Já a ouvi definir como um conjunto de conhecimentos que adquirimos e guardamos na nossa memória. Considera-se como culto o indivíduo cujo conhecimento vai para além daquele necessário para exercer a sua profissão, tanto mais quanto maior for esse conhecimento, e quantas mais as áreas abrangidas por este. De qualquer forma, é unânime. Ninguém porá em dúvida este tipo de cultura, já que, por princípio, vem dos compêndios mais ou menos respeitados da História (aqui incluo todos os tipos de História e, se me é permitido, a antropologia), da geografia, outras áreas científicas.
Posso também interpretar a cultura como sendo o conjunto de tradições, obras e conceitos educacionais, específico para uma determinada população, definida pela própria, ou apenas pela geografia. É unânime. Culturalmente unânime. Pode até ser incluído no conceito anterior, com algum jeitinho.
O outro conceito é o de que cultura é gosto, arte. Não só a arte consagrada, mas a que isso aspira também. Não é, de forma alguma, unânime. Cada um considera algo como boa cultura, ou não, conforme os seus gostos pessoais.
E é aqui que chego à minha obscura intenção, já adivinhada pelo AA no seu segundo comentário ao texto anterior. O propósito de um Ministério da Cultura, e a cultura que sustenta.
Posso também interpretar a cultura como sendo o conjunto de tradições, obras e conceitos educacionais, específico para uma determinada população, definida pela própria, ou apenas pela geografia. É unânime. Culturalmente unânime. Pode até ser incluído no conceito anterior, com algum jeitinho.
O outro conceito é o de que cultura é gosto, arte. Não só a arte consagrada, mas a que isso aspira também. Não é, de forma alguma, unânime. Cada um considera algo como boa cultura, ou não, conforme os seus gostos pessoais.
E é aqui que chego à minha obscura intenção, já adivinhada pelo AA no seu segundo comentário ao texto anterior. O propósito de um Ministério da Cultura, e a cultura que sustenta.
Será mesmo necessário um Ministério? Uma Secretaria de Estado também pode sustentar os pretensos defensores da "cultura" Portuguesa. E para quê sustentar esses profetas do que é culturalmente aceite? Quais os critérios? Porque é que algumas formas de arte estão acima das leis de mercado, enquanto que outras dependem do seu sucesso comercial?
Vêem-se por aí peças de teatro e filmes que caem nas bilheteiras, sustentados pelo estado, enquanto que um músico ou um escritor só o é na medida em que a sua arte vende. E há música e literatura portuguesas para todos os gostos. Uns vendem mais que outros, e quem não consegue lucro, deixa de vender. Já os encenadores e realizadores, por exemplo, se persistem sem sucesso, é porque o povo é bronco, não entende a arte. Então o estado decide que o povo tem que pagar impostos para ser forçado a engulir a auto-proclamada arte.
Quando penso que paguei para que o João César Monteiro filmasse um casaco em cima da lente. É arte...
Também se faz cultura na blogosfera, umas vezes mais que outras e raramente unânime, mas a mim ninguém subsidia.