quinta-feira, maio 31, 2007

Era uma bomba, por favor...

Aeroporto de Stansted. Depois do check-in dirigi-me às famigeradas filas para os detectores de intenções, boas e más, onde ninguém entrava com mais de um item de bagagem de mão. Tive que beber cerca de um quarto litro de água para não levar a garrafa já meio consumida para a zona de segurança. Vi pessoas serem impedidas porque levavam a mala do filho. Despejei os bolsos, tirei o portátil da mochila e fui apalpado de cima a baixo. Nem me pediram autorização. Eu e a minha vontade, ignorados. Passadas estas primeiras barreiras e tudo posto no lugar, eis que surge um novo importúnio em nome da minha segurança. Pediram-me para tirar as botas e pô-las num tapete especial para o efeito. Quase fui acusado de atentado com arma química...

segunda-feira, maio 28, 2007

Afinal... Intervir já não é imoral?



EMERGENCY EUROPETITION to the Heads of government of the European Union and the Institutions of the European Union for immediate dispatch of an international protection force to Darfur.

It is Europe’s duty to intervene today and exercise its responsibility to protect!

'Tá bem. Pronto. Afinal nem toda a gente discorda com a política de policiamento mundial de Bush. Só discordam na zona de jurisdição.

Porto, aqui vou eu

Parto de manhã. Vinte minutos até Cardiff e daí duas horas e pico até Londres. Meia-hora de metro até Liverpool Street Station. Mais quarenta minutos até o aeroporto de Stansted. Chego ao Porto à hora do jantar.
Vai ser um dia interessante. E depois ainda vou ter que procurar uma solução para o inexistente acesso à rede mundial, ou world wide web, no meu poiso Portuense.
Já estou cansado por antecipação, como de costume.

sábado, maio 26, 2007

No deserto não. Já no pântano...


Mas, em contrapartida, as pontes estão a salvo e o deserto continua um deserto. São pequenos sacrifícios que se fazem em nome da salvaguarda do equipamento (pontes) e dos ecossistemas (deserto a sul do Tejo).

Uma questão de fé. Amén

No The Guardian, a 25 de Abril de 2007:

Dozens of climate scientists are trying to block the DVD release of a controversial Channel 4 programme that claimed global warming is nothing to do with human greenhouse gas emissions.

Argumento científico inerente: Estás errado!

"We believe that the misrepresentation of facts and views, both of which occur in your programme, are so serious that repeat broadcasts of the programme, without amendment, are not in the public interest ... In fact, so serious and fundamental are the misrepresentations that the distribution of the DVD of the programme without their removal amounts to nothing more than an exercise in misleading the public."

O interesse público é decidido por quem..? A discussão e o confronto de ideias e teorias não é do interesse público? E que raio é o interesse público?

Dr Allen said: "What Martin Durkin and Channel 4 don't understand is the way science works. Science is about the arguments, not the people who make them."

Se ciência se baseia em argumentos, argumente-se.

"This isn't about censorship, it's a question of quality control.[...]"

Aaaah...! Do ponto de vista de quem?...

quinta-feira, maio 24, 2007

Falta de argumentos

Almeida Santos defende a localização do novo aeroporto de Lisboa na Ota, por ser na mesma margem da capital do país, e por isso dispensar o uso de pontes. E o problema das pontes, segundo este histórico do partido do Governo, é que são passíveis de ser dinamitadas, cortando o acesso àquela estrutura por parte da população que pretende servir. É verdade, como é verdade que se pode bombardear as pistas do próprio aeroporto, inutilizando-o. Por questões de segurança seria mais lógico argumentar a retirada da base militar de Figo Maduro do Aeroporto da Portela, retirando um alvo militar da cidade de Lisboa. Depois de esgotados e refutados os argumentos lógicos, este histórico do partido do Governo resolve usar o medo e o terrorismo como argumento. Pode dizer-se que se trata de terrorismo intelectual.
Mas Mário Lino foi quem proferiu o argumento que, na minha opinião, só seria batido em ausência de lógica se o Ministro das Obras Públicas tivesse dito "porque sim". Mário Lino "afastou a hipótese de o aeroporto se localizar na margem sul do Tejo por as zonas de Poceirão, Faiais e Rio Frio (as alternativas à Ota) serem um «deserto».
«Não é num deserto que se faz um aeroporto», sustentou Mário Lino.
"
O MdOP parece ser da opinião que construir um aeroporto onde existe espaço para futuras ampliações das pistas, para desenvolver estruturas de apoio, e onde o número de potênciais vítimas em caso de acidente é menor, não faz sentido.
Talvez seja defeito meu, mas não consigo ver lógica nisto.

quarta-feira, maio 23, 2007

Assobiando para o ar, com um sorriso de gozo

No The Guardian:




Também no The Guardian:

In its annual report, the London-based human rights group said Britain was damaging the rule of law and the independence of the judiciary - particularly in relation to its anti-terror legislation.
It castigated governments for their "fear-mongering and divisive policies" that undermined the rule of law and sowed the seeds for more violence and conflict.

Serei censurado?...


Nota: Pensei em completar a frase, mas depois ocorreu-me que não conheço a senhora que deu à luz tão ilustre engenheiro técnico. Preferi manter o original, tal como citado no DD.

Europa à força


Aqui está uma notícia que, apesar de boa para a minha carteira, me provoca uma séria preocupação. Cada vez mais esta Europa se deixa escorregar para os pântanosos terrenos da demagogia, esquecendo, ou atropelando, os direitos de quem fornece serviços. Eles (Europa) é que decidem se o lucro é exagerado ou não, ou se o serviço vale aquele preço ou não. O cliente não é tido nem achado.
E o cliente pode vir a ser o maior prejudicado. A falta de competição, que o baixo preço imposto gera, pode fazer cair a qualidade do serviço, ou até a sua extinção. É possível que daqui a uns anos a UE esteja a impôr às companhias de telecomunicação que mantenham o roaming e a criar mais uma agência de controlo de qualidade só para este serviço.

No The Guardian cita-se a senhora responsável por este abuso:

Europe's internal market will finally become truly borderless, even for mobile phone bills.


Europa à força...?

Nada de anormal

Muitos hão-de vociferar contra o pagamento das operações efectuadas nas caixas multibanco. Alguns dirão que se trata de um abuso, sem sequer se interessarem no abuso que é usufruir de um serviço prestado por outros sem pagar, contra a vontade dos prestadores do dito.
Aqui pelo Reino Unido é corrente pagar-se pelos levantamentos (pelo menos, porque eu não uso outros serviços). Existem até empresas cujo negócio são as máquinas de levantamento de dinheiro. E cobram a sério: £1,75 (quase €2,60). Os bancos optaram por não cobrar aos seus clientes e fizeram acordos entre grupos financeiros, para que também os clientes de outros bancos usufruam desses serviços gratuitamente. É só uma questão de escolher bem em que máquina fazer o levantamento, e o serviço é gratuito. O mercado funcionou em benefício do consumidor, que só paga se precisar da moeda com urgência ou se não lhe apetecer estar à procura de um banco onde o serviço não lhe é cobrado. Neste último caso o consumidor é beneficiado porque encontra cash machines em locais onde normalmente não existiria nenhuma. Nada de anormal, portanto.

quarta-feira, maio 16, 2007

Não fui quem o disse...


Mas ainda bem que o disse.

Trabalho não remunerado

Na minha última passagem por Portugal descobri este pequeno anúncio que muito sucesso faz, na continuação do seu predecessor. Se o anterior pretendia convencer o comum cidadão a adquirir o tal ecoponto doméstico, este segundo levantou-me muitas mais dúvidas e questões.
Quem ganha com a separação de resíduos? E porque é que eu devo trabalhar para eles sem ser remunerado? (são só os exemplos mais flagrantes.)
Recorrendo ao Google, procurei saber mais sobre a Sociedade Ponto Verde e descobri uma página do GEOTA que me parece muito útil. Mas é o site da Sociedade Ponto Verde que me interessa por agora.
Segundo o que leio no dito site, a Sociedade é privada e não tem fins lucrativos. Mas há dinheiro, não há? De onde vem? Vem de "diversos accionistas (Embaladores/Importadores, Distribuidores, Autarquias, Fabricantes de Embalagens e de Materiais de Embalagem)", todos com interesses na recolha selectiva do lixo, seja por obrigação legal ou por motivos económicos. São entidades que vendem o lixo que o cidadão comum se deu ao trabalho de separar a empresas que, por sua vez, o vendem às empresas que lhe vão dar nova utilização vendendo os produtos reciclados a quem os vende de novo ao cidadão comum. No fundo, pretende-se que façamos a separação de boa vontade, dotando este mercado de mão-de-obra e matéria-prima practicamente gratuitas. É até algo irónico que, no site supra citado, o cidadão que faz a separação de lixo gratuitamente seja chamado de consumidor...


Quando uma empresa que vende bebidas decide usar garrafas de vidro reutilizáveis, oferece incentivos para que o consumidor devolva a garrafa. Porque é que as empresas que vendem produtos em embalagens recicladas, ou recicláveis, não podem fazer o mesmo a quem fizer separação de lixo? Estou até disposto a apostar que apareceriam pequenas empresas (até mesmo unipessoais) prontas a recolher o lixo separado à porta do cidadão trocando com este último o trabalho de levar a tralha a um ecoponto pelo lucro da venda dos resíduos separados.

quinta-feira, maio 03, 2007

Cinema e perguntas pertinentes

Fui ver o filme Next, com o Nicholas Cage, Julianne Moore e o consolo para os olhos Jessica Biel. Cage faz o papel de um homem que consegue ver o seu futuro, mas não mais que dois minutos. Julianne Moore é a agente do FBI que o quer usar para prevenir um atentado nuclear em território Norte-Americano. Quando a agente o amarra a uma cadeira com uma máscara que lhe mantém os olhos abertos, contra a sua vontade e para o obrigar a colaborar, justifica-se com a defesa da liberdade de oito milhões de pessoas. É então que o personagem interpretado por Cage responde com as perguntas "What about my freedom? What about my rights?"

É só um filme, dir-me-ão alguns. Mas a pergunta é pertinente. Podem os direitos de muitos sobrepôr-se aos mesmos direitos, mas de um, apenas por uma questão de força dos números? Será justificável ignorar os direitos de um indivíduo na defesa desses mesmos direitos para outros, eventualmente em maior número? Não será esta justificação uma negação do próprio ideal que se pretende defender?

terça-feira, maio 01, 2007

Solidarity - Um pouco de estrangeiro

O Dicionário Inglês/Inglês da Longman define solidarity como um:

loyal agreement of intrests, aims, of principles among a group [...]

Confesso que é um pouco diferente da definição que tenho implantada na minha consciência mas não deixa de ser interessante.
Já agora, será que se pode acusar o acordo paga os impostos ou vais preso de ser um exemplo de lealdade?

Devo dizer que usei o dicionário de Inglês porque não tenho um de Português aqui, e na rede apareceram-me muitas definições jurídicas, e as outras contrariavam-se demasiado.