Ouvi o nosso Primeiro Ministro, a propósito da co-incineração, queixar-se das notícias televisivas. Dizia Sócrates que nos jornais da noite não se ouviam as opiniões científicas sobre o assunto, mas antes "uma senhora das couves", que temia que aquele método de eliminação de lixos perigosos lhe estragasse as ditas couves.
Em primeiro lugar, a "senhora das couves" não deixa de ser uma cidadã deste nosso país, com tanto direito a respeito e opinião como qualquer Professor Doutor que se manifeste sobre este assunto. Claro que é uma opinião menos informada, mas não deixa de ser pertinente, até porque os estudos de impacto ambiental (EIA) devem incluir uma vertente social, ou seja, a opinião das populações afectadas deve ser tida em conta.
Em segundo lugar, se esta senhora está mal informada, a culpa não é só dela, é também de quem tem a obrigação de a informar. Por exemplo, o próprio Primeiro Ministro.
Claro que a comunicação social deve ajudar nessa informação, dando voz aos tais cientistas informados, ouvindo tanto os argumentos a favor como os contra.
Neste assunto, Sócrates não só foi mal-educado, como ignorou a construção de um EIA.
1 comentário:
Nós temos a classe política que merecemos, temos os jornalistas que merecemos, temos o país que merecemos.
Ponham o JCB a explicar co-incineração.
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