Se de alguma coisa serviu ao râguebi Português a qualificação para o Campeonato Mundial da modalidade, foi para que quem seguiu os Lobos, All-Blacks e companhia visse como um desporto pode ser praticado sem manhas ou teatros. Para mim não é surpresa. Tenho visto muito râguebi, incluindo a nível de equipas não-nacionais, aqui no País-de-Gales, e desde o início me agradou ver jogadores de equipas adversárias guerrearem-se pela vitória no jogo sem fazer aquela "falta inteligente" tão característica do futebol. Nem teria, aliás, efeito. Neste jogo o árbitro participa. Não como o inflexivel fiscal das regras, como no futebol, mas como um dos responsáveis pela qualidade do jogo. O árbitro do râguebi vê a falta e avisa o jogador em transgressão, e só castiga a sua insistência. O jogo flui. A luta é leal e sem manhas e ninguém faz teatro. Há desportivismo.
Não acredito que muito Português tenha cedido muito tempo e paciência à histórica aparição de uma selecção Lusa entre as vinte melhores do mundo. Mas esta equipa enche-me de orgulho. Ainda mais porque não saíram de lá sem pontos. Um ponto de bónus pela escassez da derrota frente à mais experiente Roménia permitiu aos Lobos não voltar a casa a zeros. Se juntarmos as eleições para homem do jogo de dois jogadores da inexperiente mas voluntariosa equipa nacional, ainda mais orgulho nos podemos permitir.
Haja mais râguebi em Portugal, a ver se o futebol aprende.
2 comentários:
Dizem os apreciadores que "O futebol é um jogo de cavalheiros, jogado por arruaceiros. O Rugby é um desporto de arruaceiros, jogado por cavalheiros."
E diz o meu irmão, que em miúdo jogou rugby no Benfica, que no final de cada jogo... a equipa derrotada faz um corredor, a equipa vencedora passa pelo meio, e é aplaudida. Sempre, sempre, em todos os jogos. O que quer que tenha acontecido durante o jogo, é esquecido no fim.
basta ve-los a cantar o hino!
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