Até eu me deixei influenciar pelas palavras graxistas a que a imprenssa falada deu tom solene. Quando pensei em pôr, no post "O arrastão Vasco Gonçalves", a palavra "sinceridade" para descrever Álvaro Cunhal, saiu-me "coerência". O problema é que já ouvi chamar a uma pessoa de ideias fixas de tudo, desde teimoso a cabeça-dura, ou até mesmo de intransigente, e agora até eu defini tal indivíduo de coerente.
Não é, decerto, o facto de não se mudar a ladaínha, sequer numa pequena vírgula, dos 14 aos 92 anos, que dá a um ser vivo o direito de usar o título de coerente. Coerencia ganha-se pela não contradição de ideias sem razão aparente, não pela intransigênciaem seguir uma doutrina que a condição biológica da espécie humana nunca aceitará. Cunhal defendeu toda a sua vida uma utopia só batida em beleza pela anarquia.
Caro amigo Álvaro (já estou com camaradas pelos ouvidos), o Homo sapiens nunca aceitará viver sem competir, tanto social como fisicamente.
Sem comentários:
Enviar um comentário