segunda-feira, outubro 31, 2005

Ataque aos desempregados profissionais

Esta notícia do Público provocou-me uma gargalhada. "Rescisões amigáveis vão perder direito ao subsídio de desemprego" é o título. Há excepções, "nomeadamente para os processos de reestruturação, viabilização ou recuperação de empresas devidamente comprovados pelas entidades oficiais".
Há um senão: a comprovação exigida pode significar um aumento da burocracia envolvida, aumentando o período de reestruturação das empresas em dificuldades, que se quer sempre curto, a bem da eficácia dessa mesma reestruturação.
Não tenho dúvidas de que poupar-se-ão uns cobres ao Estado Social, mas não sei a economia terá muito a ganhar com isto.

Alberto Costa, Ministro da Justiça

No blogue Verbo Jurídico, lêem-se tês "posts" seguidos que vale a pena ler, nem que seja só para formar opinião, em consequência de outro "post" no mesmo site, o "Curriculum do Sr. Ministro Justiça (2)", onde se publica um acórdão do Tribunal Administrativo que mostra um episódio negro na vida de Alberto Costa.
No primeiro, "A entrevista", é publicada uma entrevista ao jornal "O Independente" ao Advogado José António Barreiros, que confessou que "Quiseram para ministro quem eu não quis para director de serviços. São critérios. Mas o problema não é ele ser ministro agora. O problema é ele ter sido deputado, ministro da Administração Interna e sei lá mais o quê. Acho que quem permite isso e com isso coexiste que responda. Eu respeitei-me, demitindo-o. Ponto final.". Porquê o despediu? Por ter feito pressão sobre um Juíz sobre um caso que tinha que ver com a aquisição pela Emaudio de uma participação no negócio da televisão de Macau. (Lembro que a Emaudio é uma das empresas com participação, grande, da família Soares). A ler.
O "post" seguinte, "Memória", cita uma peça de Adriana Vale, n'O Independente. Neste texto pode ler-se, entre outras coisas, acerca da protecção que o Governador de Macau Carlos Melancia (lembram-se dele?) deu ao actual Ministro da Justiça.
O terceiro "post", "ASJP reclama esclarecimentos", limita-se a publicar um pedido de explicações por parte da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, que aproveitam, assim, para uma pequena vingança contra o Ministro Alberto Costa, que pode ser igualmente lida no site da própria Associação.
Leiam, porque um cidadão deve manter-se informado.

Já melhorou

O site da candidatura de Jerónimo de Sousa já melhorou. Também posso ter visitado o site errado. Tem mais items a visitar, com uma característica interessante: não existe qualquer intenção de afastar a candidatura do partido, antes pelo contrário. O item "O PCP e as Presidênciais" e o "link" para a página do próprio PCP são prova disso. Já tem côr, o vermelho, a enquadrar a imagem do candidato e o seu nome sobre amarelo. Já agora, atentem na Declaração de Candidatura, com uma opção multimédia em mp3 para que se ouça, em vez de ler, o discurso.

sábado, outubro 29, 2005

O do "Bibi"

É redutor, eu sei, o título deste post, mas este candidato não se livra facilmente do epíteto de advogado de defesa de "Bibi". Não que isso seja, só por si, um defeito. Antes pelo contrário.
Mas o que interessa, para já, é o site da candidatura de José Maria Martins (segundo me lembro, também este é ainda candidato a candidato). Logo na página de abertura, com dourados baços em jogo com as cores nacionais, a sua imagem, enquadrada de livros, confunde-se com a bandeira nacional. Lá dentro, a mesma imagem de estado (mais um pouco, e era folclórica), e o defeito dos defeitos. O site é fogo de vista. Quase todos os cliques do meu "rato" encontraram a mesma mensagem: "Em construção. Brevemente em linha."!
Não correm bem as coisas para este lado...

Candidata a candidata

O site de Manuela Magno é a vítima seguinte. (Ainda) não é oficial a sua candidatura, deduzo que por falta de assinaturas. Tem uma página simpática, sem nada de novo, a não ser o facto de a biografia estar escrita na primeira pessoa, em tom informal. É só curioso que não haja relatos depois de 1978... ainda não estão disponíveis. Disponibiliza, também, um blogue escrito na primeira pessoa, onde reparei que reinvidica o apoio da autora de um conhecido blogue (a ver. Não vou arriscar pôr palavras na boca de ninguém).
Hei-de lá voltar, como a todos os outros, ver se percebo o que propõe esta candidata a candidata.

sexta-feira, outubro 28, 2005

Agora, o Anacleto

Não sabem quem é o Anacleto? Francisco Anacleto Louçã. Soube-o ao ler a sua biografia, no site da sua candidatura à Presidência da República.
Atraente, algo dinâmico, com informação que baste. Tem um Diário de Campanha, que funciona como um blogue (só não sei quem o assina) e disponibiliza alguns documentos, onde se inclui a declaração de candidatura.
A melhor característica deste site é, a meu ver, a secção de multimédia, principalmente por lá estar disponível a entrevista a F. Anacleto Louçã conduzida por Judite de Sousa, no programa Grande Entrevista.
Continuo a preferir o site de Manuel Alegre.

Pobre Jerónimo...

Continuando na minha aventura pelos sites das candidaturas presidênciais, resolvi visitar o de Jerónimo de Sousa... Paupérrimo! É mais magrinho que o de Cavaco Silva.
Poupou-se nas cores, pelos vistos, e pôs-se uma citação de Jerónimo de Sousa, com assinatura manuscrita (ponto alto da página principal). Três "links", para três discursos.E acabou.

Aparências

Oliveira Martins foi hoje empossado como presidente do Tribunal de Contas. Não duvidando da integridade do homem, e apesar da defesa pronta do Presidente da República Jorge Sampaio, soa mal. Oliveira Martins é um homem do aparelho, do PS. Era, até agora, deputado do partido de Governo. Pôr um tipo da minha equipa a arbitrar o meu jogo... não fica bem!
É uma questão de aparências...! (Espero eu!)

Aos pontos...!

O site da candidatura de Manuel Alegre bate os de Soares e Cavaco aos pontos! Sóbrio, agradável à vista, completo. Desde textos escritos pelo próprio (pertinentes para a candidatura, claro) e por outros acerca dele, divididos em várias categorias, a uma biografia muito mais sóbria e honesta que a de Soares, soberbamente acompanhada por um auto-retrato do candidato.
Confesso que, se conseguir votar nestas eleições (estou inscrito no circulo eleitoral da Freguesia de Stº Antº, no Funchal e não pretendo mudar, mas estudo no Porto), não penso votar Manuel Alegre, mas, em termos de site, ele já ganha aos pontos a Cavaco e Soares.

A vez do Professor

Desta fui ver o site (disponível) da candidatura de Aníbal Cavaco Silva à Presidência da República. Muito ralo, curto. Ao menos está anunciado um Portal da Candidatura à Presidência da República do Professor para dia dez de Novembro.
Até lá, soube-me a pouco.

quinta-feira, outubro 27, 2005

Assessores caros

Fui chamado à atenção, via correio electrónico, para este post de Joel Timoteo R Pereira no Verbo Jurídico. A ler e reter.

A "biografia"

Lá me pus a ler a biografia de Mário Soares publicada no site oficial... A certa altura é mais um relato histórico que uma biografia, havendo mesmo muitas entradas em que o nome de Soares está ausente, assim como qualquer tipo de referência à sua pessoa (aqui e ali há referências ao PS, principalmente na época da revolução, que se podem considerar como alusões, sempre ocasionais, a Soares, ou não fosse o PS da altura o a imagem do próprio). Compreendo que quisessem situar e ambientar o eventual leitor, mas assim cola-se Soares a todos os nomes da época da revolução, tenham, ou não, alguma coisa em comum. Chama-se a isto desonestidade intelectual.
Para saber a História da revolução, e nada mais, tenho livros próprios.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Mário Soares, o Escolhido

Numa tentativa de pontapear este marasmo de ideias e falta de pachorra em que me deixei mergulhar, resolvi entrar na toca do lobo: fui ver o site oficial da candidatura de Mário Soares para a Presidência da República. Logo à primeira espreitadela, uma citação de Fernando Pessoa saltou-me aos olhos. A saber:
"Mais do que isto é Jesus Cristo, que não sabia nada de finanças, nem consta que tivesse biblioteca."
Que é que isto quer dizer? É clara a intenção de diminuir a vantagem que Cavaco tem por saber alguma coisa de finanças e economia, mas meter um agnóstico ferrenho, por vezes até violento, no mesmo saco que Jesus Cristo, é de um profundo mau gosto.

Para não cansar

Para poder variar o estilo em que escrevo, e os assuntos que comento, a ver se não caio em rotina, colaboro em mais blogues além deste. Divirto-me com o meu grupo de faculdade no Pátio da Cerveja, matando saudades daqueles que estão mais longe, e mantenho-me ao corrente dos assuntos da minha primeira tuna, com colaborações mais esporádicas, no Vinicultuna de Biomédicas-Tinto Idéias & Lamentos. Se a curiosidade vos puxar, serão bem-vindos.
Post Scriptum: E penso em criar mais um, para vos mostrar o que escrevo quando a realidade não me interessa.

Anonimato e responsabilidades

No princípio deste mês de Outubro, fui informado do nascimento de um novo blogue dedicado a Vila do Conde. Se não me engano, fui o segundo visitante deste blogue, e fiquei logo com a impressão de seria uma voz, ainda muito verde nestas coisas de blogosfera, contrária à maioria dos blogues vilacondenses que por aqui proliferam (ou seja, um blogue anti-oposição de Vila do Conde). A curiosidade e a fome por debate fizeram-me acompanhar o esforço de Rita (é tudo o que sei sobre o autor, pois não tem perfil completo), que começou, suavemente, por falar sobre Vila do Conde sem entrar em grandes discussões. Até que um dia resolveu dar uma vista de olhos pelos "sites" das juventudes vilacondenses afectas ao PS e ao PSD. Enquanto que à JS criticou a falta de "site", à JSD de Vila do Conde resolveu criticar severamente os seus principais dirigentes. Todos excepto ao Presidente da Mesa do Plenário, a quem teceu rasgados elogios.
O problema é que o fez com ofensas sérias e algumas mentiras. Sei-o porque conheço os alvos das mentiras (dos outros não posso falar). Como o blogue era escrito de forma anónima, ninguém sabe de onde veio tamanha animosidade. Condenei Rita por isso em forma de comentário, e continuo a achar que fez mal. Muito mal.
Para azar de Rita, os lesados (não sei se todos) começaram a mandar ameaças de processo civil para o a morada electrónica do blogue. Segundo sei (porque me chegaram alguns via correio electrónico), as queixas e ameaças escalaram a níveis exagerados, onde pediam que Rita acabasse com o blogue, sob ameaça de cadeia.
Que se exijam pedidos públicos de desculpa, ou que se apague o post em questão, sob ameaça de processo (o resto é com a lei), concordo. Que se exija a identificação do autor de tão baixos comentários, assino por baixo, até porque sou contra qualquer tipo de anonimato da parte dos autores dos blogues. Mas que se queira calar por completo uma pessoa sem sequer lhe dar hipótese de retracção, já não concordo. Mas foi isso que foi exigido pelos lesados.
Rita cedeu. A princípio apagou o post, depois escreveu um rotundo FIM como título de um post, que se limitou ao título. Agora o Vida na Vila está reduzido a isto.
Se calhar Rita nunca se devia ter aventurado na blogosfera, por falta de juízo, mas não lhe deram hipótese de aprender com os seus erros, ainda mantendo a sua voz viva.
Responsabilizem-se os bloguistas por aquilo que escrevem, mas calar à força não.

terça-feira, outubro 25, 2005

Magistratura de influência

Foi Mário Soares quem o disse, no seu discurso de apresentação ao programa eleitoral para a Presidência da República, que será um presidente interventivo. Ameaçou desde já o Governo a virar à esquerda, para fazer crescer o estado social, em detrimento (Soares não o disse, mas é inevitável) do esforço de redução da despesa pública. Assim, à partida, o Governo pode considerar-se sequestrado, caso Soares ganhe.
Soares é a verdadeira ameaça à estabilidade deste Governo.

Discriminação

Mário Soares piscou o olho aos votos da comunidade (podia chamar-lhe "lobby", não estaria errado) homossexual. É discriminatório. Um homossexual é um cidadão como qualquer outro, não deve ser discriminado (negativa, ou positivamente) em situação alguma. Senão quem é negativamente discriminado sou eu!
Infelizmente, faço parte da maioria negativamente discriminada. Sou homem, heterossexual (nada metrossexual) e pertenço às maiorias racial e religiosa deste país. Quem me defende?

Deu-me pena

Falo a sério. Sempre me fez impressão ver pessoas idosas a mostrar fragilidades próprias da idade. Com Soares não sou diferente, apesar de não gostar nem um pouco da pessoa. Mas vê-lo enganar-se repetidamente no discurso escrito, na falta de fôlego evidente, na forma como contou histórias (ou estórias, mas vou pela forma como me ensinou, na primária, a professora Lígia Pestana) como um avô cheio de paternalismos, em vez de dar respostas directas aos repórteres, deu-me pena.
Ninguém é eterno.

segunda-feira, outubro 24, 2005

Obrigado! Obrigado!

Obrigado, senhores amigos do alheio! Deixei, desde Sábado, dia 22 de Outubro, à noite, até às 23 horas e 30 minutos do dia seguinte, o meu automóvel destrancado numa rua da cidade de Vila do Conde. À primeira vista ninguém lhe tocou.
Não sei se foi sorte, se vantagem de cidade pequena, se por não valer a pena (não ofendam o meu bólide!), ou até se por ser domingo (os amigos do alheio também têm de descansar!), mas a verdade é que estava no local onde o deixei, com tudo no lugar. Obrigado!

sexta-feira, outubro 21, 2005

Campanha pela positiva...?

O blogue admitidamente de apoio à candidatura de Mário Soares, o Super Mário, começa bem... Segundo o "contributo de Rui Tavares", Cavaco não passa de uma patética figura, que o autor compara a De Gaulle e Salazar, e ainda consegue meter El-Rei Dom Sebastião, O Desejado, ao barulho. A falta de argumentos leva a palhaçadas destas.
Ainda no mesmo blogue, só para dizer mal, escreveu António M. Costa um comentário (em forma de post, claro), intitulado "A Derrapagem", à apresentação da candidatura de Cavaco Silva. Bom exemplo de política pela negativa, mas não posso deixar de lhe dar alguma razão. Mesmo assim, quem tem telhados de cristal, nem bolinhas de papel deve atirar...!

quarta-feira, outubro 19, 2005

A senhora das couves

Ouvi o nosso Primeiro Ministro, a propósito da co-incineração, queixar-se das notícias televisivas. Dizia Sócrates que nos jornais da noite não se ouviam as opiniões científicas sobre o assunto, mas antes "uma senhora das couves", que temia que aquele método de eliminação de lixos perigosos lhe estragasse as ditas couves.
Em primeiro lugar, a "senhora das couves" não deixa de ser uma cidadã deste nosso país, com tanto direito a respeito e opinião como qualquer Professor Doutor que se manifeste sobre este assunto. Claro que é uma opinião menos informada, mas não deixa de ser pertinente, até porque os estudos de impacto ambiental (EIA) devem incluir uma vertente social, ou seja, a opinião das populações afectadas deve ser tida em conta.
Em segundo lugar, se esta senhora está mal informada, a culpa não é só dela, é também de quem tem a obrigação de a informar. Por exemplo, o próprio Primeiro Ministro.
Claro que a comunicação social deve ajudar nessa informação, dando voz aos tais cientistas informados, ouvindo tanto os argumentos a favor como os contra.
Neste assunto, Sócrates não só foi mal-educado, como ignorou a construção de um EIA.

terça-feira, outubro 18, 2005

Sétima dimensão

A quinta dimensão já era. A sexta, é já normal. Chegámos mais além, à sétima dimensão... Senão, repare-se: Nunca um governo socialista (arautos da luta social, superados apenas pelos pilares morais da política portuguesa, o PCP e o BE) foi alvo de tamanha contestação social. Desconfio que nem mesmo nos governos do Professor Aníbal Cavaco Silva se viu brotar do chão a tal velocidade, ameaças de greve, manifestações, ou mesmo simples focos de forte contestação às políticas do governo. Alguma coisa devem estar a fazer bem... Mas há também quem conteste com razão.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Azar dos azares

Ouvi uma história curiosa, em princípio verdadeira, pois não desconfio de quem ma contou, que prova que um azar nunca vem só. Conforme me chegou ao conhecimento, o candidato à Junta de Freguesia de Rio Mau pelo PSD, era funcionário administrativo do Arquivo Municipal de Vila do Conde, e teve recentemente um período de muito azar. Começou pouco depois de formalizada a sua candidatura, quando a sua mulher perdeu o emprego. Não sei o que fazia, nem para quem trabalhava, por isso só posso assumir que se trata de uma coincidência bem azarada. Piorando as coisas na vida deste senhor, no dia nove de Outubro, o sufrágio naquela freguesia não lhe foi favorável, perdendo assim, a sua aposta política. O pior é que o azar não parou por aqui: no dia dez de Outubro, por coincidência, o dia seguinte às eleições autárquicas, este funcionário da Câmara foi transferido para fazer serviço numa lixeira.
Não concebo que esta rocambolesca história seja mais do que um infeliz conjunto de coincidências, mas que este senhor teve azar, teve.

sábado, outubro 15, 2005

Mitos de propaganda

Claudio Tellez, n'O Insurgente, escreveu um longo e pensado post, de título "Mandela, Arafat, Guevara", em que analiza as carreiras terroristas destas três individualidades. Chamou-me mais a atenção, talvez por maior ignorância da minha parte, talvez por ser a mais atroz, a referência ao "herói" Ernesto "Che" Guevara, tirada dos textos de Alvaro Vargas Llosa, "Ten Shots at Che Guevara" e "The Killing Machine".
Só quero dizer que é muito provável que eu tivesse feito o mesmo no lugar de Nelson Mandela, apesar de condenar o terrorismo, mas os outros dois...

Sugestão de quem não percebe nada do assunto

Soube hoje que há professores neste país a quem foram atribuídas uma e duas horas semanais. Não deixa de ser um bom truque de propaganda da parte do Ministério da Educação, que contabiliza estes educadores como tendo sido colocados. O problema, além da desonestidade implícita, é que são muitas vezes colocados longe da sua área de residência, com despesas de deslocação, para dar apenas um par de aulas por semana.
Não sei para que é que se esconde não há emprego para todos os professores. Aliás, se o ensino fosse decente em Portugal, as turmas seriam mais pequenas (eu digo quinze alunos, no máximo, mas os meus amigos docentes sugerem vinte), logo, haveria mais vagas para professores.
Mas o real motivo para este texto, está na deslocalização dos docentes. Na minha opinião o problema não existiria se cada ecola pudesse escolher os seu quadros, e pagá-los como bem entendesse. Seria imposto apenas um ordenado mínimo. Se não forem privadas, que sejam geridas como tal. Compreendo que este método seria muito mais permeável a cunhas e favores, mas isso resolver-se-ia facilmente num país civilizado, onde a fiscalização funciona e as pessoas orgulham-se em saber que têm o cargo que têm por mérito próprio.
Mas a sugestão que quero realmente fazer é a seguinte: façamos concursos independentes por cada distrito (pelo menos), com a tal liberdade de remuneração a ser decidida conforme as necessidades de cada escola, obedecendo às variações de oferta e procura. Assim um professor que queira ganhar um pouco mais faz o sacrifício de ir para onde ninguém quer ir, por decisão própria. Um professor que não queira deslocalizar-se, faz a escolha consciente de ficar a ganhar menos. Claro que há sempre quem tenha a sorte de já viver nos locais onde a falta de oferta de docentes faz subir o ordenado, mas a escolha dependerá sempre do próprio: este professor pode preferir viver num centro urbano, onde há mais profissionais a competir pelos postos de trabalho.
O sistema de concurso nacional em vigor obriga os professores a deslocalizarem-se, e sem grandes contrapartidas. É um sistema ditatorial, em que os interessados apenas podem dizer "se não for muito incómodo, gostaria de ficar perto deste ou daquele local", sem quaisquer garantias de serem atendidos nas suas atenções.
Quase me apetece chamar a este sistema de colocação dos professores... de fascista!

quinta-feira, outubro 13, 2005

Evento

O Departamento de Zoologia da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra promove um "workshop" de introdução ao estudo dos aracnídeos. Para quem gosta.

Ainda as autárquicas...

Já que tanta gente continua a querer remoer derrotas e glorificar vitórias, vou-me fazer ao barulho. Tenho ouvido e lido muitas críticas acerca dos vencedores de algumas Câmaras Municipais, chorando aos quatro ventos pelos eleitores. Uns são ladrões, outros são mentirosos, outros não mereciam, outros têm verrugas no dedão do pé, além de um dente falso... Afinal, quem votou? A não ser que se acredite (e se prove) que houve fraude eleitoral, foram os pobres dos eleitores.
Porque é que votaram em pessoas de quem se suspeita que usem e abusem da "cunha"? Provavelmente porque beneficiam, ou pensam vir a fazê-lo, da dita. Porque é que votaram em indivíduos que fazem campanha oferecendo quinquilharias várias, às vezes até electrodomésticos, e prometem sorteios de automóveis caso vençam? Acredito que lhes seja suficiente receberem umas bolas e T-shirts, alguns frigoríficos, e a possibilidade de ganharem uma viatura motorizada (porque sem motor ninguém se interessa), para confiarem que os próximos quatro anos serão um mar de rosas.
Neste país o cidadão vota em quem lhe coça, ou promete coçar, a barriga, e não em quem mostra ter planos para o bem comum, principalmente quando isso implica sacrifícios à pança que prefere ser coçada. Vota de forma egoísta, sem olhar para o fundo do corredor, de olhos nos próprios pés.
Concluo com a convicção de que quem foi eleito mereceu-o, porque deu, ou prometeu dar, ao eleitor aquilo que ele quer. A "culpa" é do eleitor, que prefere um país de favores e de papas feitas onde se premeia o golpe de cintura, a um país sério, onde se premeia a competência e o mérito.
O povo quer, o povo tem. É assim que funciona a democracia, e é assim que o povo deixa de ter pouco que reclamar dos políticos que tem.

segunda-feira, outubro 10, 2005

Democraticamente falando

Calei-me (mais ou menos) durante esta campanha eleitoral. Quis esperar para ver. Devo dizer que me desiludi bastante com as campanhas, aqui e ali polvilhadas de sopapos, insultos, acusações vãs, acusações menos vãs mas pouco elegantes, tiros, ameaças e golpes baixos. Foi um período triste da democracia nacional, que ultimamente tem sido bastante maltratada. Dentro das campanhas menos próprias, saliento a ameaça de Alberto João Jardim aos eleitores de certas juntas de freguesia.
No fundo, ficou tudo mais ou menos na mesma. As grandes autarquias de Lisboa e Porto não mudaram de mãos, e os grandes caciques que foram de novo a votos continuam no alto dos seus tronos. Alberto João Jardim não foi a votos, mas mesmo assim ganhou. A vitória é dele, sempre dele, não só por ser a pessoa que a grande maoioria dos madeirenses vê nos cartazes e nas suas mentes, como pela pequenez do perfil de quase todos os políticos da Região Autónoma em relação ao "monstro" AJJ. Também em Vila do Conde se mantém o cacique, mesmo com todas as suspeitas de falcatruas em negócios da câmara, ou a falta de saneamento público em grande parte das freguesias deste concelho, apesar do engº Mário Almeida estar na câmara há mais tempo do que AJJ está no Governo Regional da RAM. Os Vilacondenses desculpam-no...
Todos aqueles que a partir de hoje se queixem dos seus autarcas, lembrem-se do vosso voto.
Também quero salientar o segundo atropelo consecutivo da lei eleitoral por parte do "Don" Mário Soares. Nada que me surpreenda, uma vez que Mário Soares nunca usou a democracia e o seu poder para outra coisa que não o seu proveito próprio, em total desrespeito para com todos os Prtugueses que algum dia acreditaram que ele seria a esperança da recém conquistada liberdade, desde '74. Surpreso ficarei se a Comissão Nacional de Eleições aplicar ao idoso meliante a devida pena.
A arrogância do marido da Bárbara Guimarães também ficou bem patente no seu amuado discurso de derrota.
Post Scriptum: Parabéns ao PPD/PSD e à CDU, verdadeiros vencedores deste episódio de sufrágio autárquico.

quinta-feira, outubro 06, 2005

"Petit" cacetada

Vou voltar a meter futebol no barulho, só para dizer que, no ano passado, se McCarthy tivesse feito o que o Petit fez ao Targino, não jogava no clássico. Como o "pequeno" pitbull não é preto, e não se chama Bennedict, vai jogar. Os sumaríssimos parecem estar mortos... até ver.

segunda-feira, outubro 03, 2005

domingo, outubro 02, 2005

Intenções furadas

Ribeiro e Castro não quis desviar as atenções das autárquicas, mas o Público não deixou... Democracia furada ou falta de notícias.

Democracia do pós-revolução

Ela vem aí. Não. Não me refiro à democracia pós-revolução, porque essa já por aqui anda, mas da consequência mais nefasta desta indisciplina democrática que agora vivemos. Estas campanhas de acusações, sopapos, vitimizações e "perdões" velados a que assistimos nestas autárquicas fazem lembrar, além do recreio de um quaquer infantário ou escola primária, o período de ameaça à recém-conquistada liberdade dos períodos mais próximos do 25 de Abril de 1974.
Pior que isso, fazem lembrar o período imediatamente anterior à subida ao poder de António de Oliveira Salazar, e até há semelhanças no estado económico do país. Pode isto significar que ela, a ditadura, quer voltar. E pode ser por vontade popular, como já aconteceu.