quinta-feira, dezembro 15, 2005

Alegre e as mulheres

Manuel Alegre e seus apoiantes dizem que ele é o único candidato a PR que fala sobre as mulheres. Referem-se, obviamente, só aos candidatos Cavaco, Soares, Sousa e Louçã, já que conto pelo menos duas candidatas, uma das quais a poucas assinaturas do mínimo exigido, Manuela Magno (não sei em que pé está a candidatura de Carmelinda Pereira). Uma mulher representará melhor o eleitorado feminino, digo eu. Mas não é este o assunto que quero discutir.
Na minha modesta opinião, Alegre é que está a discriminar as mulheres. Separar-se o eleitorado por género sexual é, só por si, discriminatório. E a paternalização das eleitoras, com a mãozinha (retórica, esta mãozinha. Não acuso Alegre de assédio) sobre a cabeça, em jeito "coitadinha, é mulher", também não é muito positiva para as mulheres que se afirmam sem exigências especiais relativas ao seu sexo (exceptuando, claro, as exigências que à biologia dizem respeito).
Devo dizer que não me agrada, sequer, que nos artigos que a nossa Constituição consagra aos direitos do cidadão, seja constantemente reafirmado o mesmo direito para as mulheres. Será que elas não são cidadãos, e como tal precisem de ter alíneas de salvaguarda?

5 comentários:

Gonçalo Taipa Teixeira disse...

Não vejo em que é que essa retórica se encaixa no texto que escrevi... Tentarei explicar-me melhor:
- PR é Presidente da República, e não percebo quem morreu, já tanto o homem (Jorge Sampaio) como o cargo ainda existem, não estão mortos.
- E o que é que o politicamente correcto tem a ver com coerência? Uma coisa é dizer-se palavras mansas de maneira a ficar bem na fotografia, outra é fazer-se lógica.
- O seu "labrego de Boliqueime" nada tem a ver com esta conversa. Escrevi a MINHA opinião, e não a dele, até porque não a conheço.
Concluo dizendo que o políticamente correcto faz-me alguma confusão: Ser-se bem educado, tentar não ofender o próximo, assino por baixo; mas inventar-se probleminhas só por imagem... ao diabo com a imagem! A Constituição Portuguesa não tem que ser "politicamente correcta", basta-lhe ser eficaz.

Gonçalo Taipa Teixeira disse...

Entendido. Abraços!

ZP disse...

Gostei expecialmente quando no debate com o Louçã o candidato Alegre (que pouco tem disso) disse, defendendo as mulheres, que elas podiam contar com a compaixão dele! Compaixão dele?? Se isto não é fazer delas coitadinhas...

Abraço!

Anónimo disse...

Caro amigo:
Concordo plenamente contigo quando falas da constante discriminação das mulheres perante a lei. Mas a discriminação que mais me indigna é a "auto-discriminação" que algumas mulheres com importantes cargos politicos insistem em assinalar, grande parte das vezes, completamente descontextualizado da lógica dos seus discursos.

Gonçalo Taipa Teixeira disse...

Também existe, amigo Vasco.