Já que tanta gente continua a querer remoer derrotas e glorificar vitórias, vou-me fazer ao barulho. Tenho ouvido e lido muitas críticas acerca dos vencedores de algumas Câmaras Municipais, chorando aos quatro ventos pelos eleitores. Uns são ladrões, outros são mentirosos, outros não mereciam, outros têm verrugas no dedão do pé, além de um dente falso... Afinal, quem votou? A não ser que se acredite (e se prove) que houve fraude eleitoral, foram os pobres dos eleitores.
Porque é que votaram em pessoas de quem se suspeita que usem e abusem da "cunha"? Provavelmente porque beneficiam, ou pensam vir a fazê-lo, da dita. Porque é que votaram em indivíduos que fazem campanha oferecendo quinquilharias várias, às vezes até electrodomésticos, e prometem sorteios de automóveis caso vençam? Acredito que lhes seja suficiente receberem umas bolas e T-shirts, alguns frigoríficos, e a possibilidade de ganharem uma viatura motorizada (porque sem motor ninguém se interessa), para confiarem que os próximos quatro anos serão um mar de rosas.
Neste país o cidadão vota em quem lhe coça, ou promete coçar, a barriga, e não em quem mostra ter planos para o bem comum, principalmente quando isso implica sacrifícios à pança que prefere ser coçada. Vota de forma egoísta, sem olhar para o fundo do corredor, de olhos nos próprios pés.
Concluo com a convicção de que quem foi eleito mereceu-o, porque deu, ou prometeu dar, ao eleitor aquilo que ele quer. A "culpa" é do eleitor, que prefere um país de favores e de papas feitas onde se premeia o golpe de cintura, a um país sério, onde se premeia a competência e o mérito.
O povo quer, o povo tem. É assim que funciona a democracia, e é assim que o povo deixa de ter pouco que reclamar dos políticos que tem.
3 comentários:
a escolha que temos tb n ajuda:p
prefiro nem votar...
touché!
Mónica: se não votares, deixas que os outros escolham por ti. Também és responsável.
Contra mim falo...
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