quarta-feira, agosto 20, 2008

Prole

Tenho passado estes dias na praia com amigos meus, casados e com contribuições feitas para a sobrevivência da espécie humana. E tem sido divertido.
Tenho observado os meus amigos irritadiços porque a filha ou filho não dorme, ou sem poder ir à água sem terem a certeza de que alguém lhes vigia o rebento. Tenho visto o trabalho que dá criar um filho pequeno. Gerá-los é fácil e agradável.
Mas algo em mim me faz sorrir cada vez que estas crianças me mostram um dentinho ou dizem o meu nome. Transbordo de orgulho quando vêm ter comigo e me chamam para brincar. Fico triste quando têm aqueles ataques de timidez ou fazem birra e se recusam sequer a falar comigo.
Não lhes sou nada a não ser amigo dos pais. Não existe nenhuma ligação de sangue nem sou padrinho de nenhum destes protótipos de gente, mas algo dentro de mim desperta quando os vejo a rir como perdidos no meio das suas palhaçadas para entreter adultos.
Apesar do óbvio trabalho que lhes adivinho nos cuidados permanentes que dirigem aos seus rebentos, tenho inveja deles.
Até há bem pouco tempo pensava que a hora de começar a construir a minha prole se aproximava a passos largos. Mas a vida prega-nos partidas. Agora nada mais posso fazer senão esperar, pacientemente e sem pressas, que apareça quem partilhe comigo a aventura de criar uma família.
Sem pressas, agora.

3 comentários:

whity disse...

Não sei se tens conhecimento de um revistazinha, muito famosa entre as gentes que não têm realmente nada com que ocupar as suas vidas. A Maria (ou qualquer uma desse género de "imprensa") costuma anexar nela uma secção fantástica em que os mais interessantes seres da nossa espécie se anunciam e se oferecem para partilhar... Brincadeira.

Não era assim tão mau ver miudinhos fantásticos a correr feitos malucos por aí. Meninas, faz favor de enviarem currículos!

... Para onde, Gonçalo?

Gonçalo Taipa Teixeira disse...

Não é difícil descobrir...

O Peregrino disse...

ok, vamos parar é de vender o moço e deixá-lo lavar as vistas antes de ancorar noutra fêmea que no final de contas lhe vai fazer o que todas fazem... obrigar-nos à colocação de palas nos olhos, ao jeito dos asnos de Penafiel!

Relativamente ao tema, tenho a anunciar que sou um dos esperançosos papás babados, com o seu rebento em formação.

Aproveito para publicitar o meu blog, sobre este tema, deixando ao Blogger a opção de manter este comment, como é óbvio.

linhagemfernandes.blogspot.com

Abraço, Gonçalo!