sábado, abril 30, 2005

Enfim, informado... Mas contente...?

Hoje senti-me, pela primeira vez nesta legislatura, informado acerca de uma estratégia pertinente pelo o governo deste país. Vão formar "urgentemente" uma comissão para avaliar as empresas em dificuldades, de forma a evitar um aumento maior da taxa de desemprego. É pouco, é vago, mas é um rumo.
O problema está na "comissão", cuja tradição nacional é de um molho de nomes sonantes, que demora demasiado tempo a apresentar trabalho, quando apresenta.
E depois de tiradas as conclusões, que acontece? Partimos para as políticas de injecção de capital, mantendo a ilusão de que a empresa visada está de saúde, ou vamos ter soluções reais, como sugerir, ou até forçar, eventuais mudanças de gestão?

sexta-feira, abril 29, 2005

Agentes da PIDE...?

A maçonaria Portuguesa resolveu considerar, que ter feito parte da máquina de propaganda da Legião no regime do Estado Novo, é motivo suficiente para os acusar de serem agentes da PIDE, ou, no mínimo, de terem sido "bufos". Estão identificados como "agentes", dizem eles... acho que consigo fazer uma lista com uns quantos nomes, pôr-lhes a palavra "agente" antes do nome, e mandá-la aos maçons.
E mesmo que seja verdade... e depois? O rancor, olhando para trás, não nos leva ao futuro. A reacção alérgica (logo, exagerada) que esta situação demonstra entristece-me. Trinta anos depois, ainda temos que aturar estas acusações de dedo em riste, que em nada contribuem para o bem-estar dos Portugueses.
que querem que se faça? que se meta na prisão todos os que um dia apoiaram Salazar, ou o regime? Então não não nos esqueçamos do outro lado... FP25... Ou os responsáveis pelas ameaças físicas feitas a todos os quadros não políticos do estado para que saissem, só para poder ir um comunista para o seu lugar. E os responsáveis pela ameaça da "Matança da Páscoa". Enfim...

quinta-feira, abril 28, 2005

Igreja e preservativos

Ouço, a toda a hora, criticar Papas e Igreja em geral por não permitir, ou até incentivar(!), o uso de preservativo. Não compreendo as críticas, sinceramente. São críticas de quem não compreende, ou ignora por completo, a doutrina católica. Pessoalmente fui educado nessa fé, e aprendi-a, critiquei-a, e acabei por encontrar um ponto de equilíbrio entre a Igreja dos Homens, e a fé espiritual. Não sou, por isso, um seguidor cego daquela doutrina. Sou um Cristão de fé, crítico da Igreja. Mas, mesmo que defenda que se deve insistir para que as pessoas que queiram vulgarizar uma relação sexual, usem preservativo, não posso deixar de compreender que um Papa não o possa fazer, sob pena de deitar por terra grande parte da doutrina moral da Igreja Católica.
A vulgarização do sexo, que o uso do preservativo incentiva, não pode ser aceite pela Igreja Católica. Para esta a relação sexual deve ser praticada entre o casal que tomou o compromisso de formar família, não só para reprodução (como alguns críticos extremos da igreja teimam em interpretar, mal), mas também como factor de união para o casal, tanto pela partilha da intimidade, como pelo prazer que têm juntos. Nunca ouvi a igreja dizer, salvo alguns padres senis e pouco informados, que não se deve ter prazer no sexo. Antes pelo contrário, diz que tanto um como outro membro do casal têm a obrigação de se satisfazerem mutuamente. Sim, sexualmente também! Posto isto, é perfeitamente lógico que a igreja não concorde com o uso do preservativo.
SIDA? Se tivermos um parceiro sexual fixo e único, as hipóteses de contaminação descem de forma abrupta. Sendo assim, a igreja não fecha os olhos ao problema da SIDA, apenas sugere outro tipo de combate ao contágio.

quarta-feira, abril 27, 2005

Bochechadas... ou chachadas

Neste momento, estou a ouvir, num programa da SICnotícias, uma entrevista do Dr Bochechas, o exilado de luxo no tempo do estado novo, um dos autores da "exemplar descolonização", o homem que queimou a bandeira nacional em Paris, o secretário-geral da vitória do seu partido das primeiras eleições pós 25 de Abril, a 25 de Abril de 1975, exactamente.
Esse senhor, que pelos vistos "é fixe", disse há pouco que foi muito modesto quando ganhou aquelas eleições... Não me parece que alguém, na sua modéstia, possa gabar-se de o ser. Vem esta afirmação, por acaso, do homem português que mais usa a palavra "EU", principalmente quando fala de actos heróicos, ou fundamentais para o bem estar do povo Português...
Isto do tipo que, quando Primeiro-Ministro, teve atitudes como a fuga de África, abandonando os Portugueses que lá estavam à vingança dos locais. Ou que, quando o FMI lhe exigiu que controlasse as finanças públicas, resolveu acabar com as comparticipações dos medicamentos mais caros! Deve considerar que só quem tem dinheiro toma medicamentos caros... São pontos de vista.
Acabei de o ouvir considerar que um Cardeal Suiço dava melhor Papa por ter ideias mais avançadas... Mais avançadas, porquê? Será que quem não pensa como ele, é retrógrado?
Eu não gosto desse senhor, não concordo com quase tudo o que ele diz, tenho-lhe até um certo rancor por ter queimado a "minha" bandeira, mas nem por isso o classifico de pomposo incompetente.

Democracia de blocos

Estive agora mesmo a ver o programa da 2: "Parlamento". De cómicos a marretas ofensivos, aqueles senhores fazem de tudo. Talento não lhes falta. Exemplo disso foi o ciclo de "bocas" e "contra-bocas" acerca da decisão presidêncial de dissolver o parlamento. Repetiram-se vezes e vezes...
Mas o meu momento favorito foi quando o deputado de um dos partidos que defendem as políticas do Sr Marx, para quem a China é um paraíso moral e Cuba um exemplo de democracia, resolve recriminar os três partidos de governo (já que, neste país, até agora, só três partidos foram alguma vez parte de governos democráticamente eleitos, desde o 25 de Abril) por insistirem em seguir políticas gastas, cujo falhanço já está mais que provado... como se as ideologias da antiga Europa de leste fossem um exemplo a seguir...
Como se não bastasse, só lhe faltou dizer que os parlamentares dos partidos do último governo não têm moral para o contrariar. A democracia dele é uma certeza, quem se lhe contrapõe é imoral e desprezível.
É esta a democracia deles.

segunda-feira, abril 25, 2005

25 de Abril

Hoje Portugal celebra a libertação. Foi uma libertação de começo bastante azedo, sob ditadura (de novo) do Conselho da Revolução, dos senhores que se acharam no direito de decidir qual era o novo rumo para Portugal. O regime anterior, de ideologias supostamente de direita extremada, tinha que ser contrariado a todo o custo, nem que para isso fosse preciso obrigar todos os Portugueses a aceitar, ou "engolir", as políticas de extrema esquerda. Quem estiver contra que se lixe, mesmo que seja a maioria dos Portugueses. Mesmo hoje em dia isso soa-me a fascismo... de esquerda.
De qualquer das maneiras, foi a 25 de Abril de 1974 que se iniciou o caminho para a democracia. Ainda hoje em dia se luta por ela, já que por vezes tenho a sensação de ainda existir o PREC. Ainda andam por aí uns senhores que, por acharem que a sua razão é tão imaculada, consideram que todos aqueles que dela duvidem ou recusem são uns broncos ou têm más intenções.
Por outro lado, temos aqueles que se esquecem que a democracia dói, que nem sempre as coisas são como nós queremos, que nem sempre o voto democrático é perfeito, e por isso querem limitá-la.
Democracia é também aceitar que nem sempre nos dão razão...

Não sou só eu!!

Caso nâo dê para perceber, este texto trata da limitação de mandatos...

sábado, abril 23, 2005

Conclusão óbvia...

Esta conclusão é, na minha opinião, óbvia, e não consegue ser sequer depreciativa.
A partir da pílula, ou não, esta vulgarização do sexo não pode ser aceite pela Igreja Católica (nada há para perceber ou não), para quem a relação sexual deve ser praticada entre o casal que tomou o compromisso de formar família, não só para reprodução (como alguns críticos extremos da igreja teimam em interpretar), mas também como "cola" para o casal, tanto pela partilha da intimidade, como pelo prazer que têm juntos. Nunca ouvi a igreja dizer, salvo alguns padres senis e pouco informados, que não se deve ter prazer no sexo. Antes pelo contrário, diz que tanto um como outro membro do casal têm a obrigação de se satisfazerem mutuamente. Sim, sexualmente também!
Posto isto, é perfeitamente lógico que a igreja não concorde com o uso do preservativo. SIDA? Se tivermos um parceiro sexual fixo, e não houver "facadinhas", as hipóteses de contaminação descem de forma abrupta. Sendo assim, a igreja não fecha os olhos ao problema da SIDA, apenas sugere outro tipo de combate ao contágio...
Compreenda quem quiser.

Conversas entre amigos

Um amigo meu resolveu publicar, no seu blog, uma troca de e-mails entre um grupo de amigos preocupados, na qual também eu participei. Achei a ideia interessante, e se houver interessados por aí, leiam no LÁPIS DE COR sob os títulos "Limitação de mandatos I II e III".
Ah! Eu sou o "A".

sexta-feira, abril 22, 2005

Venda livre fora das farmácias

Aprovada a proposta de lei que autoriza a venda de medicamentos que não necessitam de receita médica, fora das das farmácias (leia-se "grandes superfícies"), colocam-se várias perguntas:
O lobby farmacêutico insurge-se, não porque perde o monopólio, perde lucro, dizem eles, mas cheios de preocupação pela saúde pública. Acredito que haja um ou outro farmacêutico bem-intencionado, mas não sou assim tão ingénuo, Srs farmacêuticos. Dizem eles que existem medicamentos na lista dos que não necessitam de receita médica, que são perigosos, que não devem ser vendidos sem supervisão técnica. Então, essas drogas não deviam ter sido postas na lista. E quem é que fez pressão para ficassem na lista? O lobby das farmácias. Só não sei se por terem mais lucro com isso, se por acharem que são tão competentes como os médicos na escolha das terapias. Talvez se deva alterar a lista.
Outro dos pontos de crítica a esta lei é a possibilidade de aumentar a auto-medicação dos Portugueses. Só se fôr pela disponibilidade, física e económica, que as grandes superfícies oferecem, porque eu nunca vi um farmacêutico recusar vender de um medicamento de venda livre... Além disso, postas as limitações na idade daqueles que podem comprar medicamentos, até neste assunto sou contra a protecção dos cidadãos. Não vejo ninguém a sugeir a venda de bebidas alcoólicas nas farmácias, apesar destas serem drogas mais nocivas que as vitaminas a ser vendidas fora das farmácias. Ninguém está protegido contra o consumo de álcool. Enquanto o comportamento de risco de um ser Humano não puser em causa a saúde de outros, eu não tenho nada a ver com isso. Estando a lista de medicamentos de venda livre bem feita, só muito difícilmente se tem problemas com a auto-medicação. Esta constitui, verdadeiramente, um problema quando um "técnico qualificado" facilita a venda de um medicamento de receita médica obrigatória...
A presença, ou não, de um farmacêutico numa zona especial dentro das grandes superfícies, foi outro dos assuntos discutidos. A zona especial tem lógica, como tem lógica que se vendam os refrigerados numa zona específica, e não na secção dos enlatados, por exemplo. O farmacêutico presente, deixa de ter lógica quando se fizer uma revisão séria da lista de medicamentos de venda livre. Até lá é claro que se deve manter um farmacêutico por perto, até porque as pessoas podem ter dúvidas. Mas, na minha modesta opinião, isto não é tirar os medicamentos de venda livre das farmácias, mas antes meter uma farmácia dentro de uma grande superfície, mudando a direcção dos lucros. Tem mais lógica, acho eu, refazer a bendita lista de forma a que o farmacêutico deixe de ser essencial nas grandes superfícies, sendo aconselhável tê-lo por perto para dar um parecer técnico aos clientes. Seria um bom início de carreira para muitos farmacêuticos recém-formados.

Parar, calar, ouvir

Às vezes é preciso parar. Parar um pouco, para que a paisagem não fique borrada. Aceleramos tanto que, por vezes,a visão não é mais que traços, esgares da memória que inventa imagens diferentes.
É preciso parar, e ficar calado,para que não se adulterem os momentos, para que a consciência descanse. É preciso calar para evitar que se digam asneiras, exageros, mentiras e enganos. Quanto menos se diz, menos hipótese temos de errar... menor a probabilidade de sermos ouvidos
Parar, calar e ouvir. Porque ouvindo o que dizem os pássaros, passarinhos e passarões, sabemos o que pensam. Sabemos o que querem convencer-nos que pensam. Ouvindo, discutimos com as nossas ideias, pré-concepções, arrumamo-las, classificamo-las. E, de ideias arrumadas, podemos continuar a andar mais confiantes, falar mais acertadamente, e ouvir com maior sentido crítico.

quinta-feira, abril 21, 2005

Canhotos

Não sei até que ponto têm razão os canhotos, esses que dizem o progresso não deve pressionar o cidadão comum. Não é moralmente aceitável fazerem-se vítimas em nome desse progresso. Mas, se não pressionarmos o cidadão, este nunca dará o seu melhor.
É desta maneira que funciona a Natureza em todas as explicações de Darwin e seus seguidores, “abrilhantadores”, e outros que, aqui e ali, o corrigiram: aperfeiçoaram-lhe a Teoria, contestando-a, aproximando-a da razão, obrigando-a a defender-se. Darwin disse que uma dada espécie, está constantemente a ser testada, sob pena de a sua informação genética ser esquecida pelo tempo, perdendo a capacidade de resposta a bruscas alterações ambientais.
Da mesma forma, se pressionarmos “ambientalmente” um dado cidadão a melhorar a sua performance (social, económica, amorosa...), teremos como garantia o seu exemplo para as gerações vindouras, melhorando a comunidade em que esse indivíduo está inserido.
Se, por outro lado, tudo o que esse cidadão precisar lhe for fornecido pelo “ambiente” (leia-se responsáveis políticos da comunidade em que o cidadão está inserido, estado), esse cidadão tem uma vida boa, segura, sem problemas a curto prazo para a comunidade. Mas será que se esforça? Será que o seu exemplo é aplicável com sucesso? Se os recursos da comunidade não dependessem do trabalho dos seus cidadãos, penso que seria viável, até mesmo agradável viver com este sistema. Mas a comunidade depende dos seus cidadãos, logo, a longo prazo, esta comunidade de rosas perfumadas entrará em colapso...

terça-feira, abril 19, 2005

A culpa é do touro?

Sempre fui um defensor dos animais. Nunca em detrimento do bem estar humano, mas sempre contra a incompreensão por parte da nossa espécie em relação à natureza das outras espécies. Como não falam as nossas línguas, não pensam, são objectos sem sentimentos, que só servem para comer, para estar no zoológico, e para servir de brinquedos. Acerca disto, encontrei um texto que escrevi no dia 24 de Junho de 2003, acerca de uma reportagem televisiva que me fez rir e chorar ao mesmo tempo... Leia-se:
"Ouvi, no fim de semana, uma notícia que me deixou triste por várias razões. Triste, porque no passado sábado, dia 21, um jovem forcado de 20 anos foi ferido na lide, pelo touro. Penso que ninguém fica contente com este tipo de notícia, mesmo que seja contra as touradas.
Outra forte razão para a minha tristeza é o facto de se ter realizado mais um desses espetáculos sádicamente mórbidos, em que um animal, um mamífero como nós, é sujeito a vários tipos de tortura. Isto traz-me ao meu terceiro motivo de tristeza: um dos responsáveis daquela tourada concluiu que a culpa foi... do touro! Pelos vistos, não é normal que um animal encurralado, ferido, espicaçado, e em justificado desespero, ataque aqueles que ele identifica como seus agressores!
Aquele senhor diz que não é normal um touro marrar com tanta insistência num “inocente”, que este touro tinha má índole. Caro senhor (uso esta expressão por mera educação, e já fortemente arrependido): será que afinal os touros bravos não são bravos, constituindo este uma excepção à regra?; ou será que os torturadores que lidaram antes com o animal não o quebraram o suficiente para que a pega fosse mais segura?
Parece-me que, a atribuir-se culpas, podia começar-se pelo ganadeiro, por exemplo, que mandou um touro bravo... bravo. Ou talvez os cavaleiros e bandarilheiros que lidaram o animal anteriormente não fossem eficientes. Mas, acima de tudo, talvez se deva culpar quem ainda organiza esses macabros eventos, dignos do circo Romano, há já dois milénios atrás. Se não houvesse tourada, a probabilidade de alguém ser colhido por um touro seria muito inferior.
A culpa é do touro... Essa é boa!"

A montanha pariu um rato

Afinal, a montanha pariu um rato... Não que considere o Papa Ratzinger, perdão, Bento XVI, um rato, mas depois de tanto suspense não houve surpresa... Desta vez, quem entrou papa, saiu Papa.

Prioridades...

Referendo do aborto... É essencial para o crescimento económico do país? Contribui em alguma coiso para o controlo do orçamento? Não me parece. É apenas uma questão ético-social que pode ser resolvida daqui a um ano. Também seria interessante saber se, tendo o resultado do anterior referendo sido outro, hoje se estaria a discutir fazer-se, ou não, um referendo para voltar a penalizar o aborto.
Sinceramente, tenho uma opinião muito pouco decidida acerca da legalização do aborto, mas o referendo, nesta altura da legislatura, soa-me muito mais a uma cortina de fumo em volta do que o que é realmente urgente: salvar o país! Não se sabe quais as medidas a ser tomadas, ouvem-se uns bitaites ocasionais, por entre o barulho de fundo para o qual a comunicação social parece contribuir de sorriso nos lábios.
Impostos, emprego (de preferência sem proteccionismo nem demagogias de estágios pagos pelo governo), choque tecnológico, ainda nada foi esclarecido. Aposto que a próxima medida do governo vai ser algo como distribuição gratuita de preservativos nas bombas de gasolina ou à porta das igrejas, para gerar barulho...
Espero que saia alguma coisa de jeito deste discurso murmurado e repetitivo, mas que saia ainda neste século.

segunda-feira, abril 18, 2005

Limitação de mandatos

Desafiado por um familiar, jurista de formação e profissão, pus-me a ler a Constituição Portuguesa na versão de 2001. Logo de início, mais propriamente no artigo 2º do dito documento, li o seguinte: “A República Portuguesa é um estado de direito democrático, baseado na soberania popular, […], visando a realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia participativa.”. Até que ponto não irá a limitação de mandatos contrariar o “aprofundamento da democracia participativa”? Não sou jurista, mas eu diria que contraria, nem que seja um bocadinho…
Mais à frente, no artigo 9º, encontrei a alínea c) que diz que “São tarefas fundamentais do estado do estado: […] c) Defender a democracia política, assegurar e incentivar a participação democrática dos cidadãos na resolução dos problemas nacionais; […]”. Não me parece que a limitação dos mandatos incentive “a participação democrática”, quando as pessoas vêem limitado o seu leque de escolhas.
Ouvi, recentemente, defender esta medida limitativa por pôr fim aos vícios de governação que os mandatos continuados acarretam, como o fortalecimento de certos “lobby”s que, por não haver mudança de poder, tecem em paz as suas teias. Se, para evitar isso, é preciso limitar os direitos eleitorais dos Portugueses, então não se incentiva a “participação democrática dos cidadãos na resolução dos problemas nacionais”, antes se resolve o problema por eles, adoptando uma política que pode abrir portas a outro tipo de limitações dos direitos dos cidadãos. Senhores responsáveis pela política nacional: ponham ênfase na fiscalização, incentivem o povo a interessar-se pela condução dos destinos do país e das suas autarquias. Não façam do povo uma criança que precisa de ser protegida.

Strix aluca

Strix aluca é uma coruja. Aquela que em Portugal se chama comummente de coruja do mato. É uma ave nocturna (como eu) que se esconde nas ramagens das árvores à espera que passe um rato, por exemplo, para levantar num vôo silêncioso de encontro àquela presa. É isso que eu espero fazer com este blog: ficar silencioso e atento, até ver algum rato que mereça ser apertado nas garras do meu teclado; se não, ficarei contente em compôr simples textos que muito me agradam escrever, voando pelo simples prazer de o fazer, nem sempre silencioso.