domingo, abril 30, 2006

Voltei, voltei

Voltei da Serra da Estrela, queimada mas ainda com um toque de natureza virgem. E voltei com fotografias... tiradas com o telemóvel, já que a minha personalidade distraída me levou a esquecer-me das máquinas dedicadas às fotos no Porto. Publicarei algumas a seu tempo.

terça-feira, abril 25, 2006

Dia da liberdade

O país comemora hoje o dia da liberdade. A liberdade para que eu escreva baboseiras nesta página de internet sem censuras oficiais. A liberdade de expressar opinião, por mais estúpida ou vil que seja. Mas a censura continua por aí.
Os donos da revolução insultam e classificam todos quantos os critiquem, ou à "liberdade" de os adorar como os salvadores da pátria, num exercísio narcisista e autoritário de quem não quer largar a História às mãos do tempo e da falível memória. Chegam a distorcer alguns factos...
Mas não deixa de ser o dia da liberdade.

Atrasos de vida

Não foi desta que fui para a Serra da Estrela. Sem alojamento para esta noite, só vou amanhã. Assim tive tempo para ir ao cinema de segund'-à-noite, e de ouvir, no regresso a casa, umas parvoíces da boca de um dos "donos de Abril", Vasco Lourenço.
Diz ele que o país está melhor agora do que antes de '74, mas que podia ser muito mais. Do ponto de vista dele e de outros "donos de Abril" o problema surgiu com as eleições de '75, pois o Gonçalvismo era e é a resposta. Continuam a defender que quem não está com a revolução, está contra ela... É a democracia deles.
Ainda mais disse o militar de Abril, disparando contra Alberto João Jardim pela não comemoração do 25 de Abril na Assembleia Legislativa Regional, dizendo ser isso prova do défice de democracia na Região Autónoma da Madeira. A verdadeira democracia pluralista está em aceitar que os outros não tenham a mesma opinião que nós, e não em obrigar os outros a fazer discursos de circunstância, que em nada ajudam na governação do território, só para lhes puxar lustro ao ego. A ver vamos se há comemorações na assembleia açoriana, como não tem havido...
O "herói" não ficou por aí, insinuando que é por causa destes assuntos que a RAM tem um dos défices maiores do país. Não sei se o défice é assim tão grande, se fizermos as contas aos dinheiros devidos pelo Governo central à Região, mas podemos olhar para a questão de outro prisma. Quem não sabe ficará a saber que na RAM não se pagam sequer taxas reguladoras em nenhum estabelecimento do serviço nacional de saúde, sendo este custo extra suportado pelo orçamento regional. Os residentes naquelas ilhas têm descontos nas suas viagens para o território continental, não por iniciativa da TAP, mas porque o governo regional paga o restante. A RAM é seguramente um dos distritos do país onde há mais habitação social, às custas de programas europeus de desenvolvimento das regiões periféricas, algumas ajudas da admnistração central (como qualquer outra região do país), e com contribuições do orçamento regional. AJJ consegue impôr, na política social, um estilo de governação mais próximo do que os PCPs, BEs e outros da extrema esquerda nacional defendem, e por isso se endivida.
Vasco Lourenço não existiria se não fossem as comemorações do 25 de Abril. Teria o direito de antena que eu tenho, nada mais. Por isso tenho que o compreender: tem que tirar as teias ao ego, e afugentar as traças da farda de herói.
Mas isto digo eu, que não percebo nada...

domingo, abril 23, 2006

Ausência

Depois de hoje ter comido e bebido (pouco) num baptisado, preparo-me para abalar amanhã para a Serra da Estrela. Vou lá andar durante uma semana à procura de vestígios (pegadas, cadáveres, caganitas, etc...) de animais como voluntário, para ajudar uns colegas num trabalho de biologia qualquer (depois eles explicam melhor). Estarei, portanto, longe da internet e da blogosfera.
Certo de que não farei muita falta, desculpo-me, mesmo assim, pela ausência anunciada.

sexta-feira, abril 21, 2006

Visão tenebrosa

O amigo Eduardo A. Silva chama a atenção, no seu LAPIS DE COR, para este artigo sobre o MIT e o Plano Tecnológico que saíu na Visão.

quinta-feira, abril 20, 2006

Normalidade

A normalidade de algo não depende só da sua aceitação, nem sequer da sua frequencia. A normalidade de algo depende da sua implantação histórica, da sua utilidade social e natural.
A erupção de um vulcão, não é frequente (a não ser que a interpretemos do ponto de vista geológico), mas é normal. É natural e acontece desde que a camada exterior do nosso planeta começou a arrefecer, antes de haver sequer algo parecido com o que nós consideramos vida.
As violações de crianças são, infelizmente, muito mais frequentes que erupções vulcânicas, mas não são socialmente aceites, e a sua naturalidade é bastante discutível. Podem até considerar-se consequência de uma doença. Pelo menos na espécie Homo sapiens não são normais.
Muitas acções naturais da nossa e de outras espécies não são socialmente aceites, mas não devem deixar de ser vistas como normais, como o aliviar de pressões positivas no nosso sistema digestivo, como consequência de acumulação de gases, como é o arroto (também o é aquilo que algum leitor se há-de lembrar).
Hoje em dia aceitam-se as relações sexuais entre dois homens, mas serão normais? (Não falo das relações homossexuais entre mulheres, porque não me parece que essas passem de masturbação mútua, com ou sem ajuda de algum brinquedo fálico.)
A homossexualidade masculina não é natural nem serve de nada do ponto de vista biológico. Existe, hoje em dia, alguma aceitação social (até existe um cada vez mais forte lobby gay), que mesmo assim não é generalizada, nem existe grande implantação histórica (note-se que falo de homossexualidade, e não de bissexualidade, pelo que os antigos Espartanos, por exemplo, não contam, uma vez que tinham relações homossexuais só quando estavam em treino militar, longe das suas esposas).
Na minha opinião, que vale o que vale, apesar de aceite, a homossexualidade masculina não é natural. Como não o é a prática de pederastia entre casais heterossexuais, ou o uso do preservativo, que não deixam de ser aceites por isso. (Até aconselho o uso do preservativo para quem não se quer arriscar a apanhar doenças ou ter surpresas de outra ordem.)
Repito: Por ser aceite não tem que ser normal.

terça-feira, abril 18, 2006

Olha... Foi há um ano...!

Foi há um ano que resolvi entrar para a blogosfera. Agora sinto-me ainda fresco nisto dos blogues, mas contente por ter um espaço meu, onde exercito o meu fraco intelecto, e onde tenho o prazer de dizer os disparates que me vêm à cabeça.
Entre alguns assuntos aguados, lá foram surgindo aqui e ali alguns choques ideológicos (e tecnológicos, já que eu não pescava nada destas coisas, e agora pouco mais percebo), que muito gosto me deram no momento de partir alguma lenha.
Empurrado pela inércia deste blogue, fiz surgir entretanto outros dois. O Caretas, onde despejo um ou outro texto sem qualquer outro interesse que não seja o literário, e O Pátio da Cerveja que, apesar de contar com um número considerável de colaboradores, tem andado lento e parado.
Espero não parar com esta actividade, e continuar a suscitar, aqui e ali, alguma discussão nas caixas das mensagens deste blogue, que nada seriam sem os poucos curiosos que por aqui perdem o seu tempo. Obrigado!

segunda-feira, abril 17, 2006

Sou um egoísta, pronto...

Na linha daquilo que escrevi no post anterior, Sou egoísta, e tendo em conta a resposta do AA, resolvi esclarecer umas coisas e outras.
Em primeiro lugar, não escrevi aquele texto para apoiar uma lei anti-tabagista do governo, até porque o meu apoio de nada serve, mas para fazer uma pergunta algo retórica que tem a ver com a responsabilidade de quem fuma sobre eventuais problemas de saúde, sejam estes crónicos ou temporários. Perguntava-me se seria possível pedir em tribunal indemnizações àqueles cujo vício afecta terceiros.
O que é verdade, e por isso me sinto algo tímido ao falar deste assunto, é que deixei transparecer, no dito texto, que não consigo criticar a lei por motivos que entram na área do egoísmo, daí o título que nunca foi irónico de intenção. Confesso que também não consigo defender esta legislação, ainda por cima por falta de argumentos.
Sendo assim, prefiro criticar os fumadores, e tentar evitar a lei.

domingo, abril 16, 2006

Falta de comparência

Estava eu longe de uma ligação à rede que não seja do domínio público, prestes a caminhar ansiosamente até ao Atlântico que banha o lado sul da Ilha do Porto Santo, quando a notícia de que não houve quorum numa votação na assembleia legislativa nacional me fez voltar ao sofá. Depois de acabada a peça jornalística e ouvidas desculpas e explicações, retomei a intenção de tomar um banho de mar. Chegado à fina areia daquela ilha (para quem não sabe, a melhor praia do país), fui nadar um pouco. No regresso, espanto meu! Um deputado da assembleia nacional falava ao telemóvel a três metros do local em que as minhas nádegas se afundavam na areia. De calções de banho, mas sem tirar a T-shirt, aquele representante do círculo eleitoral da RAM na bancada social democrática do parlamento nacional, demontrava a quem nele reparasse o que faz um deputado num dia de votação com o salário pago por todos nós: vai à praia...
Este episódio fez saltar à minha febril e pouco fiável consciência todas as veneráveis desculpas que tinha ouvido antes, pela boca de alguns responsáveis parlamentares. É verdade que os entrevistados dos dois partidos mais representados não se descoseram em muitas razões, evitando pôr a mão no fogo por tanta gente, e bem. Mas as desculpas que mais me saltavam à cabeça eram as de que alguns deputados, nomeadamente do BE e do PCP estariam a representar os respectivos partidos em encontros internacionais. Afinal, o trabalho partidário é mais importante que o trabalho legislativo?
Nestes casos, convém perguntar para quem trabalham os deputados, e de onde lhes vem o salário? Serão, por acaso, os partidos a pagar-lhes os honorários, ou o povo Português? Foram eles nomeados pelos partidos, ou eleitos pelos seus concidadãos?
Com ou sem justificação, exceptuando aqueles que apresentam atestados válidos (e porque não juntas médicas para estes senhores?), todos quantos faltam a esta ou qualquer outra sessão legislativa estão em falta para com os eleitores e para com a nação. Estão em falta para com o seu empregador. Que farão estes senhores e senhoras (lá estou eu a discriminar, para que não me acusem de o fazer...) quando a sua cozinheira não lhes aparece lá em casa por várias ocasiões, sem justificação credível, incluindo no dia daquele jantar muito importante?

terça-feira, abril 11, 2006

Sou um egoísta

Não fumo. Não gosto do sabor nem do cheiro a tabaco. Uma pequena quantidade de fumo de tabaco enche-me os olhos de lágrimas doloridas que me turvam a visão e me puxam as pálbebras para baixo.
Se vivessemos num país de pessoas educadas, eu pediria a todas as pessoas que chucham um cigarro numa sala onde me encontro fechado que não fumem, sem ter receio de que pelo menos um (na melhor das hipóteses) desses indivíduos me mande ir para locais desagradáveis ou fazer coisas que nunca faria. Na realidade já fiz tal pedido, e o resultado, mesmo quando aqueles que fumam são meus conhecidos, não foi o esperado quando se faz um pedido educado. Se vivessemos num país de pessoas educadas, nenhuma lei seria necessária para que não se fumasse em espaços fechados.

domingo, abril 09, 2006

Sem fôlego

Ausentei-me. esqueci-me de tudo e todos, e desapareci sem deixar (muito) rasto. A viagem marcada à última da hora para a Região Autónoma da Madeira deixou-me sem fôlego por dois dias, mas agora já cá estou. E na segunda-feira, se tudo correr bem, vou desopilar ainda mais, fugindo para o Porto Santo.
Vai ser ainda mais difícil, senão impossível, conseguir vir descarregar umas linhas do meu aborrecimento a este blogue antes do fim-de-semana que vem. Se alguém houver que se chateie com isso, peço desculpa...

quarta-feira, abril 05, 2006

Discussão pertinente para a minha vida

Santos Cabral, ex-director nacional da Polícia Judiciária, levava uma carta de demissão no bolso. Alberto Costa pressentiu a bofetada e cumprimentou-o já com o dedo a apontar para o olho da rua. Quem foi que, afinal, tomou a iniciativa? Não sei, nem quero saber. É pouco relevante. O que é realmente relevante é a birra que este Governo parecer andar a fazer com a PJ.
Porquê? Não sei, mas gostaria de saber.

terça-feira, abril 04, 2006

Escrever e falar bem

Não sou (de longe) um perito da língua portuguesa, falada ou escrita, mas sei o suficiente para fazer uma autocrítica, como a de que nos últimos textos aqui publicados tenho tido pouco cuidado com a escrita. Repito demasiadas expressões que servem de ligação entre frases e assuntos, e mais algumas outras questões. Também sei o suficiente para fazer críticas aos outros, que normalmente deixo presas no meu consciente privado.
A última grande crítica que me saíu do limite de desculpabilização que imponho às minhas considerações acerca do linguajar alheio, rasgou-me a decência pela repetição, de há já alguns anos para cá, de um grave erro de português por parte de um (espero que seja só um) comentador ou relator de jogos de futebol. Não sei quem é, nunca o identifiquei, mas o atropelo à lingua mater não me sai da cabeça durante alguns dias após as já demasiadas cuspidelas do sacripanta: Quando quer elogiar uma determinada acção de um qualquer interveniente do espetáculo desportivo, atira sempre com um "é de salutar"! Não é "salutar", nem sequer "de saudar", mas "de salutar"!!! Só um belo exemplo da imbecilidade analfabeta de alguns senhores dos media nacionais, podia debitar tal ignorância.
Desculpar-se-á este vil prego em alguém de poucos estudos, ou parcos conhecimentos da língua, mas lembro que esta coisa se intitula de jornalista!

Civismo


Porque o civismo também se vê por isto. Não havia razão nenhuma para que este imbecil estacionasse decentemente, até porque mais ninguém precisa de estacionar o carro depois dele...!

domingo, abril 02, 2006

Coitado

"Jerónimo de Sousa receia que uma revisão da Constituição abale a democracia política"
Jerónimo de Sousa receia mas é que uma revisão da Constituição abale a tendência comunista que existe na dita.
Por mim, nunca o escondi, fazia-se uma nova. Uma que não seja programática nem obrigue partidos democraticamente eleitos a seguir políticas de esquerda. A Constituição tem de ser neutra. Não o é.

Combate ao desemprego

Pois é. Há muito trabalho para advogados aqui.
Pessoalmente, vou assobiando para o ar.

sábado, abril 01, 2006

Violação do bom senso

Acusam também o Governo de estar ao serviço de interesses privados que querem tomar conta dos serviços públicos lucrativos ou potencialmente lucrativos, e de pretender despedir os trabalhadores da função pública.
A única acusação que, a confirmar-se, pode ser considerada grave, é a de estar ao serviço de interesses privados. Não pela possível privatização de alguns serviços, mas pelo eventual favorecimento de alguns privados sobre os outros.
A verdadeira preocupação destes sindicalistas é, a meu ver, a perda de salário, e para evitar isso atiram terra para o ar e arrancam folhas dos galhos vizinhos em manobras de diversão e intimidação, como fazem os gorilas e alguns outros animais. Mas essa é razão mais que justa para estarem privadamente preocupados. Razão mais que justa para trabalharem melhor, a ver se não perdem o emprego. Mas fazer disso uma luta nacional, num estado falido e com uma função pública gorda e pouco eficiente, é pura falta de bom senso, para não dizer evidente prova de egoísmo.
A meu ver, e posso estar enganado, só tem medo quem realmente acredita que o seu posto é supérfluo, que o seu trabalho não faz falta, ou quem tem consciencia de que não é um trabalhador esforçado.