Tenho ouvido classificar o candidato Cavaco Silva, por Soares e Alegre, de hipócrita, por não se considerarum político profissional. Não sei quem é mais hipócrita. Acho que depende da definição de político profissional.
E o que é, afinal, um político profissional? Não sei. Posso apenas fazer um exercísio de especulação acerca do que cada um dos dois lados considera como tal:
Soares e Alegre consideram como profissionais todos os que ganhem dinheiro com a política, acho eu. Isso inclui todos quantos alguma vez tenham desempenhado algum cargo político ou governativo. Mesmo aqueles que não tenham direito a subvensões posteriores se podem incluir neste conceito, uma vez que, se não são, pelo menos já foram políticos profissionais.
Já Cavaco prefere classificar como profissionais todos aqueles que dependem da política para manter o nível de vida, e se mantêm sempre ligados à ribalta política. Considerando apenas a manutenção do nível de vida, podemos excluir quase todos os políticos. Cavaco é professor universitário, e tenho a certeza que se fará pagar regiamente por ocasionais trabalhos de consultadoria. Soares tem dinheiro próprio e muitos negócios, por vezes pouco claros (EMAUDIO, a Fundação privada com dinheiros públicos), pelo menos em boatos. E Manuel Alegre, é conhecimento de todos, é um bem sucedido poeta, com uma vasta lista de publicações (será, mesmo assim, o menos desafogado dos três). Se a isto juntarmos a ribalta política, o mais profissional é Soares, sem dúvida nenhuma, e Cavaco o menos.
Têm, assim, todos razão, à sua maneira. Cabe-nos a nós, eleitores, escolher o melhor, de preferência ignorando esta discussão.
Post Scriptum: A meu ver, esta discussão tem a ver com uma tentativa de Cavaco de fazer valer a sua vantagem de técnico, e Soares de a fazer esquecer. Alegre cai aqui um pouco como o gajo que se quer fazer ouvir mas ninguém lhe liga.
2 comentários:
Nem mais...
Gonçalinho...exercicio e n exercisio
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