Zuerst die Fuesse de Martin Kippenberger
Este é o sapo da discórdia. Anda a causar alvoroço nas cabeças do Vaticano e até já houve quem fizesse greve de fome para isto não fosse posto em exibição.
Quer o Vaticano que esta peça seja escondida do olho público por ser ofensiva ao olho Cristão, apesar de só representarem o olho Católico. Fazem lembrar os Ayatolas com as caricaturas de Maomet...
Mas o Papa deve saber que, segundo a Bíblia, Deus deu ao Homem a liberdade para pecar. Segundo o mesmo livro, Deus mandou Cristo lembrar aos homens de que cada um deles é livre de pecar ou não dentro da sua consciência. Sendo assim, os paramentados senhores do Vaticano deviam ser os primeiros a dizer que, apesar de não acharem piada nenhuma ao grotesco príncipe-sapo crucificado, cabe ao indivíduo a decisão de ver, ou não, o alvo da crítica.
Critiquem. Boicotem. Insultem, até, o autor e o expositor apesar de não ser uma atitude muito Cristã, mas não me tirem a oportunidade de avaliar por mim até que ponto este objecto me ofende.
Digo já que, como Católico, não me ofende minimamente. Como alguém que gosta de algum humor rebelde, atribuo um sorrisito maroto à peça. Acho é que podia estar um bocadinho mais bem feito. É um bonequito feio: o ovo está suspenso na mão do sapo por artes mágicas? Um sapo tem dentes de vampiro? E era preciso os olhos assim tão assimétricos? Mas esta é a minha opinião e partilho-a convosco. Mas não a quero impor.
Acho que os senhores do Vaticano faziam melhor se engolissem o sapo.