha e/ou a Áustria, não deixa de ser uma piada irónica, de um surpreendente e perspicaz humor. Não será que o grupo do Gato Fedorento lhe anda a escrever os discursos?
A verdade é que a primeira ideia dos Americanos era algo no género. Tentaram impingir os Judeus a Salazar, para que os metesse nos Açores. Salazar mandou-os, obviamente, darem uma volta ao bilhar grande. (Aliás, não haverá muito mais espaço por terras do Tio Sam?)

Sempre a bater no mesmo (confesso)

Soares queria debates de intervenção directa, de interrupções e altercação. Prova a pequenez do homem que se sente melhor com a quezília.

E continua...

Agora Soares diz que Cavaco e Alegre são cínicos por não se considerarem candidatos partidários. Cavaco é apoiado por dois partidos, como Soares é pelo PS. Se Soares se diz supra-partidário, Cavaco tambáem o é. Mas... Qual é o partido que apoia Alegre?! O POUS já desistiu da candidatura de Carmelinda Pereira?

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Logicamente, tem razão

Mário Soares tem razão quando se diz um candidato totalmente independente. Soares só tem um partido: o seu ego.
O PCP e o MUD clandestinos do tempo do estado novo, e o PS nunca passaram de instrumentos de insuflação do seu enorme ego. (Poderia lembrar outras suspeitas de uso para esses instrumentos, mas não as posso provar. Por isso, calo-me)

Foi diferente... Ou talvez não?!

O debate entre Cavaco e Alegre foi chôcho, nas palavras de Soares (os comentadores e jornalistas preferiram classificá-lo de morno). Por não haver muito confronto, interrupções inoportunas, ou altercações de espécie alguma. Por ter sido... cordial.
O debate de Soares e Jerónimo foi o quê? Não o vi, mas vejo que o descrevem como... cordial. Afinal, em que ficamos, Dr. Soares? É mau nos outros, mas consigo é bom?

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Falar sem pensar

Um jornalista da RTP, ao falar do relvado da Luz para o jogo Benfica - Man. United: "O relvado não está nas melhores condições, mesmo assim está em condições óptimas para a prática do futebol". E depois admiram-se que o jornalista desportivo seja mal-visto...
Adenda:
"...estas condições poderá, poderem criar situações de perigo à saúde dos alunos." dizia uma investigadora da Universidade do Porto, sobre as condições do ar nas salas de aula. Concedo que o "poderá, poderem" seja uma hesitação própria de quem fala para as câmaras sem estar habituado, mas nenhuma das hipóteses experimentadas pela senhora estaria correcta... E querem eles acabar com os exames de Português para acesso ao ensino superior (exceptuando para as áreas de humanísticas e letras).
Devo dizer que fui contra a abolição da mal afamada PGA (Prova Geral da Acesso, para quem não se lembra).

terça-feira, dezembro 06, 2005

Seis de Dezembro

Caminho lado a lado com a mesma mulher há já nove anos. Por entre altos e baixos, aguentamo-nos um ao outro, presos por uma amizade profunda e sincera. Além de ser a minha melhor amiga, ela é a mulher mais sexy que eu conheço.
Dedico-lhe um texto no Caretas, e não me inibo de escrever, para quem quiser ler, que a amo.

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Preocupações

O JCS do Lóbi do Chá levanta uma questão que me suscita um sorriso que tenta afastar a dúvida mais séria.

domingo, dezembro 04, 2005

Esquizofrenia

Tanto Louçã, como Jerónimo de Sousa, o confirmam: Não estão na corrida para a Presidência da República. Candidatam-se para fazer campanha.
Em que é que isso beneficia a eleição do próximo PR? Em nada. Têm ambos os mesmos dois objectivos pouco presidenciais: não perder tempo de antena, por alturas da campanha, para dizer mal do Governo de Sócrates; e ajudar derrotar o enviado do demónio dextro, Cavaco Silva.
Sendo assim, candidatam-se contra o Governo, e a favor do PS... Ou de Manuel Alegre, deputado do PS.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Fascismo (obrigado ZP)

Ao ler os comentários, feitos ao "post" anterior, informativos e documentados do meu bom amigo ZP (um dos que me chama de facho, na brincadeira, acho eu), senti a informação mexer com a minha buçalidade demoníaca de troglodita de direita (um pequeno pleonasmo, na visão de Louçã. Espero que deculpe). Descubri, cheio de espanto, que fascismo não pode ser definido como sendo de direita(!) (ui, que surpresa...). Senão, vejamos:
Na definição mais restritiva apresentada, fascismo só existiu com e por Mussolini. Sendo assim, nenhum outro regime, totalitário ou não, de direita ou não, pode ser atirado para o mesmo saco.
E considerando como fascista o nazismo de Hitler, vemos uma brecha na outra definição. Reza a História que o jovem Hitler era de esquerda, tendo tido parte activa no regime comunista que surgiu na Alemanha no período que se seguiu à IIª Guerra Mundial, representando os militares no conselho da comuna da sua zona. Podia ter mudado de ideias, como muitos jovens comunistas, que crescem e amadurecem, deixando as ideias utópicas para trás, mas não. O partido pelo qual foi eleito era de esquerda nacionalista, o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães (O termo Nazi é uma contração da palavra alemã (NA)tionalso(ZI)alist). E é falta de honestidade dizer-se que o racismo é exclusivo da direita...
"Fascism generally attracted political support from big business, landowners, and patriotic, traditionalist, conservative, far-right, populist and reactionary individuals and groups.". Patriotas são tanto de esquerda como de direita, e os conservadores, na China ou em Cuba, por exemplo, são os comunistas. O populismo é visto em Portugal como sendo de esquerda, apesar de eu também achar que existem exemplos populistas em ambos os lados da "barricada". Os reaccionários na Rússia de há dez anos (quem sabe se hoje em dia não andem por lá, ainda), eram os saudosistas do regime soviético.
"The broadest definitions, on the other hand, may include every authoritarian state that has ever existed. Fascism is always associated with a very high degree of nationalism, and, after it attains political control of a country, involves a powerful, dictatorial state that views the nation as superior to the individuals or groups composing it. Fascism also typically calls for the regeneration of the nation and uses populist appeals to unity". Esta parte da definição, parece apoiar a minha visão da ambivalência do fascismo. Todos os regimes autoritários... de esquerda ou direita, certo? Um alto grau de nacionalismo envolvendo um estado ditatorial, que considera a nação acima do indivíduo descreve bem o Estaline-Leninismo.
E o segundo comentário do ZP ao "post" "Tenho mais uma alcunha" descreve bem todos os regimes ditatoriais que por aí apareceram, e aparecem (veja-se o regime de Chávez, na Venezuela. Falta pouco), à excepção do excerto "and often race", em que a palavra que se traduz por "muitas vezes", retira certeza a este pormenor da definição.
Dito isto, não posso deixar de constatar que não sou fascista: Sou contra um estado autoritário, cuja constituição me impõe um programa político com o qual não concordo. Sou contra um estado que retira ao indivíduo o direito a escolher a obra de caridade que pretende apoiar. Insurjo-me com frequência contra os regimes que não permitem reconhecer o mérito individual com negociações laborais obrigatoriamente conjuntas, abafando a vontade de melhorar individualmente, a ambição de cada um, em favor do todo. Sou contra os regimes que usam a cultura como meio populista de distrair os votantes, e de manter as hostes publicamente visíveis e potencialmente perigosas de barriga cheia e contentes.
Onde é que eu já ouvi falar disto?
Post Scriptum: Mais uma vez, obrigado ZP!

Tenho mais uma alcunha

Por não gostar da generalidade das ideias políticas daqueles que se elevam com orgulho por se intitularem de esquerda, em Portugal, verdadeiros paladinos da moral e heróis da liberdade (porque parece que ninguém, além dos comunistas e socialistas, se opôs à ditadura do Estado Novo), resolvi declarar-me de direita. Na faculdade, já me chamaram de fascista, uns por brincadeira, outros por me ouvirem dizer mal do PREC. Nunca se lembraram de me chamar de reaccionário. Como ainda ninguém me explicou exactamente o que é que define um fascista, desses que personificam Satanás e por isso não têm direito a opinião, nunca soube bem se me depreciavam.
Agora é a vez do dono absoluto da verdade e da justiça, social ou não, o Dr Francisco Anacleto Louçã, me atribuir uma alcunha. Atribuiu-a a toda a direita em que me incluo, sem-vergonha que sou. Apelidou-me de troglodita. Humildemente, agradeço.