domingo, dezembro 24, 2006

Feliz Natal!!

Já em Portugal, sem ligação à internet, e tendo-me esquecido de informar os potenciais leitores deste blogue da minha já comprovada ausência, quero desejar a quem ler esta página um Feliz Natal.
A partir de terça-feira estarei de volta à ilha mais bonita do mundo e com ligação permanente à dita internet. Terei oportunidade de ser mais frequente nas minhas verborreias bloguísticas. Acautelem-se os mais incautos!

terça-feira, dezembro 12, 2006

Proper behaviour, my ass

Diz-se dos Britânicos, especialmente dos Ingleses, são viciados na etiqueta e boas maneiras. De tal forma que um Português menos atento pode fazer figura de urso. Por sorte, além de avisado, vou-me lembrando por aqui da educação que recebi, das lições de etiqueta que fui tendo da minha mãe e de uma tia (principalmente), entre calmas conversas e ocasionais puxões de orelha. Devo dizer que não me preocupo muito com isso em Portugal, mas por terras de Sua Majestade vou derramando alguma etiqueta aqui e ali.
Mas agora que vejo os tipos ao vivo e no seu aquário, começo a achar que eles são mas é uns cínicos de primeira água. Os Galeses são simpáticos e brincalhões, sempre entre cerveja e cidra, mas no momento correcto são educados o quanto baste. Já os Ingleses que por aqui vejo, de peito inchado e soberba na barriga, são barulhentos (bebem duas pints e já ninguém dorme na residência), não sabem usar a sanita (como é que ainda algumas bombas da RAF acertaram no alvo, começa a ser um mistério para mim), e acham que todas as mulheres têm que lhes cair aospés com um apalpão espontâneo na nádega. Dizer que são uns porcos é uma ofensa grave até para o mais rijo dos javalis. São Ingleses!
São distantes, frios e carregam famílias reais inteiras na barriga, mas dêem-lhes uma hora num bar, e já apalpam tudo (literalmente), e esquecem a etiqueta. Em vez de etiqueta, e principalmente no caso dos mais jovens, seria mais correcto dizer-se que eles têm post-its. Descolam com o suor derramado pela força exercida para levantar uma caneca.
Bem comportados...? Cínicos! Duas-caras, como bem diziam os índios Norte-Americanos.

Ontem fui beber uma pint ao meu pub favorito pelo meu trigésimo aniversário. Bebi duas e meti-me ao caminho de volta ao dormitório. Quase a chegar à porta do campus, um carro carregado de estudantes, incluindo raparigas, abranda e eu sinto uma pancada nas costas quando o veículo acelera de novo. O Português que estava comigo aponta para o chão, onde estão os restos de um ovo cru. O resto do ovo senti-o na minha mão, quando a levei às costas... Os selvagens estrangeiros foram agredidos no meio da rua por corajosos e valorosos cavaleiros (e damas) de sua majestade, que se pisgaram logo dali, não fossem eles obrigados a magoar os seres inferiores.

É isto a educação Britânica? Que orgulho tenho em ser Português.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

30 anos

Nasci a 11 de Dezembro de 1976. Trinta anos depois ainda não sou o meu herói de infância, e tenho a certeza de que não sou exemplo para ninguém, nem pretendo ser.
Os meus amigos celebrarão a data com uma curta mensagem, numa das quaisquer formas de comunicação que foram surgindo à medida que fui crescendo. A minha família telefonará, acredito. Todos me darão os parabéns , congratulações... Porquê? Que culpa tenho eu de ter trinta anos? A não ser por me manter vivo, não vejo porque é que algum mérito me deve ser atribuído pela passagem do tempo.
Redescoberto, já depois do tempo e longe da minha língua, não me sinto ainda um adulto completo. Mas tenho trint'anos.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Há anos que não custam

Porque ainda só se passaram dez anos. Porque este foi o primeiro que lhe dediquei. Porque sinto saudades dela.

Este mau tempo...

O vento faz o que quer em Portugal. Sopra com força, carrega nuvens e nuvens a abarrotar, e abre-lhes a barriga a cutelo. Já era tempo de se regular o maroto sem regras com umas taxazinhas. Uma taxa a ser multiplicada pela velocidade a que o libertino se desloca, e um imposto pelo descarregamento geográficamente desiquilibrado de chuva, assim como uma multa por eventuais excessos ou defeitos na sua quantidade.
Como seria lindo, este país...

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Sexualidade pouco consistente

Na continuação de um post anterior, em que defendo o meu direito à discriminação (como comentou o António), quero agora divagar um pouco sobre o alvo da minha antipatia.
Um dos argumentos recorrentes, que ouvi recentemente pela enésima vez, é o de que não se pode escolher quem se ama. A título particular, nem entre heterossexuais concordo inteiramente com essa afirmação, mas não é isso que está em discussão.
O argumento peca por escasso, ou por não abranger toda a população que se diz homossexual. Porque se estivesse o amor em causa, não teria lógica haver promíscuidade entre pessoas do mesmo sexo, a não ser por taradice (bissexualidade), nem haveria engates one-night-stand. Nem ninguém se definiria como homossexual sem existir a tal relação de amor involuntário e avassalador.
É uma questão de sexo, e não de amor. Como diz a canção "sexo é animal". Se é animal, e como a utilidade biológica da homossexualidade é nula, esta é, no mínimo, uma doença comportamental.
Já estou a imaginar alguns leitores a argumentar que há animais na natureza que exibem comportamentos homossexuais. Nada mais falso. Podem envolver-se sexualmente com um indivíduo do mesmo sexo, mas nunca recusam o sexo oposto, pelo qual se sentem sempre atraídos. São, no máximo, comportamentos de bissexualidade.
Existem casos de cães domésticos que não se interessam pelo sexo oposto. Normalmente são animais que foram retirados da influência materna demasiado cedo e postos num ambiente que os isolou de outros indivíduos da sua espécie. O seu imprinting social e sexual (são quase a mesma coisa...) foi deficiente, o que provoca aquilo que os veterinários comportamentalistas chamam de comportamento desviante (ou doença comportamental). Alguns desses cães até só se sentem sexualmente atraídos por seres humanos. Resumindo, o animal não sabe quem ou o que é, e identifica-se com o que ou quem está à sua volta durante o seu desenvolvimento. Isto é mais verdade quanto mais subimos na escala da inteligência, que comporta comportamentos sociais mais complexos que têm que ser aprendidos ou treinados através do exemplo, durante o período de aprendizagem. Nos animais de cérebro pouco complexo, o comportamento sexual é menos ambíguo, porque é definido exclusivamente pelo genoma, sem hipóteses de influencia ontogénica.
Escolha ou doença, não me interessa. Respeito a sua existência como seres humanos e defenderei sempre os seus direitos como indivíduos responsáveis pelas suas escolhas e comportamentos como qualquer outro cidadão. Não é por não gostar da homossexualidade que não gosto de um indivíduo que se diz homossexual.
Há quem não goste de Madeirenses. Nunca me chateei muito com isso.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Restauração da Independência

Hoje, dia 1 de Dezembro, celebra-se a Restauração que, ao contrário do que aqueles que confundem Restauração com Instauração pensam, nada tem que haver com a República.
Fazem hoje 336 anos que quarenta fidalgos tomaram o Paço, prenderam a marquesa e defenestraram (sempre achei piada a esta palavra) Miguel de Vasconcelos, e se puseram a berrar ao povo que se ajuntava

Viva El-Rei D. João IV!!

pondo fim à dinastia dos Filipes espanhóis.

Repito: a República não é para aqui chamada... A sério!

Igualdades diferentes

Sou frequentemente criticado por confessar antipatia pela homossexualidade. Nunca defendi que se lhes batesse, ou que o Estado não se lhes desse os mesmos direitos de que eu próprio gozo. Antes pelo contrário: não os vejo como nada menos que seres humanos iguais a mim, e portanto com os mesmos direitos, que têm um certo detalhe na maneira como conduzem a sua vida com o qual eu não concordo. Não concordo, nem tenho que concordar. A vida privada de cada um a si pertence, e nada mais posso fazer senão antipatizar. Sempre que alguém me critica pela minha honestidade, tenta logo imputar a essa minha antipatia um obscuro desejo de os meter numa câmara de gás. Nada mais falso e intelectualmente desonesto.
Não gosto de carros brancos, o que não quer dizer que queira condicionar seja de que forma for a sua circulação. É uma opinião. E uma opinião, ninguém ma pode tirar nem silenciar.
Aliás, quem discrimina os homossexuais são os mesmos que se advogam defensores das igualdades. Em vez de clamarem liberdade para todos, a sua doutrina isola-os. Destaca-os. Tal qual se fez agora com as quotas femininas. Liberdade para todos, mas também para os outros, é o que acabam por dizer.
Por mim continuo a dizer que não gosto da escolha que fazem, mas não tenho nada com isso.