terça-feira, dezembro 27, 2005

Justiça social vs igualdade social

Todos quantos defendem a justiça social como sendo um caminho para a igualdade social partem, deduzo, do pressuposto de que somos todos clones uns dos outros e produtos da mesma formação, com personalidade e capacidade de produção comuns. Mas não somos. Somos antes uma mistura variadíssima de individualidades diferentes.
Se assim é, alguns produzem mais e/ou melhor que os outros. Daqui formo a minha opinião, de que a igualdade social é, na verdade, socialmente injusta. É tudo uma questão de mérito.

6 comentários:

Elise disse...

shiu, shiu, não fales em meritocracia, senão ainda te chamam fascista. :p

Gonçalo Taipa Teixeira disse...

Nada a que já não esteja habituado.
Por acaso ainda não fui pessoalmente chamado de reaccionário...

ZP disse...

Esqueces-te do resto do racioninio, caro Gonçalinho... Então as pessoas que desempenham as mesmas funções com o mesmo aproveitamento e são premiadas de forma diferente? Por certo já terás visto gente na faculdade a ter notas em td semelhantes e a terem notas finais diferentes (isto é só um exemplo como muitos no mercado de trabalho)! A justiça social e a igualdade social não são importantes nestes casos? E acima de tudo socialmente MUITO justas?

E tb não referiste que a justiça social encarrega-se de recompensar desempenhos diferentes com recompensas diferentes enquanto que a tal igualdade, que tanto medo te mete, apenas se aplica quando os desempenhos são iguais. Quando alguns produzem mais que outros se são tratados da mesma forma não é um problema de igualdade, cm dizes (pois esta nem se deve aplicar nestes casos), e sim de justiça social!

Só posso concordar com a última frase, é tudo uma questão de mérito! Se produzes mais deves ser mais recompensado (justiça social) de forma a ser elevado aos teus "iguais" (igualdade social) e se produzes o mesmo que alguém que recebe menos que tu deves receber o mesmo que ele (justiça social) e ficar no mesmo patamar que ele (igualdade social). Realmente uma coisa leva a outra mas só a vejo como socialmente positiva, justa e como um bom pilar no qual se pode contruir uma sociedade justa!

Gonçalo Taipa Teixeira disse...

ZP: Estás enganado. A esquerda Portuguesa define define como igualdade social a supressão dos "demasiado" ricos e dos "demasiado" pobres. Muito bonito, mas achas que o Belmiro de Azevedo é rico por acidente? Quanto às falhas de avaliação de que falaste, no caso da faculdade, não têm a ver com o sistema, mas com a fiscalização e com a honestidade individual de cada um. Se quiseres discutir o sistema de avaliação em si, fa-lo-ei com agrado noutra altura.
Abtúrsio: Achas que todos os pedreiros merecem o mesmo ordenado? Não haverá um ou outro que trabalhe mais e melhor que mereça prémio? Mas aí também entraria com contratos individuais de trabalho que a esquerda demoniza, escudada na constituição Portuguesa. A obrigatoriedade do contrato colectivo é contrária à meritocracia.

VN disse...

Gosto muito da expressão:
"vou fazer pela vida!"
Lembrei-me agora que se todos fizessem "pela vida" aí sim estaríamos todos a ocupar (mais cedo ou mais tarde) o lugar que merecemos!

Inté!

Gonçalo Taipa Teixeira disse...

Nem as profissões têm todas a mesma importância, amigo Abtúrsio. Existem trablhos que exigem investimento pessoal e aprendizagem específica. Tu és Biólogo mas consegues pintar uma parede mais facilmente que um pintor de paredes consegue fazer o teu trabalho, ou não? Quantos doutoures e engenheiros não estão a trabalhar nas obras neste país? E quantos trolhas estão a trabalhar como doutoures ou engenheiros? (como engenheiros acredito, a julgar por algumas obras que por aí se vêem, como nas estradas)