Estranho lugar este, onde o Rugby é mais importante que o Futebol e a noitada mais audaz acaba por volta das três da matina. Ainda por cima a minha Universidade, ou o seu campus principal, fica numa aldeola periférica em que poucos se instalariam se não fosse pela existência desta antiga escola de engenharia de minas, agora transformada em Universidade. Treforest é pequena, cheia de estudantes, funcionários da Universidade e pouco mais. Mas é agradável para quem, como eu, é adverso a grandes buliços e grandes cidades. Vou a pé para todo o lado, incluindo a cidade de Pontypridd ali a vinte minutos de distância. A não ser que apanhe um comboio, o que não me atrai para tão curto percurso.
Mas a verdade é que aqui se vive num ambiente estudantil e muito diversificado, já que a Universidade está muito virada para os estudantes estrangeiros. Além de Galeses, Ingleses e Escoceses, já conheci Irlandeses (da República), Espanhóis, Estonianos, Húngaros, Checos, Alemães, Austríacos, Jordanos, Norte-Americanos, Sul-Africanos, Hondurenhos, Mexicanos, Indianos, Paquistaneses, Franceses, Gregos, Italianos, Cipriotas, Holandeses, Argentinos, etc... Também fiz amizade com gente dos Emirados Árabes Unidos, do Zimbabwe, Sri Lanka e outros cantos deste Mundo afinal tão pequeno.
Mas mesmo com esta variedade toda de nacionalidades, tenho desenvolvido a opinião de que os mais estouvados são os próprios Britânicos. Passo a exemplificar com o mais recente incidente: Uma pequena parte da horda Lusa que por estas bandas estuda acordou em ir ver um filme a casa de um de nós. Saímos de lá por volta das três da madrugada, cinco rapazes e uma rapariga. Pelo percurso que nos era comum, vimos algo de muito estranho. Um rapaz, muito branco, batia a uma porta a cerca de cem metros da curva que se impunha, completamente nu. A rapariga que nos acompanhava fez o seu papel de chocada, mas ria-se sem tréguas, quase sem ar. Como viramos naquela esquina, pensamos ter evitado a estranha cena. Engano o nosso. Por alturas da segunda esquina, eram dois os rapazes em pelote que nos seguiam, e a meio daquela recta passaram por nós em corrida au naturel... nem se preocuparam em levar uma mãozinha em frente à zona crítica. Todos se riram. A Portuguesa que acompanhavamos nem se mantinha erecta, agarrada ao estômago, e ria-se sem as convenientes pausas respiratórias.
A verdade é que senti alguma nostalgia... Longe vão os meus tempos de Universidade do Porto.
PS: Qualquer exercício de lógica que pretenda ligar a minha pessoa à actividade desportiva do passeio a trote em pelote, é pura especulação, e da inteira responsabilidade do autor de tal exercício
1 comentário:
UI!
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