terça-feira, outubro 30, 2007

Problemas Técnicos

Novos problemas técnicos me impedem de aqui escrever com a frequência desejada. Eu tento. Forças maiores se impõem.
Mais uma frustração para juntar à colecção.

sábado, outubro 27, 2007

Pergunta

Porque deve o indivíduo submeter-se ao colectivo em nome de uma liberdade que não existe sem a sua liberdade como indivíduo?

quarta-feira, outubro 24, 2007



Sabrina...

Porque me lembra a pré-adolescência. Porque a música menos erudita também tem direito. Porque sim.

domingo, outubro 21, 2007

"Violence of the Lambs"

Black Sheep. É o título original do filme vindo terra dos Kiwis que vi hoje. Kiwi, pássaro, atente-se. É uma comédia gore, que segue o padrão dos filmes de zombies, ou animais que enlouquecem devido a uma qualquer experiência científica ou acidente biológico e começam a atacar tudo o que mexe. Desta vez os vilões, para além dos humanos responsáveis pelo "acidente", são ovelhas. E é vê-las despedaçar pessoas num festim de vísceras e membros separados dos respectivos corpos. E tem piada, além de tudo. Vem do país de Peter Jackson, e lembra Peter Jackson (especialmente o Braindead), o que sugere uma escola de estilo.

Parafraseando o meu companheiro de sessão cinéfila: "Foi o melhor filme mau que já vi."

Isto dá trabalho!

Aviso para quem acha que um curso em escrita criativa é pêra doce: não é.
É certo que não tenho que decorar muita matéria e é verdade que tenho poucas horas de aulas por cadeira, mas tenho que mostrar muito serviço. Tenho quatro cadeiras específicas de escrita criativa e para cada uma delas tenho que apresentar evolução todas as semanas, quer nos manuscritos que apresento, quer na crítica ao trabalho alheio. Nem falo nas duas cadeiras da área da língua Inglesa, mais convencionais mas igualmente exigentes.
A poesia parece fácil. Algumas linhas de umas frases meio babosas e 'tá a andar. Mas depois há que ver se resulta, se a intenção foi clara, e volta-se a ler e a reescrever até que a satisfação de um trabalho bem feito nos abrace. E manter a baboseira num mínimo aceitável também é um bico de obra.
Depois vem a escrita para crianças e adolescentes. Idades diferentes, gostos diferentes, públicos-alvo muito específicos. Dá cabo da mais equilibrada das cabeças antes mesmo de ter a primeira palavra no papel.
A ficção e a não-ficção são as que me caem mais naturalmente. Sento-me a uma qualquer mesa de um café ou pub e debito palavras para o papel. Depois vou para casa sentar-me ao computador tentar pôr alguma ordem nessas palavras. E às vezes deito-as fora...
Agora imaginemos isto tudo numa língua que não é a minha primeira. Um calvário? Não. Estou a fazer aquilo que faço desde muito novo: brincar com palavras e significados para contar histórias (agora escreve-se estórias) para fazer rir ou chorar. Ou ambos. A única diferença é que o faço mais e com mais intensidade e com um escrutíneo mais apertado. É cansativo, mas dá-me prazer.

sexta-feira, outubro 19, 2007

Teve que ser

Este ano tenho aulas mais específicas sobre diferentes áreas da escrita. Numa delas a profe vai falar de blogues. Eu adiantei-me e comecei o meu próprio blogue na língua da raínha. Quem quiser lá ir botar abaixo, esteja à vontade. Levarei a peito, mas não posso fazer nada!

terça-feira, outubro 16, 2007

Ordem dos Médicos Veterinários

Quem visita com alguma regularidade este meu cantinho de devaneios já se deve ter apercebido de que não gosto muito de Ordens. Não gosto deste tipo de Ordens, obrigatórias para exercer uma profissão e fazer uso de um curso tirado com muito esforço, e ainda por cima remuneradas. É como um negócio de protecção: "Se não pagas, vimos aqui partir-te a loja!"
Ora, desta vez a Ordem dos Médicos Veterinários mostrou toda a sua estatutária inclinação para ver o médico-veterinário não como um cliente de pleno direito, mas como um qualquer desgraçado a quem a Ordem concede o previlégio de exercer, mas dentro das suas regras. E o cliente, maior interessado na escolha do melhor serviço para si, pouco ou nada tem a dizer.
Leio, na revista desta organização (a que tenho acesso apesar de não ser veterinário - peço desculpa, não quero ser vítima de nenhum acidente - médico-veterinário), um acórdão sobre um processo disciplinar instaurado a um médico-veterinário (MV), conhecido na praça Lisboeta e já com algumas aparições na televisão. Foi na sequência dessas aparições mediáticas que este profissional foi acusado de horrendos pecados contra a profissão, primeiro por ser entrevistado na qualidade de estudioso de comportamento animal, que os condutores dos programas teimaram traduzir como psiquiatra de cães. Ora, dizem os estatutos de tão elevada instituição que um MV não pode dizer que é especialista sem o ser. Este MV não o disse, mas insinuou. Em Portugal, o cliente que queira tratar do problema comportamental do seu animal, não tem muitas oportunidades de procurar o tal especialista. São entre poucos a nenhuns neste país, ao contrário do Reino Unido e da França, por exemplo. Então que faz o cliente? Ou leva o bicho ao estrangeiro, ou procura alguém que lhe dê respostas, mesmo que não seja um especialista certificado.
O outro pecado deste MV foi fazer publicidade...!! Diz a alínea j) do nº 1 do artigo 18º que "o MV deve abter-se da actos de propaganda ou publicidade da sua actividade" (citado do acórdão, e não dos estatutos). Se ele fez ou não propaganda, não me interessa. Só quero saber porque é que um vendedor de serviços não pode publicitar o serviço que vende como bem entender, e publicitar a sua diferença em relação aos outros.
Eu não teria nada contra estes estatutos, até porque não tenho nenhum interesse neles, se a entrada na Ordem fosse facultativa. Quem assina o papel, concorda com os estautos, ou não os leu (problema do próprio). Mas a Ordem é obrigatória para quem quer exercer a profissão, logo, um desgraçado acabado de sair de um curso que lhe levou tempo e recursos não tem escolha senão levar com os estatutos nas ventas. Ou isso, ou tira o curso de Medicina Veterinária e vai trabalhar para as obras.

segunda-feira, outubro 15, 2007

Está tudo na atitude

Se de alguma coisa serviu ao râguebi Português a qualificação para o Campeonato Mundial da modalidade, foi para que quem seguiu os Lobos, All-Blacks e companhia visse como um desporto pode ser praticado sem manhas ou teatros. Para mim não é surpresa. Tenho visto muito râguebi, incluindo a nível de equipas não-nacionais, aqui no País-de-Gales, e desde o início me agradou ver jogadores de equipas adversárias guerrearem-se pela vitória no jogo sem fazer aquela "falta inteligente" tão característica do futebol. Nem teria, aliás, efeito. Neste jogo o árbitro participa. Não como o inflexivel fiscal das regras, como no futebol, mas como um dos responsáveis pela qualidade do jogo. O árbitro do râguebi vê a falta e avisa o jogador em transgressão, e só castiga a sua insistência. O jogo flui. A luta é leal e sem manhas e ninguém faz teatro. Há desportivismo.
Não acredito que muito Português tenha cedido muito tempo e paciência à histórica aparição de uma selecção Lusa entre as vinte melhores do mundo. Mas esta equipa enche-me de orgulho. Ainda mais porque não saíram de lá sem pontos. Um ponto de bónus pela escassez da derrota frente à mais experiente Roménia permitiu aos Lobos não voltar a casa a zeros. Se juntarmos as eleições para homem do jogo de dois jogadores da inexperiente mas voluntariosa equipa nacional, ainda mais orgulho nos podemos permitir.
Haja mais râguebi em Portugal, a ver se o futebol aprende.

sexta-feira, outubro 12, 2007

Há coisas que não se recusam

Aos trinta anos, quase trinta e um, ninguém se surpreenderá por ter em vista três festas de casamento. Um ainda este ano, e outros dois nos primeiros seis meses do próximo. Também não será de estranhar que só um deles seja de alguém da mesma geração que eu, trintão fresquinho, e os outros sejam de amizades de gerações mais recentes, conquistadas nas minhas deambulações e atrasos pela vida académica. Desses dois, um é como um irmão mais novo, apesar de às vezes aparentar ter mais juízo que eu (e, regra geral, não se fica pela aparência).
Nasci sem irmãos. Depois nasceu uma irmã. Mas este irmão que não nasceu do mesmo ventre, e com quem não partilho qualquer dador de genes, foi escolhido. Não sei ele me escolheu a mim, ou se fui eu o responsável. Lembro-me só que não nos esforçamos para nutrir uma empatia recíproca desde o início.
Assim sendo, quando um irmão nos pede para apadrinhar o seu casamento, não há resposta alternativa. São coisas que não se recusam a um amigo. A um irmão de alma.

quarta-feira, outubro 10, 2007

País de Gales a nu

Estranho lugar este, onde o Rugby é mais importante que o Futebol e a noitada mais audaz acaba por volta das três da matina. Ainda por cima a minha Universidade, ou o seu campus principal, fica numa aldeola periférica em que poucos se instalariam se não fosse pela existência desta antiga escola de engenharia de minas, agora transformada em Universidade. Treforest é pequena, cheia de estudantes, funcionários da Universidade e pouco mais. Mas é agradável para quem, como eu, é adverso a grandes buliços e grandes cidades. Vou a pé para todo o lado, incluindo a cidade de Pontypridd ali a vinte minutos de distância. A não ser que apanhe um comboio, o que não me atrai para tão curto percurso.
Mas a verdade é que aqui se vive num ambiente estudantil e muito diversificado, já que a Universidade está muito virada para os estudantes estrangeiros. Além de Galeses, Ingleses e Escoceses, já conheci Irlandeses (da República), Espanhóis, Estonianos, Húngaros, Checos, Alemães, Austríacos, Jordanos, Norte-Americanos, Sul-Africanos, Hondurenhos, Mexicanos, Indianos, Paquistaneses, Franceses, Gregos, Italianos, Cipriotas, Holandeses, Argentinos, etc... Também fiz amizade com gente dos Emirados Árabes Unidos, do Zimbabwe, Sri Lanka e outros cantos deste Mundo afinal tão pequeno.
Mas mesmo com esta variedade toda de nacionalidades, tenho desenvolvido a opinião de que os mais estouvados são os próprios Britânicos. Passo a exemplificar com o mais recente incidente: Uma pequena parte da horda Lusa que por estas bandas estuda acordou em ir ver um filme a casa de um de nós. Saímos de lá por volta das três da madrugada, cinco rapazes e uma rapariga. Pelo percurso que nos era comum, vimos algo de muito estranho. Um rapaz, muito branco, batia a uma porta a cerca de cem metros da curva que se impunha, completamente nu. A rapariga que nos acompanhava fez o seu papel de chocada, mas ria-se sem tréguas, quase sem ar. Como viramos naquela esquina, pensamos ter evitado a estranha cena. Engano o nosso. Por alturas da segunda esquina, eram dois os rapazes em pelote que nos seguiam, e a meio daquela recta passaram por nós em corrida au naturel... nem se preocuparam em levar uma mãozinha em frente à zona crítica. Todos se riram. A Portuguesa que acompanhavamos nem se mantinha erecta, agarrada ao estômago, e ria-se sem as convenientes pausas respiratórias.
A verdade é que senti alguma nostalgia... Longe vão os meus tempos de Universidade do Porto.

PS: Qualquer exercício de lógica que pretenda ligar a minha pessoa à actividade desportiva do passeio a trote em pelote, é pura especulação, e da inteira responsabilidade do autor de tal exercício

...E fez-se luz. (ou internet)

Já há rede global por estas bandas. Acabou o descanso...

domingo, outubro 07, 2007

Decisões (Ou: Afinal Não é só em Portugal)

Se não tivesse decidido sair das residênciais do Campus, já teria acesso à rede global. Mas decidi sair...
A empresa a quem contratamos a ligação ainda não nos deu cavaco (salvo seja!). Em Portugal muitas empresas funcionam desta forma: fidelizam o cliente, e esquecem-se da sua existência. Neste caso acredito que se estivesse em Portugal já navegava em casa.