sexta-feira, janeiro 27, 2006

Memória curta

Sócrates acusou Marques Mendes de dizer mal de certas políticas que anteriormente defendeu, só para ganhar votos dos descontentes. E rematou dizendo que os Portugueses não vão nisso. Se calhar já não se lembra da campanha eleitoral que lhe rendeu uma maioria absoluta...
Mesmo assim não posso deixar de lhe dar razão, em relação a todos os partidos que se alternam no poder e na oposição.
Mas a culpa é do eleitor que, como um peixe que tem mais olhos que barriga e se atira ao isco que se apresenta fácil de apanhar, escolhe sempre aqueles que prometem rios de mel e costas quentes.

As SCUTs na Assembleia

Ouvi, em directo no debate mensal da Assembleia da República, Marques Mendes acusar o Primeiro-Ministro de fazer birra em relação às SCUTs, subindo o imposto sobre os combustíveis de forma a pagar os gastos com aquelas auto-estradas, conforme o anunciado pelo próprio governo. Na resposta, Sócrates diz que o aumento dos impostos se deve ao estado deplorável em que o seu governo encontrou as contas. Nunca se referiu especificamente a este mais recente aumento, desviando-se à resposta clara.
E dizem que quem não debate é Cavaco...

Conversas, Churchill e política

Por altura das eleições dei com este post no blogue Abéculas, aves raras e outras espécies endémicas. Nele, o Aves Raras cita Churchill como tendo dito (e não tenho razão para duvidar) que Quem não é de esquerda em jovem, não tem coração; quem não é de direita em adulto, não tem inteligência. Ora como o Aves Raras confessa ter votado Alegre, provoquei-o com um comentário que denunciava o facto de Alegre ser de esquerda. Como me respondeu, e me alertou para o facto via e-mail, achei que, além da resposta no próprio blogue, devia responder aqui no meu cantinho.
A definição de Churchill, que trancrevi em negrito e itálico acima, tem defeitos. Aliás, acredito que os mais jovens, entre os 14 e os 18 anos, têm tendência a ser de esquerda não por terem bom coração, mas por egoísmo. Ou não são as ideias comunistas/socialistas mais confortáveis para quem olha para o futuro de um ponto de vista individual, como todos os adolescentes fazem? São promessas de estabilidade e facilidades em manter o estilo de vida em que alguém cuida de nós.
A segunda parte da afirmação de Churchill, também não é absoluta, calculo. Até porque conheço muito burgesso que se intitula de direita. Mas penso que que só não é de direita, em adulto, e depois de aturadas considerações sobre os sistemas políticos (em que nem todos os adultos se empenham), quem não acredita nos seres humanos. Digo isto porque, do meu ponto de vista, A esquerda tende a desresponsabilizar o indivíduo, responsabilizando o todo e atribuindo-lhe vontades e cuidando do bem-comum, enquanto que a direita tende a responsabilizar o indivíduo, deixando-lhe a escolha do seu caminho, dentro de algumas regras sociais, infelizmente necessárias.
É aqui, e só aqui, que vejo uma separação entre esquerda e direita. O indivíduo que se integra por si na sociedade versus o bem-comum que reprime a individualidade.

quinta-feira, janeiro 26, 2006

Sexo: porque a vida também tem disto

Reflectia eu em silêncio, no conforto do meu leito, quando ouvi uma voz feminina em nítida dificuldade respiratória. Cheguei a pensar que fosse espirrar, no meio da minha inocência, mas logo notei que a vocalização era mais gutural que nasal, e que o espirro sobe de tom e não acelera daquela maneira. Pensei logo: "alguém se diverte à fartazana, aqui no quarto de cima". O volume aumentou um pouquinho sem mudar a disposição feminina, pareceu-me, como se apenas quisessem que eu ouvisse melhor. Durou pouco mais que um minuto, minuto e meio. Tive pena do interveniente feminino, sem pensar que a festarola pode ter começado muito antes.
Dei por mim a pensar que se eu ouço o regabofe alheio...

terça-feira, janeiro 24, 2006

Os donos da moral Histórica

A Joana, do Semiramis, tem o condão de me fazer espreitar todos os dias o que de novo poderá ter escrito. "Os Loucos do Pireu" é um dos meus mais recentes favoritos, até pelos comentários que suscitou. A falta de elegância e de educação de alguns contestatários ao que a autora daquele blogue escreve é demasiado evidente. Não que usem linguagem indecorosa, mas são pouco inteligentes em algumas respostas, sendo até intelectualmente desonestos, deturpando os significados de forma propositada (ou então demonstrando uma evidente carência na capacidade de interpretação de textos), e num tom que me pareceu irritado. Mas não é isso que quero discutir.
A Joana é insistentemente atacada por dizer que a esquerda tem o vício de reinvindicar a História (e eu junto-lhe a moral e as boas intenções) como sua. Não preciso de dizer que concordo. Até tenho exemplo familiar do que é lutar-se pelo que se acredita, sem alarde nem auto-glorificação.
Como toda a gente, tive dois avôs. Um Salazarista convicto que, mesmo depois do 25 de Abril não se disfarçou de revolucionário nem tinha vergonha de dizer que tinha apoiado António de Oliveira Salazar. O meu outro avô, que fez parte da comissão instaladora do PSD de Vila do Conde (facto, para a maioria dos Portugueses, denunciador de um homem de centro-direita), também teve a sua quota na luta contra o regime do Estado Novo, tendo passado até pela cadeia. Fez parte do MUD (se não me engano), até este movimento ter sido invadido por militantes de extrema esquerda (Mário Soares era um deles). Nunca o ouvi gabar-se de boca cheia de ser pai da Pátria. Defendeu a causa em que acreditava, e isso bastou-lhe. Eu soube da maior parte das histórias pela sua filha (minha mãe) depois da sua morte.
Ambos acreditavam em algo de que nunca tiveram vergonha nem quiseram capitalizar. Tanto quanto sei, nunca se deram mal apesar das posições divergentes.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

A guerra, pelos vistos, é da direita...(???)

Ouvi dizer, no Prós e Contras, que a a esquerda é contra a guerra, ao contrário da direita...!
A China comunista ameaça Taiwan com folhas de jasmim, enquanto quen a Coreia do Norte o traje tradicional é parecido com uma farda militar, e o discurso belicista não passa de brincadeira. (só quis ir buscar uns exemplos contemporâneos).

domingo, janeiro 22, 2006

Era engraçado...

E se houvesse uma segunda volta?
Bastaria que Cavaco perdesse cerca de 0,6% dos votos, e teríamos uma segunda volta entre ele e Manuel Alegre. Era ver militantes do PS que se fartaram de dizer mal de Alegre, que o insultaram, que o desprezaram, a gritar pelas feiras deste país que Alegre é o homem ideal...
Era ver Mesquita Machado, por exemplo, que disse algo como "Ó Manel, tem juízo!", agora a dizer "Ó Manel, és do carago!". Tinha piada.

O vencedor

Cavaco ganhou. Foi eleito à primeira, como se esperava, mas os números acusaram algum desgaste da imagem de Cavaco ou uma maior mobilização dos eleitorados das áreas políticas dos outros candidatos. Por isso considero que Cavaco ganhou por uma nesga.
Já Manuel Alegre só se pode queixar de não ir a uma segunda volta, objectivo que só pensou almejar há semana e meia. De resto, ganhou porque se manteve até ao fim, porque conseguiu concentrar em si a maioria dos votos de esquerda, mesmo sem aparelho partidário. Também é um vencedor nestas eleições.

Jerónimo e Anacleto

Fiquei triste. Francisco Anacleto Louçã vai receber dinheiro dos meus impostos. E quem o ouviu lembrar-se-á daqueles discursos emotivos, cheios de perdigotos, que eu (principalmente devido à minha idade) me lembro de ver em filmes, seja no preto e branco original, ou nas interpretações coloridas do cinema, de figurões como Fidel (este ainda é, infelizmente do meu tempo), Hitler, Mussolini, Estaline, e outros revolucionários que crêem deter a exclusividade da moral e da verdade. (Lembro que andam por aí a surgir mais uns quantos, principalmente pela América do Sul)
Já quem ouviu Jerónimo julgar-se-á, fazendo fé no seu discurso, de volta ao Estado Novo. Se assim é, sr Jerónimo, foi o seu povo quem escolheu, para o bem ou para o mal. Faça o favor de não confundir este país com os dos seus modelos de governo ditatoriais, em que o Estado é a personificação do Partido, e este da razão e da bondade de intenções. A isto se chama democracia, ainda que em Portugal esta seja para inglês ver.

Expliquem-me, porque eu não entendo

Soares diz, e António Vitorino defende, que não perdeu?! Foi categoricamente derrotado nas urnas, até em relação ao candidato sem partido, falhando a cumprir todos os seus objectivos, e ainda se diz de alguma forma vitorioso? Nem evitou a vitória de Cavaco à primeira, nem caso houvesse, seria ele a disputar uma segunda volta.
Diz ele que a derrota seria ter desistido. Se desistisse seria pior, concordo. Mas não me lembro de ser esse o seu desígnio de campanha. Não o ouvi dizer nunca, ao longo da campanha "a mim ninguém me obriga a desistir!". O único que disse isso, foi Alegre. Este sim, cumpriu, e superou.

sábado, janeiro 21, 2006

Lógica desviada

Não quero, de modo algum, que me este texto interpretem como tomada de partido. Alías, quero só partilhar este meu momento de eureka pouco pertinente, que me assaltou no local previlegiado à filosofia e leituras banais, onde o nosso pensamento mais inconsciente ganha eco, seja pelos azulejos e as peças de louça estéril, seja pela situação vulnerável em que nos encontramos, de calças em baixo.
Acompanhem-me, então, neste raciocínio: havendo cinco candidatos de esquerda contra um só que não é de esquerda, porque é que os primeiros elegem como adversário o candidato dito de direita? Os adversários desses candidatos são quatro candidatos de esquerda e um que não é de esquerda. Os adversários do candidato mais à direita são todos da esquerda. Logo, seria lógico que este candidato apelasse ao voto contra a esquerda, mas não o faz.
Os votos contra a esquerda encontram uma só opção. Os votos contra a direita encontram cinco escolhas. Pode até discutir-se se o candidato mais à direita é verdadeiramente de direita (até porque quem me conhece sabe que vejo o PSD como um partido de centro que pende para a esquerda, e o PP como um partido que flutua, ao longo do tempo, entre um centro sem lados e um centro-direita pouco definido), mas averdade é que teria lógica para ele juntar todos os seus adversários naquela definição de "esquerda". O mesmo já não é verdade para os candidatos de esquerda. A não ser que não considerem os outros candidatos como adversários, mas aí o bom senso exigiria que se encontrasse uma só candidatura.
Mas como não vejo a eleição para a Presidência da República como uma escolha entre esquerda e direita, ou de um partido em detrimento dos outros, esta questão não me aquece nem arrefece, mas é uma "boa" desculpa para largar os livros de estudo por uma meia hora...
Votem como vos der na gana!

quinta-feira, janeiro 19, 2006

Moeda de duas faces

Além de significar um atropelo flagrante às promessas eleitorais que lhe deram mandato popular, o aumento da taxa sobre os combustíveis não deixa de ser um reforço de receitas, sempre em detrimento a cortes sérios na despesa. Para isso havia as receitas extraordinárias, que podiam incluir várias privatizações de empresas públicas, ou de capitais públicos, que de nada servem ao estado (servem aos partidos de governo, para dar ordenadões os amigos, e beneficiar os finaciadores de campanha).
Mesmo assim já ouvi, na RTPNotícias, uma declaração em que descobri uma vantagem nesta medida governamental. Um taxista sugeria mudar o combustível da sua ferramenta de trabalho para um combustível mais barato, necessariamente menos poluente (em vista das alternativas existentes).
Não sendo esse o propósito anunciado pelo governo, a menor utilização dos combustíveis fósseis, seja por menor uso, seja por uso de energias alternativas, pode ser uma vantagem.
Mas não se esqueçam de cortar na despesa, a sério, por favor!

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Senti-me picado



Não quis ficar atrás do AA e do AMN, no A Arte da Fuga, que já tinham sido provocados por outros (ver post). Os testes estão nos sites seguintes: Moral politics e World Smallest Political Quiz. Estes são os meus resultados, obviamente.

terça-feira, janeiro 17, 2006

Já foi tarde...

Mansos...

"Sobral de Monte Agraço: GNR descarta uso da força para deter barricado"...?! Porquê?! O homem, por acaso tem reféns? São precisos quantos dias de cerco para o cansar? Quantos dias de terror têm os vizinhos deste homem perturbado, notoriamente perigoso até para os agentes da autoridade, que aguentar?
""Pretendemos preservar a integridade do cidadão mantendo em aberto a via negocial até esta se esgotar", sublinhou o responsável, escusando-se a adiantar até quando vão decorrer as negociações.". O homem já matou (tem condenação anterior por homicídio), e tentou matar outra vez, desafia a autoridade, e ainda o premeiam com um motivo de orgulho entre rufias, que ser temido pela polícia. Ou acham que ele, se for preso, vai agradecer à autoridade terem tido a preocupação de lhe ter sido preservada a integridade física?
A imagem que daqui fica para futuros confrontos, é de que a autoridade é fraca.

domingo, janeiro 15, 2006

Fui plagiado...

Mas nem tanto, já que no blogue PLAGIADÍSSIMO, que, como nome indica, se dedica a publicar os textos dos outros, o Zeak não deixa de dar o mérito da autoria a quem de direito. Devo até dizer que me embelezou o texto, com uma imagem alusiva ao assunto. Obrigado, acho eu!

sábado, janeiro 14, 2006

Mostarda no nariz...

Também acho que Eanes disse um disparate, até porque nenhum deles é um candidato do 25 de Abril... Ou o 25 de Abril não foi há quase 31 anos?! Se algum assim se afirma, está fora de data.
Mas o que me chegou verdadeiramente a dentro, é esta demonstração da apropriação que uns quantos gabarolas de saco vazio fazem da época em que o Estado Novo se desmoronou, bolorento e esfarelado. Já repararam que todos os cidadãos nacionais com mais de 50 têm uma história de luta anti-fascismo? (existem excepções, mas raríssimas)
E já agora, pergunto-lhes: e o que é que fizeram com a liberdade que vos caiu nos braços? Transformaram-na neste estrangulamento da verdadeira liberdade de escolha em que agora vivemos. Deitaram-na fora, desfizeram-na, como uma criança que recebe um brinquedo que não gosta, ou não percebe.
Páro por aqui, porque muito mais tinha que dizer, mas nem o tempo, nem a liberdade de inexpressão a que os libertadores e pais da pátria nos atiraram, mo permitem.
Deixem-se disso!! Não me cansem mais com essas ladaínhas de auto-promoção!!

Diferenças...

Por desafio de alguns familiares (quase todos a quem permito que me aconselhem), resolvi dar uma vista de olhos a uns sites de universidades do Reino Unido que tivessem cursos que me interessassem. Ao descobrir um curso que me agradou mais que os outros, resolvi pedir informações sobre aquele, via correio electrónico, na sexta-feira 6 de Janeiro. No dia útil seguinte, segunda-feira 9, tinha uma resposta. Como tinha dúvidas adicionais, escrevi de novo. Terça-feira 10, recebo duas novas mensagens: uma da responsável pela anterior, pedindo-me a morada para que me fosse endereçada mais alguma informação; a segunda de uma outra pessoa, esta responsável pelas admissões da tal Universidade, com toda a informação que eu havia pedido. Esclarecido (e, confesso, algo entusiasmado), deixei-me a considerar a hipótese de deixar o ensino superior cá da terra e rumar a terras de Sua Majestade.
Eis, então, que esta sexta-feira 13 me chegou às mãos um pacote remetido por aquela Universidade Inglesa. Um prospecto informativo acerca das propinas e bolsas disponibilizadas pelo governo Inglês, e como me candidatar àquelas, e um livro de 337 páginas, de agradável apresentação e fotos a cores, com informação exaustiva acerca da instituição de ensino. Informações sobre todos os cursos lá leccionados, sobre as perspectivas de emprego, sobre as possibilidades de alojamento, sobre as condições oferecidas pela Universidade, sobre as cidades e vilas vizinhas dos campus, e até projecções sobre os gastos mensais prováveis para um estudante deslocado.
Comparando esta resposta, tanto na rapidez como na qualidade, com as que consegui até agora em qualquer um dos três estabelecimentos de ensino superior nacionais que já frequentei, fico desiludido. Só a Universidade Católica (a primeira) andou lá perto.
Em Portugal fazem-me o favor de dizer onde é que eu me posso deslocar para saber das coisas. Ali fizeram-me sentir como se me quisessem por lá. É como se dissessem "não é por nós que não vem estudar para aqui!" (em inglês, claro).

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Duas sugestões

Os textos do AMN no A Arte da Fuga, "Galheteiro para o galheto", e do JCD no Blasfémias, "Investimento Estratégico", agradaram-me bastante.

Atestado de incompetência

É assim que eu vejo qualquer lei que obrigue a quotas disto ou daquilo, destes ou daqueles. Entra hoje em vigor a lei que impõe quotas de música Portuguesa às rádios nacionais, atestando falta de qualidade à música nacional. A justiça deste atestado não está em discussão, mas a impressão que fica é negativa.
Os autores, que celebram esta medida, deviam ser os primeiros a recusá-la. Mas preferem admitir a sua incompetência a ter que produzir melhor.
São opções...

quarta-feira, janeiro 11, 2006

A lagarta dos pinheiros

A Thaumetopoea pityocampa, ou lagarta dos pinheiros, também conhecida por processionária, anda a povoar a imaginação e os horrores dos Portugueses. O recente caso das crianças recentemente "tocadas" pelos seus urticantes pêlos (porque quem tocou foram as crianças) em pleno recreio da escola, a isso ajuda. Já ouvi e li defender que se devem combater estas lagartas, eliminando-as da face da terra, para proteger as nossas crianças e criaturas de estimação. Falemos de coisas sérias e vejamos qual a raiz do problema:
Lendo a informação biológica sobre a espécie neste site (por exemplo, e em francês), descubro algo nada difícil de deduzir. Esta espécie nidifica e parasita àrvores do género Pinus, ou os pinheiros, sendo até uma praga destas árvores. Os pinheiros são espécies invasoras em todo o território nacional (com eventuais e discutidas excepções das terras altas (muito altas) das Serras da Estrela e do Gerês). Se assim é, porque é que só se vê a questão da lagarta, quando esta é claramente uma adição aos problemas que a reflorestação, que se insiste em fazer pelo país inteiro, em pinheiros? Se se reduzir o número de pinheiros, reduz-se a população de Thaumetopoea pityocampa, e ainda se abre uma oportunidade para devolver ao território a sua flora natural, com efeitos positivos também na fauna. E a eliminação dos pinheiros de Portugal, eliminaria a processionária do país.

A vingança

Pode até ser que Santana Lopes esteja a ser sincero na sua apreciação do cenário, mas a história recente não deixa de colar à declaração uma certa imagem de vendetta política. Não critico Santana Lopes por se sentir injustiçado por Cavaco, mas a lei de Talião deve ser ignorada por aqueles que querem sair por cima. Fica mal.

Regressão

Já mo tinham dito: à medida que envelhecemos, perdendo as nossas células neurais capacidades, existe uma tendência de regressão à infância. Tornamo-nos menos conscientes das figuras que fazemos, perdendo algumas inibições sociais. Brincamos em alturas menos propícias, e amuamos quando nos chamam à atenção, por voltarmos À noção infantil de que o Mundo começa e acaba no nosso umbigo. Vejo isso na minha avó de 91 (e meio), que esconde chocolates debaixo da cama e amua quando os tiram, chegando a fazer curtas birras, por enquanto muito leves. Também vejo isso em Mário Soares, que se auto-intitula de pai da pátria, e amuou a um canto porque descobriu que já ninguém gosta dele.
Não é verdade, Dr Soares. Ainda muita gente gosta de si, tenho a certeza, só que os seus amigos, responsáveis pelas linhas editoriais que tanto o ajudaram em campanhas anteriores, estão reformados. Já não podem fazer caixinha.
Só espero que agum dia se tirem os chocolates que Soares esconde debaixo da cama. Só para ver, sr Dr, só para ver.

sábado, janeiro 07, 2006

Desespero

Soares está cada vez mais desesperado. A prova é a extravagância das suas declarações. Parece que se o povo tem que votar de forma inteligente (só os idiotas votam Cavaco, parece) sob pena de fazer o país recuar... século e meio!
A falta de democracia e a propaganda baixa destas declarações só podem sair da vetusta mente de um Mário Soares desesperado.
Se eu já não gostava de Soares, agora ele afunda-se no lodo do meu desprezo.
Haja paciência!

Aplauso

Ao JCS, pelo seu texto "CAUTION" no Lóbi do Chá.

Sondagem

Segundo esta sondagem, Cavaco subiu nas intenções de voto. Dirá Soares (armado em Santana Lopes) "Estão todos contra mim!! Isto é uma cabala!!". Se as eleições redundassem desta forma, Cavaco era PR à primeira (60%), com Alegre em segundo (16%). Soares morderia o chapéu com 13% das intenções de voto. De notar que Loução não teria, sequer, direito ao subsídio estatal (4%), e que o eletorado do PCP continua obediente, aguentando os 7 pontos percentuais. Garcia Pereira teve azar. Não lhe sairam na rifa da sondagem assinantes da sua candidatura, em número suficiente para serem estatisticamente relevantes (0%).
O que mais apraz nestes números, é a subida de Manuel Alegre em relação a Soares, e a descida de Louçã (se calhar o voto útil começa a prejudicar Louçã em favor de Alegre...).
Mas o que realmente conta são os votos.

Dr Louçã: que notícia!!

Louçã diz que tem um DVD que prova de que Alberto João Jardim (AJJ) não gosta de Cavaco. Que notícia! Eu sei-o os quinze anos, pelo menos. Se o apoia nestas eleições? Acredito que sim, como o mal menor.
Ou acha Louçã que AJJ ia apoiar Soares, de quem gosta menos que Cavaco. Ou em Alegre, que sempre desconsiderou. Se calhar Louçã esperava ver AJJ a apoiar Jerónimo de Sousa, Garcia Pereira ou... Louçã!? (Tenho que fazer uma pausa para rebolar no chão enquanto solto uma gargalhada de fazer perder o fôlego. A ver se não rebento um vaso...)
Todos quantos já viram o "respeito" que AJJ tem pelos partidos destes últimos na Assembleia Regional (AR), chegando a ser mal-educado para com eles, se ririam como eu da hipótese de Jardim apoiar um "cubano comuna" (e só da hipótese, porque não acho piada nenhuma à falta de respeito que AJJ destila nessas sessões da AR - é sempre bom esclarecer estas coisas, porque gente de má-fé, sempre pronta a deturpar as palavras dos outros, existe por aí aos magotes). Alberto João tem-lhes um desprezo visceral.
Alberto João Jardim apoia Cavaco porque, à falta de melhor, apoia o partido. Até se pode ver que não tem intervido, excepto quanto lho pedem.

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Obrigado, Sampaio!

Pode ler-se no Público "A clemência de Sampaio incluiu ainda delitos relacionados com o fisco. Foram perdoadas a um arguido "todas as penas aplicadas" (de prisão e multa) por crimes de fraude fiscal e abuso de confiança. A alguns reclusos Sampaio perdoou a pena acessória de expulsão do país. Foi o caso de uma cidadã estrangeira condenada por auxílio à imigração ilegal, sequestro e coacção.". Entre homicidas na terceira idade e uma jovem que ainda tem pendente um mandato de captura, estes dois indultos acima descritos soam mal. Numa altura em que se quer que o contribuinte cumpra escrupulosamente (por mais injusto que seja o sistema fiscal) perdoa-se, por completo, um culpado por crimes de fraude fiscal? É preciso que as pessoas tenham medo de não cumprir as suas obrigações fiscais, e que sejam vistos como reles criminosos. Em Portugal são vistos como heróis do estilo de um Robin dos Bosques não violento. Só que, quando se rouba nos impostos, rouba-se a um país inteiro, a todos os cidadãos, e não ao Governo.

O outro caso descrito no excerto escolhido é caricato, acho eu. Então não teria mais lógica perdoar àquela jovem a pena de prisão e expulsá-la já do país, do que sobrecarregar o sistema prisional para depois soltá-la cá dentro, sem garantias de que não volta a infringir a lei?

Há coisas que não entendo...

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Actualização

Actualizei a lista de candidatos à Presidencia da República. Eliminei aqueles que não chegarão ao boletim de voto, e pus os restantes pela ordem por que aparecerão no dito boletim.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Audição selectiva

Acabei de ver a reposição do programa "A Quadratura do Círculo", na SICnotícias, e continuo sem ver Jorge Coelho a dar a sua opinião livremente. Continua a ser nada mais que um cão de fila do partido. É ver-se Pacheco Pereira e Lobo Xavier defenderem os seus pontos de vista, mesmo que, por vezes não sejam coincidentes com os dos seus partidos, por vezes até contrários, enquanto Coelho se encolhe por detrás da cortina partidária.
Bom exemplo disso foi a forma como evitou falar das acusações de Soares de falta de isenção por parte da comunicação social, dizendo que não estava atento, ou por dentro do assunto, pelo menos não o suficente para comentar. Logo a seguir comenta que Cavaco disse que a Barragem do Alqueva era obra sua, quando não é. Eu ouvi Cavaco, e ele disse que era o responsável político da ideia, e não da obra. Não sei se é verdade, mas mostra que Jorge Coelho não estava atento (ou estava, mas foi desonesto), mas quis comentar. Em que ficamos?

Pequeno comentário a "post" alheio

O AA, do A Arte da Fuga, transcreve um parágrafo do texto "Tabaco e Fascismo Hipocondríaco" do Henrique Raposo n'O Acidental. Li o texto todo, mas foi realmente o excerto que o António escolheu que me fez escrever este "post". "Quando anularem o tabaco, estes tipos, que transformam o ser-se hipocondríaco num acto ideológico, vão atacar outros supostos vícios. O café, talvez. Dirão: “o café acelera a válvula XPTO”. " é onde a porca torce o rabo. E porquê? Porque o vício do tabaco não é comparável com o do café, para usar o exemplo ali descrito, porque o consumo do café só diz respeito a quem o bebe, enquanto que o fumador, o fumador inconsciente e mal educado (porque os há bem educados e respeitadores), impõe o seu vício a todos quantos se encontrem na sua vizinhança. Os direitos individuais do fumador acabam (ou deviam acabar) quando começa o meu direito a não fumar.
É óbvio que não defendo, e contrariarei da melhor forma que me for possível, que se despeçam pessoas pela sua condição de fumador, nem que me obriguem a ser vegetariano. Mas o vegetariano que se senta ao meu lado só me incomóda se me criticar por eu não o ser, enquanto que o fumador me incomoda por fumar.
Decerto o Henrique Raposo não defenderá que eu ande com uma máscara filtradora no bolso, para a eventualidade de encontrar a meu lado, na fila de uma qualquer repartição pública, um desses fumadores que não conseguem estar mais que dois minutos sem chuchar num cigarro aceso.

terça-feira, janeiro 03, 2006

Insurgências pertinentes

Leiam-se n'O Insurgente, os textos de André Abrantes Amaral, "Um problema de liberdade" e "Constrangimento", e o de BrainstormZ, "A idade de Soares passou a ser relevante?"

Sortido bem apanhado

Do AA, no A Arte da Fuga.

Começo doloroso

Pessoalmente, comecei mal o ano. Logo no segundo dia do ano, já de volta ao frio do continente europeu, fui jogar futebol. Não acabei o jogo, e estou agora a gelo e pomadas para curar a dolorosa entorse auto-infligida; fui eu quem, num momento de maior vontade em ganhar uma bola, consegui cair em cima da minha própria perna, com o pé dobrado...
Começa também bem o ano com aumentos em vários impostos indirectos... Mas Sócrates disse ao parlamento que não havia aumentos de impostos no orçamento de estado então discutido.
Começamos bem, começamos...

domingo, janeiro 01, 2006

Tanto alarido...

É isto? Não me sinto diferente; não repiro ar diferente; não vejo o mundo com outras cores; não ouço nada de novo; a comida soube-me ao mesmo;...
Afinal, tanto alarido para nada.
Mas ao menos também não perdi nada do que gosto, nem desapareceram aqueles para quem guardo palavras e sentimentos especiais. O meu beijo continua a pertencer à mesma pessoa, correspondido.
Afinal, nem tudo é cinzento.

Aventura pequeníssima, mas pertinente

Na noite de fim de ano decidi não beber álcool antes da meia-noite. Cheguei à casa da minha tia, onde passo sempre o fim de ano, com vista previlegiada para o Estádio dos Barreiros, e todos me convidavam: "não queres um whisky?", "bebe um pouco de punch", "não queres um copo de vinho?". Recusei sempre. Depois do fogo de artifício, já em 2006, peguei num copo de espumante. Desde logo me interpelaram: "Gonçalo, não vais conduzir?", "Já não bebeste o suficiente?"... Preso por ter cão, preso por não ter...
Depende do ano...!