quinta-feira, abril 21, 2005

Canhotos

Não sei até que ponto têm razão os canhotos, esses que dizem o progresso não deve pressionar o cidadão comum. Não é moralmente aceitável fazerem-se vítimas em nome desse progresso. Mas, se não pressionarmos o cidadão, este nunca dará o seu melhor.
É desta maneira que funciona a Natureza em todas as explicações de Darwin e seus seguidores, “abrilhantadores”, e outros que, aqui e ali, o corrigiram: aperfeiçoaram-lhe a Teoria, contestando-a, aproximando-a da razão, obrigando-a a defender-se. Darwin disse que uma dada espécie, está constantemente a ser testada, sob pena de a sua informação genética ser esquecida pelo tempo, perdendo a capacidade de resposta a bruscas alterações ambientais.
Da mesma forma, se pressionarmos “ambientalmente” um dado cidadão a melhorar a sua performance (social, económica, amorosa...), teremos como garantia o seu exemplo para as gerações vindouras, melhorando a comunidade em que esse indivíduo está inserido.
Se, por outro lado, tudo o que esse cidadão precisar lhe for fornecido pelo “ambiente” (leia-se responsáveis políticos da comunidade em que o cidadão está inserido, estado), esse cidadão tem uma vida boa, segura, sem problemas a curto prazo para a comunidade. Mas será que se esforça? Será que o seu exemplo é aplicável com sucesso? Se os recursos da comunidade não dependessem do trabalho dos seus cidadãos, penso que seria viável, até mesmo agradável viver com este sistema. Mas a comunidade depende dos seus cidadãos, logo, a longo prazo, esta comunidade de rosas perfumadas entrará em colapso...

Sem comentários: