Não quero, de modo algum, que me este texto interpretem como tomada de partido. Alías, quero só partilhar este meu momento de eureka pouco pertinente, que me assaltou no local previlegiado à filosofia e leituras banais, onde o nosso pensamento mais inconsciente ganha eco, seja pelos azulejos e as peças de louça estéril, seja pela situação vulnerável em que nos encontramos, de calças em baixo.
Acompanhem-me, então, neste raciocínio: havendo cinco candidatos de esquerda contra um só que não é de esquerda, porque é que os primeiros elegem como adversário o candidato dito de direita? Os adversários desses candidatos são quatro candidatos de esquerda e um que não é de esquerda. Os adversários do candidato mais à direita são todos da esquerda. Logo, seria lógico que este candidato apelasse ao voto contra a esquerda, mas não o faz.
Os votos contra a esquerda encontram uma só opção. Os votos contra a direita encontram cinco escolhas. Pode até discutir-se se o candidato mais à direita é verdadeiramente de direita (até porque quem me conhece sabe que vejo o PSD como um partido de centro que pende para a esquerda, e o PP como um partido que flutua, ao longo do tempo, entre um centro sem lados e um centro-direita pouco definido), mas averdade é que teria lógica para ele juntar todos os seus adversários naquela definição de "esquerda". O mesmo já não é verdade para os candidatos de esquerda. A não ser que não considerem os outros candidatos como adversários, mas aí o bom senso exigiria que se encontrasse uma só candidatura.
Mas como não vejo a eleição para a Presidência da República como uma escolha entre esquerda e direita, ou de um partido em detrimento dos outros, esta questão não me aquece nem arrefece, mas é uma "boa" desculpa para largar os livros de estudo por uma meia hora...
Votem como vos der na gana!
1 comentário:
ja fui votar...
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