segunda-feira, outubro 10, 2005

Democraticamente falando

Calei-me (mais ou menos) durante esta campanha eleitoral. Quis esperar para ver. Devo dizer que me desiludi bastante com as campanhas, aqui e ali polvilhadas de sopapos, insultos, acusações vãs, acusações menos vãs mas pouco elegantes, tiros, ameaças e golpes baixos. Foi um período triste da democracia nacional, que ultimamente tem sido bastante maltratada. Dentro das campanhas menos próprias, saliento a ameaça de Alberto João Jardim aos eleitores de certas juntas de freguesia.
No fundo, ficou tudo mais ou menos na mesma. As grandes autarquias de Lisboa e Porto não mudaram de mãos, e os grandes caciques que foram de novo a votos continuam no alto dos seus tronos. Alberto João Jardim não foi a votos, mas mesmo assim ganhou. A vitória é dele, sempre dele, não só por ser a pessoa que a grande maoioria dos madeirenses vê nos cartazes e nas suas mentes, como pela pequenez do perfil de quase todos os políticos da Região Autónoma em relação ao "monstro" AJJ. Também em Vila do Conde se mantém o cacique, mesmo com todas as suspeitas de falcatruas em negócios da câmara, ou a falta de saneamento público em grande parte das freguesias deste concelho, apesar do engº Mário Almeida estar na câmara há mais tempo do que AJJ está no Governo Regional da RAM. Os Vilacondenses desculpam-no...
Todos aqueles que a partir de hoje se queixem dos seus autarcas, lembrem-se do vosso voto.
Também quero salientar o segundo atropelo consecutivo da lei eleitoral por parte do "Don" Mário Soares. Nada que me surpreenda, uma vez que Mário Soares nunca usou a democracia e o seu poder para outra coisa que não o seu proveito próprio, em total desrespeito para com todos os Prtugueses que algum dia acreditaram que ele seria a esperança da recém conquistada liberdade, desde '74. Surpreso ficarei se a Comissão Nacional de Eleições aplicar ao idoso meliante a devida pena.
A arrogância do marido da Bárbara Guimarães também ficou bem patente no seu amuado discurso de derrota.
Post Scriptum: Parabéns ao PPD/PSD e à CDU, verdadeiros vencedores deste episódio de sufrágio autárquico.

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