Ao texto "Nacionalizações", que escrevi neste blogue, dois amigos meus entraram em discussão comigo, o ZP e o Abtúrsio. Ao primeiro comentário do ZP, acho que já respondi, e dou-me por satisfeito. Como essa resposta gerou outras, e vi-me obrigado a responder-lhes, achei que valeria a pena responder de forma mais visível, relançando a discussão.
O Abtúrsio começa por dizer que, apenas por pertencerem ao estado, as empresas perdem competitividade (não transcrevo porque este meu amigo, apesar de saber escrever melhor, não se dá ao trabalho de relêr o que escreveu. Sendo assim poupo-o à crítica de quem não o conhece, pedindo desculpa por algum pormenor que interprete mal). Não perdem competitivedade... perdem competição. Como é possível a uma empresa privada competir com uma empresa que, além de muitas vezes protegida, ainda tem injeções de capital do estado sempre que tenha um mau desempenho? E sem competição, qual é a empresa que faz por servir melhor o consumidor? O Abtúrsio também se apraz com o emprego pleno, estatal. Quanto a esse comentário (saúde incluída) penso que o "post" original esclarece bem o meu ponto de vista, no excerto que começa com a explicação "Mas um patrão que tem em vista apenas dar emprego esquece-se do lucro, muito difícil numa empresa em que ninguém precisa de produzir para manter o emprego.", continuando a explicar as consquências que prevejo (a ler no original, se a vontade for essa).
No segundo comentário do ZP, este diz que "A manipulação de preços por parte das empresas é proibida mas é nítido que é práctica comum em Portugal! Aliás é só recordar como há bem pouco tempo foram multadas uma série de companhias farmaceuticas por fazerem isso!". E isto é argumento em favor da privatização? Antes pelo contrário! Aquilo que é ilegal não pode ser exemplo, nem positivo nem negativo! Além disso, uma companhia estatal como a TAP, faz uma manipulação de preços legal, porque sancionada e protegida pelo estado, nas viagens entre Portugal continental e a Região Autónoma da Madeira, por não ser permitido a mais nenhuma companhia fazer estas linhas. Se o ZP é contra a manipulação de preços, não pode estar de acordo com isto. A única coisa que posso dizer em relação às cartelizações de que ele fala, é que se devem investigar e condenar. Além de que, ficará a saber o meu amigo ZP se ainda não sabe, os farmacêuticos Portugueses gozam de uma protecção férrea. Eu não posso ser dono de uma farmácia, porquê?! E as maiores cartelizações são feitas a partir das Ordens...
Quanto aos recursos estratégicos de que tanto fala o ZP, pode sempre acautelar-se os interesses nacionais, com a manutenção de acções por parte do estado, mas evitando-se a intervenção. Não se pode admitir que essas empresas sejam geridas como fazendo parte do estado (não poucas vezes, do governo), com as nomeações políticas e tudo o que isso acarreta.
A competição só ajuda a que nos superemos. Isso é mau?
4 comentários:
Já não existe o rendimento mínimo garantido, Abtúrsio? E não há gente a depender da boa vontade alheia, mesmo assim?
Somos, ou não somos, mal servidos pelos serviços de estado? Se houvesse uma mentalidade economicista aí, o cliente seria muito mais bem tratado. A saúde é um exemplo, a educação outro.
Já agora, diz-me quais são as obras de caridade que suportas, para eu saber até onde vai a tua convicção.
Bem sei que este comentário está um bocado aos retalhos, mas é um comentário feito à pressa.
Eu não o anuncio... Nem nunca disse que mentias.
Quanto ao resto, dás-me razão.
Exitem sempre soluções para quem não pode pagar. O estado pode sempre ajudar, mas os hospitais não podem funcionar mal e sem lógica orçamental.
Não percebi... desculpa.
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