Imaginemos que o sindicato dos jogadores resolvia obrigar os clubes de futebol a um contrato colectivo com todos os seus jogadores. Os jogadores que trazem uma mais valia desportiva e comercial, ou só uma das duas, ao clube e à equipa, ganhariam o mesmo que o jogador de menor valor.
Todos perderiam. Os jogadores de melhor qualidade iam-se embora, para clubes onde lhes pagassem mais, ou baldar-se-iam nos treinos e nos jogos. Ser-lhes-ia suficiente serem jeitosos. Os clubes baixariam bastante os seus ordenados, perdendo mais jogadores, para não pagarem demasiado aos futebolistas menos valiosos, e aqueles jogadores que estão sempre na dúvida ficariam desempregados (porque os clubes não baixariam assim tanto os ordenados, ou o ordenado comum). E os jogadores mais novos jogariam por menos, como estagiários...
O jogador de futebol valoriza-se pelo preço que o seu passe pode atingir e pelo ordenado que consegue que lhe paguem. O operário valoriza-se com uma pancadinha nas costas, quando não é reprimido por se esforçar mais que os outros, por fazer subir o padrão. Eu próprio já fui obrigado a fazer um trabalho inferior àquilo de que me sei capaz para não fazer subir a fasquia aos outros. Só não me importunei mais porque não recebia nada pelo trabalho, e o mérito seria sempre a repartir por mais pessoas. Mas senti-me de pernas cortadas.
Quem ganha bem é porque tem cunha, ou rouba. Quem ganha pouco é por ser oprimido, ou roubado.
8 comentários:
Esse é um exemplo mt claro de como a justila social é importante! Havendo essa justiça (e admito que muitas vezes, para não dizer qs sempre, não a há)eleva-se os melhores a um patamar superior aos outros criando a tal igualdade social (entre os que são melhores e não entre a totalidade dos jogadores, utilizando o teu exemplo). Agora dizeres que esta igualdade social é igual a injustiça é que não concordo mm, a sua ausencia é que é causadora disso! É esta ausencia que se encontra no teu exemplo uma vez que se está a igualar cs que não são iguais!
Qt ao que estavas a dizer de a esquerda querer acabar com os ricos não posso deixar de discordar mais! Se toda a gente é obrigada a dar parte do seu dinheiro ao Estado não existe nada mais justo de que quem pode dar mais que o dê de modo aos que pouco tem consigam subsistir mais facilmente! Podes não concordar com isto mas não digas que é um caso de injustiça social! Qm mt pode (e não dicuto os méritos desses pq apesar de existirem alguns Belmiros (infelizmente para o país poucos) também existem muitos ricos de 3ª e 4ª geração que nc nada fizeram por isso) e quer pagar o mm que qm pc tem não passa de um egoista pois, se como mts vezes afirmas, dás à obra de caridade que escolheres quando queres ajudar alguém, pagarem maiores prestações ao Estado (cm defende a, neste blog, tão abominada Esquerda) é ajudar um País inteiro!
Eu falei dos jogadores, porque um exemplo do que a esquerda chama igualdade social são os contratos de trabalho colectivos que, felizmente, não existem nos clubes de futebol. Neste caso há JUSTIÇA, porque o jogador prova o que vale e beneficia disso.
Quanto à solidariedade estatal que defendes, não é justa, principalmente para quem paga os impostos, para além de ser uma forma de envenenamento das relações sociais entre os cidadãos. Senão vejamos: se eu pago impostos e os usam para, por exemplo, pagar as doses seja lá do que fôr a um drogado, estão a contrariar a minha vontade. Estão a usar o meu dinheiro em algo que eu nunca usaria. Por outro lado, se o estado faz caridade por mim, eu deixo de me sentir obrigado a ajudar o próximó, abrindo um buraco nas relações sociais entre os mais desfavorecidos e os contribuintes. O vizinho deixa de ajudar, porque o estado é que tem a obrigação de o fazer. O vizinho deixa de o ser...
Esse raciocinio é completamente faccioso pois o mm dinheiro que dizer ser para caridade tb é para pagar a professores, médicos, etc! No seu total é para manter o País em funcionamento e melhorar as condições para todos (drogados ou não, pois todos tem os mesmos direitos)!
Essa ideia de deixar de haver vizinhos é completamente falsa e tendenciosa pois, pela mesma ordem de ideias, como o dinheiro do Estado tb é usado para te ajudar a tí (dinheiro gasto na formação, pois as propinas não cobrem td, nas estradas (e não estou a falar das SCUTs), para pagar aos médicos que te tratam qd vais ao hospital, etc) então n devias gastar mais nada em na tua pessoa!
Podes não concordar com alguns dos gastos dos dinheiros dos impostos (isso é outra questão) mas achares que é justo quem mais tem ser obrigado a dar (e atenção que aqui se trata de obrigação e não de um acto voluntário como a caridade) o mesmo que quem pouco tem é, quanto a mim, mt errado! É errado tanto moralmente como socialmente! Essa é uma atitude egoista ainda por cima causadora de maiores desiquilibrios na sociedade!
Meu caro Pinto Ribeiro, como o Gonçalinho sabe tanto defendo posições de Esquerda como de Direita, e é preciso ter um bocado de cuidado na maneira como se "marca" as pessoas que não se conhece.
Quanto a essa história de perg o que é a Esquerda é um boc fugir à questão, se tiver lido os post amteriores poderia notar que foi em resposta à afirmação que que a Esquerda queria suprimir os ricos e os pobres, cs que nunca irá acontecer (o que no caso dos pobres é pena). Obviamente que não tenho problemas nenhum em dizer que quem tem muito dinheiro já fez muito pelo país (e neste caso até já estou a fechar os olhos à grande maioria de endinheirados deste país cujas fortunas vieram por consanguineidade e não por trabalho próprio, pois se assim fosse por certo estaria o país numa crise muito menor), mas é a minha opinião (e aqui é que divergimos) que é muito justo que qm mais pode de um pouco mais (situação muito longe da tal supressão dos ricos) para que quem tem pouco possa sobreviver um pouco mais desafogadamente (infelizmente também mt longe da supressão dos pobres). Do mesmo ponto de vista também concordo com a ideia da meritocracia em que (como disse anteriormente) quem melhor desempenhar as suas funções deve ser mais recompensado (é claro que se é tão defensor desta meritocracia deve chegar à conclusão de que quem tem fortunas sem nunca ter feito nada por elas e viver sem trabalhar deve ser destituido dessas posses ou só a defenderá para receber mais e nunca no sentido inverso?).
No caso de quem herda, existem pesados impostos de sucessão (discutir-se-á se são suficientemente pesados), além de que se os papás arrecadaram e não gastaram, de certeza (na maioria dos casos) que queriam deixá-lo aos filhos... Ou deves recusar tudo o que os teu pais te dão? ;)
Mas a verdadeira questão não está, quanto a mim no que tu fazes ou fizeste para merecer o que tens. Está antes naquilo que podes fazer daqui em diante para que consigas tudo o que queres (para mim falo). Há quem tenha a sorte de começar à frente, mas que não tem capacidade de melhorar, ou sequer manter, aquilo que os antecessores conseguiram. Assim como há pessoas que nascem cegas, e tu não defendes arrancar os olhos a todos os outros para que fiquemos em igualdade, ou defendes?
A sorte dita-nos o começo, mas não o meio nem o fim.
PR: Quando me refiro à esquerda, tento aludir unicamente à esquerda inquestionável, cuja identificação não traz problemas nenhuns. A esquerda dos PCP's, dos BE's e mais alguns, incluindo certas facções do PS, como os Mário Soares e companhia.
Acerta deste assunto, eu só tenho a dizer:
"o futebol já foi mais técnico..."
Um abraço e já agora (se me permite sr. gonçalinho)... eu conheço um blog sem conteúdo e sem interesse:
www.ovasquinhosoueu.blogspot.com
meritocracia, ponto final. só assim podemos evoluir.
e a resiliência? tomemos como exemplo a Oprah. Tinha tudo para ser mais uma crackhead nas ruas dos EUA, mas lutou e agora é uma das mulheres mais poderosas dos EUA.
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Gonçalinho, um bom 2006! abraço
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