sábado, julho 30, 2005

Ota, ou não Ota?

E as alternativas, foram estudadas? Veja-se o exemplo de Bragança, onde se melhorou um pequeno aeródromo de forma poder receber vôos da Aerocondor, no caso, (conhecida de todos os Madeirenses, pois faz vôos Madeira - Porto Santo). Quantos aeródromos não existem por este país fora que podem ser transformados em pequenos aeroportos regionais, com capacidade para receber até aviões maiores que os da Aerocondor? Esta solução desviaria algumas linhas dos grandes aeroportos, e criavam-se postos de trabalho melhor distribuídos pelo País, combatendo também a desertificação do interior.
Estou até capaz de arriscar que, mais quatro ou cinco pequenos aeroportos, bem escolhidas as localizações e baseados em estruturas já existentes, custariam menos dinheiro ao estado. Só seria mais difícil de satisfazer a gula dos lóbis da contrução civil...
Mas que sei eu? Sou um leigo na matéria, e não conheço sequer os estudos para o aeroporto da Ota.

sexta-feira, julho 29, 2005

Acabou...

Acabaram com o poder do voto no poder local. O processo democrático foi ferido à traição por aqueles que têm o dever de o salvaguardar acima de tudo. O eleitor pô-los naquelas cadeiras para serem o garante do voto popular, e eles limitam-lhe a escolha e o debate de ideias, assim como a possibilidade do julgamento, por sufrágio, daqueles que serão, a partir de agora, impedidos de se apresentarem à avaliação popular.

Vamos ao PREC...


Visão perfeita do que querem fazer de Portugal: o estado social, de olhos fechados, dá de mamar a todos... Mas não se alimenta.

O que tenho aprendido (aos anónimos)

Sou recente neste meio de difusão de ideias, opiniões, ou personalidade, a que alguém um dia chamou "Blog" (ou o aportuguesado blogue), por isso considero-me ainda num período de aprendizagem. Mas já fui apanhando algumas coisas, não só a nível de melhoramento do blog que assino, mas também no que diz respeito ao fenómeno sociológico da "blogosfera". Vou partilhar algumas das minhas conclusões, passíveis, como considero lógico, de reparos e contradições.
Há muito leitor de blogues que comenta anonimamente. Pelo me tenho apercebido, existem duas razões principais para este comportamento (não menosprezando outras, como a falta de paciência para escrever o nome ou a timidez, injustificada): há aqueles que, por tencionarem contradizer o texto a comentar, se inibem de se identificarem (não percebo porquê); depois há aqueles que não se identificam, pura e simplesmente porque aquilo que escreveram não é assinável (devem ter vergonha, por isso não assinam), acovardam-se perante as asneiras que debitaram.
Reparei, também, que entre os blogues de difusão e debate de ideias e opinões, e os que servem de diário íntimo, aparecem a espaços os de pura propaganda partidária, cujos autores têm os perfis quase sempre barrados, podendo palavrear no anonimato. Deduzo que, nestes casos, haja algum receio de reconhecimento na filiação a um determinado partido, deitando por terra as suas reinvindicações de isenção.
Sempre me habituei a dar a cara. Sempre vi quem não o faz como indivíduos de fracas convicções.

quarta-feira, julho 27, 2005

Golpe de estado constitucional?

Dizer-se, como ouvi a alguns líderes Socialistas, que eleger Mário Soares em vez de Cavaco Silva como Presidente desta nossa República seria evitar um golpe de estado constitucional, é giro, para não exagerar na linguagem. Se estas declarações demonstram algum medo de que o Professor Aníbal se vingue da atitude do actual PR para com o Governo de Santana Lopes, estão a admitir que essa atitude de Sampaio foi mesmo um "golpe de estado constitucional" (e correctamente, do meu ponto de vista).
E não pensem os defensores deste Governo que Soares será pêra doce. A sua capacidade disparar asneiras tem aumentado com a idade, e as suas ideologias têm-se desmacarado cada vez mais coladas ao tumor socio-político deste país, auto intitulado de Processo Revolucionário Em Curso. Sendo assim, as medidas de "apertar de cinto" e de responsabilização de todos os cidadãos nacionais, serão minadas, senão mesmo vetadas, por um eventual terceiro mandato presidêncial do Dr Mário Soares.
Talvez a demissão de Campos e Cunha suavize as arestas...

Leitura obrigatória

Sem fronteiras, no Público. Ou na edição impressa de Terça-feira, dia 26 de Julho de 2005, na secção "Espaço Público".

segunda-feira, julho 25, 2005

Estreias


É uma estreia do blog, em termos de publicação de imagens, e minha, como fotografo subaquático (sem contar com umas brincadeiras com uma máquina descartável). Mostro-vos as duas que considerei melhores, tendo em conta que sou um maçarico nestas andanças, e que as tirei em apneia. Enfim... Desculpas!...
Em cima vêm-se muitas castanhetas, com as suas barbatanas azuis (estes são, principalmente, machos territoriais), e alguns cagões (sim, cagões _ é o nome comum que aprendi desde pequeno). Aquela bola clara que se vê no canto inferior direito é uma gema de ovo cozida, usada para atrair os animais para a frente da objectiva.
Na imagem de baixo, mais castanhetas e cagões. As manchas brancas são a clara do mesmo ovo cozido.
Só falta dizer que os peixes são péssimos profissionais, não paravam quietos nem respeitavam o fotógrafo quando este tinha que ir à superfície respirar e saíam do lugar.
Estas fotografias foram tiradas no Clube Naval do Funchal, com uma "Aqua Cool-iCam", com caixa hermética própria, às 11 e tal da manhã, mas com pouca luz (estava um tempo bastante enublado).Experimentei...

sábado, julho 23, 2005

Afinal...

Afinal, não páro. Enquanto houver um computador, um teclado, por perto, continuarei a escrever neste espaço.
Entretanto, já escrevo estas linhas da Freguesia de Santo António, Concelho do Funchal, Região Autónoma da Madeira (ou Distrito do Funchal), mas ainda em solo nacional. Sou, acima de tudo, Português, nascido nesta linda ilha onde me encontro.
Um Português desiludido, com pouca esperança, e por vezes envergonhado, mas um Português convicto.

sexta-feira, julho 22, 2005

Ausência

Até Setembro. Não devo escrever nada por aqui até lá. Vou à terra, na minha ilha, a Pérola do Atlântico. é mais que certo que vou dar um pulo (longo) até à ilha do Porto Santo que, segundo o nosso Max, "É a jóia mais antiga das jóias de Portugal". Bom Verão!

quinta-feira, julho 21, 2005

Fragilizado?

Não. O Governo não sai fragilizado com a saída de Campos e Cunha. Antes fica mais forte, porque entra um homem do partido, do clube. A imagem pública pode ficar beliscada, e o beliscão pode ser uma grande dentada. Até pode ser que a qualidade técnica baixe (não sei, não sou economista, nem conheço o novo Ministro), mas o Governo fica mais forte. Ou melhor: o peso de José Sócrates no seu Governo é maior, o que não é necessáriamente mau. É sempre bom um Governo ter uma só cabeça e força para implementar as suas ideias.
Só não acho que a maoiria das ideias deste Governo ajudem eficazmente o país.

Já voltamos à moda...

A dança dos Ministros já começou. É uma moda que consiste em mudar as caras de um executivo governamental, antes de umas eleições que se prevêm más para o partido de governo, deitando fora a careta que representa o factor de descontentamento, ou depois de uma eleição que correram mal, como que culpando aqueles que saem (geralmente de forma menos airosa, no caso pós-eleitoral) pelo mau desempenho eleitoral.
É uma moda interessante, apesar de ter um propósito comparável às modas de pulseiras e brincos... só serve para enfeitar. Não muda a roupa. Atenção que às vezes a combinação das cores e dos estilos muda alguma coisa, mas eu não percebo bem o quê (não sou grande fã de pulseiras e brincos).
Mas, atenção: não tentem atribuir a invenção desta moda ao Augustus ou a qualquer outro estilista do nosso tempo. Esta moda é antiga, do tempo da monarquia, ainda. Já Antero de Quental e seus companheiros o denunciavam, e Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, críticos de moda da época, descreveram as suas oscilações numa publicação periódica a que chamaram de As Farpas. Houve um período cinzento no século vinte que, como uma nuvem tapa o sol, inibiu a criatividade nas modas governamentais. Salazar foi um estilista algo monocromático que açambarcou as modas políticas para ele e para os seus escolhidos, transfomando a política nacional numa enfadonha vitrina. Com a sua morte, ainda houve quem lhe tentasse ocupar o lugar de monopólio, mas com pouco sucesso.
Numa interessante revolução, comparável ao movimento Punk dos anos 70, surgiu, qual Mary Quant, um tal de General Vasco Gonçalves, que tentou instalar uma moda de mudança de tons, sempre da mesma côr, muito rápida. Este ritmo alucinante destinava-se, segundo os historadores que estudaram aturadamente o assunto, a confundir os criadores rivais, que ficavam sem saber que tom usar.
No fundo, ou talvez não, é destas modinhas que o Português gosta.

quarta-feira, julho 20, 2005

Silly season?

Defina "silly season", Sr Primeiro Ministro. É alguma época especial da vida política Portuguesa, na qual é permitido dizer-se o que dá na real gana, sem preocupação pelas consequências?
Gostaria de saber.

Coerência de Marques Mendes

Marques Mendes considera graves as contradições plausíveis de desautorizar o Primeiro Ministro. Do ponto de vista do PSD, e tendo em vista as contradições e trapalhadas (sim, admito que existiram) do Governo de Santana Lopes, estas declarações não são lá muito coerentes. Mas Marques Mendes também era crítico do Governo de Santana Lopes, o que transforma estas declarações numa gritante demonstração de coerência pessoal.
Se alguém, aqui, demonstra incoerência, é o Presidente da República Jorge Sampaio...

Fugimos?...

Negociamos? Como? Para quê? O propósito deles é o domínio mundial, quer seja pela "fé" ou pela força. (E não confundamos estes piratas da fé muçulmana com o resto dos muçulmanos)
"Será uma guerra sangrenta, em nome de Deus. É uma mensagem que endereçamos aos cruzados que ainda estão presentes no Iraque: a Dinamarca, o Reino Unido, a Itália e os outros países que têm soldados que continuam a pisar território iraquiano". Claro que estamos incluídos... Mas não esperem que vá a correr converter-me, ou chorar para que tirem os soldados da GNR de lá. Nem tão pouco vestirei uma capa branca com uma cruz vermelha, para ir pôr uma bomba debaixo das nádegas dessas desculpas de seres humanos...
Prefiro ignorá-los. É meu costume em relação a cobardolas.

segunda-feira, julho 18, 2005

A vitória da Al-Qaeda

Até agora, tenho assistido a vitória atrás de vitória do terrorismo. Do ataque às Twin Towers, além do inevitável abalo económico, provocaram o gigante a reagir, fazendo-o atacar e invadir uma área pejada de muçulmanos pobres. Apesar das boas intenções proclamadas, há sempre algum ou outro desses seguidores de Maomé sem esperança que se deixa cair mais facilmente no extremismo anti-ocidente. Mais uns quantos tipos dispostos a morrer e levar uns quantos "culpados" pela sua desgraça. Ponto para a Al-Qaeda.
Dos raptos de estrangeiros no Iraque, resultaram retiradas militares de alguns países, e conseguiram convencer as opiniões públicas ocidentais de que eles eram os paladinos da justiça mundial (não entendo...!). Até algumas mentes políticas mais fracas acreditaram nisso. Veja-se o caso de Mário Soares. Ponto para a Al-Qaeda.
Do atentado de 11 de Março em Madrid fizeram dois em um: influenciaram as eleições legislativas espanholas, e os novos dirigentes fugiram do Iraque como meninas assustadas, cedendo ao terrorismo. (Só não cedem à luta independentista do País Basco). Dois pontos para a Al-Qaeda.
Só no caso do recente atentado de Londres ainda não houve consequencias directas. Mesmo assim já se começam a perfilar consequencias indirectas, potênciadas pelos atentados anteriores: O racismo em relação a minorias oriundas de países muçulmanos. Se o Zé Povinho ocidental se deixar cair nessa ideia de que o muçulmano é culpado por ser muçulmano, então a Al-Qaeda consegue atingir aquele que me parece ser um dos seus maiores objectivos, que é dividir o mundo entre fiéis e infiéis.
Seria a maior vitória desses falsos justiceiros, a quem os muçulmanos que vivem pelo Corão deviam cuspir na cara.

Vagas não faltam

Começa hoje a corrida ao curso. É uma corrida louca, às vezes sem esperança, à imagem do Sr. Dr., Eng. ou Arq., cancro que as mentalidades do "todos podem ser drs" do pós 25 de Abril, e do "se não és dr não és nada". Há, até, aqueles que se candidatam a cursos que nem sabiam que existiam! Interessa querer o curso? Parece que não...
E ainda abrem mais vagas. Para medicina era necessário, mas para, por exemplo, os cursos de artes? Se o País precisa de mais artistas, não precisa que estes sejam licenciados, penso eu...

sexta-feira, julho 15, 2005

Insubordinação

A simples ameaça por parte de um agente da autoridade em bloquear seja que via de comunicação for, faz-me pensar numa coisa: insubordinação. E levar a cabo esta ameaça só poderá ser considerado crime. Em que estado de direito vivemos em que as nossas forças policiais ameaçam cometer um crime! (Era bom que os criminosos deste país levassem a cabo o mesmo contra-senso: podiam não cometer crimes por um dia, pelo menos!)
Da última vez que algo deste género aconteceu, deu-se a revolução... Aproveitem para começar a 5ª República...!
Para absorver tamanha estupidez só mesmo a rir.

quinta-feira, julho 14, 2005

Estes franceses têm sentido de humor...

O Governo Francês quer voltar a impôr o controlo das fronteiras, deitando o acordo de Shengen às urtigas, alegando a protecção contra o terrorismo. Que terrorismo? O de extremistas islâmicos da Al-Qaeda?
Lembrem-se os governantes franceses que o seu país alberga uma das maiores comunidades muçulmanas da Comunidade Europeia, e que estão melindrados com as proibições pouco democráticas do uso de símbolos religiosos nas escolas públicas. França é, assm, um bom local de recrutamento.
É legítimo pensar-se que , se algum atentado foi programado para França, já lá devem estar umas quantas células adormecidas, tornando as medidas anunciadas supérfluas.
E os italianos cedem, cheios de medo, aos terroristas, e vão começar a retirar do Iraque.
É de mim, ou eles estão aganhar?

domingo, julho 10, 2005

Um campeão do espírito

Acabei de ver o Futebol Clube do Porto sagrar-se campeão da liga de futebol... de praia. Ganhou a final contra o Sporting por 4-3. O Vitória de Setúbal ganhou a disputa pelo 3º lugar contra o Benfica. Mas o que me despertou bastante curiosidade, foi ver quem marcou os 3 golos do SCP nesta final: Filipe Gaidão! Pelos vistos dá uma perninha na praia, e pode dizer-se que já jogou nos 3 grandes, em duas modalidades diferentes! Para quem quase ficou paraplégico, não está nada mal.

sábado, julho 09, 2005

Terrorismo

Quando ouvi Mário Soares dar a sua opinião acerca do problema do terrorismo, não me consegui decidir entre a indignação ou a sonora gargalhada. Até parece que os terroristas são uns desgraçados sem dinheiro que convencem jovens e susceptíveis licenciados, que comungam na mesma fé, a fazer bombas e a matar os pobres dos outros países (quantos responsáveis políticos e económicos acham que viajam de metro e de double-decker em Londres?). Esse senhor quer convencer-me de que Bin-Laden e seus comparsas são grandes paladinos da luta contra as injustiças sociais? Mário soares devia ser catalogado como bombista de ideais... Destrói constantemente a sanidade da mente conjunta nacional, quando não belisca a internacional!
Mudando de assunto: Quantos de vocês não gostariam de ouvir falar sobre terrorismo, as pessoas, que depois do 25 de Abril, atacaram o primeiro congresso do CDS, no Palácio de Cristal, à bala? Ou os que incendiaram as sedes do PCP? Ou os que ameaçaram os quadros superiores do país de morte para que abandonassem o cargo à mercê dos PRECs? Ou os senhores, alguns, hoje em dia, membros do Governo da RAM, que andaram a meter bombas de carnaval em carros para ganharem a independência do arquipélago? Sempre tínhamos pontos de vista diferentes e, certamente, mais informados.
São ideias. Sugestões.

Exigir explicações

Recebi, via e-mail do meu pai, o seguinte texto de autor desconhecido:
"EXIGE EXPLICAÇÕES
Orçamento 2005, a Bandalheira total
Em relação aos postais anteriores, relativos às dotações orçamentais dos
gabinetes dos ministros, quando soube desta notícia, fiquei chocado, mas com
uma dúvida: 200 milhões de euros, é muito dinheiro, e não consigo imaginar
quanto, sem possuir um termo de comparação. Tentei por isso comparar estes
gastos com outros de carácter similar.
O primeiro que escolhi, e que me deu a primeira luz sobre o assunto, foi a
dotação orçamental da presidência da república para o ano de 2005.
Esta dotação que cobre os gastos de Sampaio, o seu staff, a manutenção do
Palácio de Belém, as viagens e os vestidos de Maria José Rita é de 13.325
milhões de euros.
O valor atribuído à presidência da república para 2005, pode-se considerar
até espartano quando comparado com as dotações orçamentais dos ministros da
república dos Açores e Madeira que é mais de 200 milhões de euros para
cada um, e com a dotação orçamental do gabinete do ministro da defesa que é
de 159 milhões de euros, dotação essa, que o sucessor de Paulo Portas,
presumo que tenha herdado sem questionar.
Mas esta comparação não me deixou satisfeito, precisava de arranjar mais um
termo de comparação. Tentei saber quanto custa Chirac ao estado Francês, mas
a busca foi infrutifera.
A mesma busca porém, direccionou-me para o relatório de contas da Real Casa de
Windsor
<<
http://www.royal.gov.uk/files/pdf/Royal%20Public%20Finances%202003-04.pdf>>,
chefiada por Sua Majestade Fidelíssima Isabel II.
Fiquei logo a pensar que a minha depressão ia desaparecer, pois ao ler os
gastos de Isabel II, pensei (lírico) que iria passar a considerar os nossos
ministros da república da Madeira e Açores, como uns pobres pedintes de pé
descalço.
Da leitura do relatório de contas reais " Royal Public Finances 2003-2004",
fiquei a saber que: A família real britânica possui 5 tipos de rendimentos:
- Lista Civil* Salários dos funcionários reais - 303 funcionários (2004)
- Subvenções do Estado (Grants-in-aid)* Destinados à manutenção dos
palácios reais, salários dos respectivos funcionários - 111 funcionários
(2004) - e viagens de estado -
- Privy Purse Rendimentos das propriedades particulares da Casa de Windsor
- Riqueza pessoal e outros rendimentos
- Despesas pagas directamente pelo estado*
* - Fundos públicos
Quando li os valores envolvidos o queixo caiu ao chão, eram verdadeiramente
inacreditáveis, mas não no sentido em que estava a pensar:
Em 2004, os gastos com dinheiros públicos foram os seguintes (Milhões de
Libras):
Lista Civil - 9.953
Subvenções do Estado - 21.645
Despesas pagas pelo Estado - 4.872
Total de fundos públicos - 36.470
(53.993 milhões de euros)
NOTAS: As despesas das subvenções do estado destinam-se aos palácios reais
ocupados, que são:
- Palácio de Buckingham;
- Palácio de St. James;
- Clarence House;
- Marlborough House;
- Palácio de Kesington;
- Palácio de Hampton Court;
- Castelo de Windsor, seu parque e edificios nele existentes.
Não acreditando no que estava a ver, pensei que tinha lido mal os números,
faltam de certeza dois ou três zeros. Não! Afinal os meus olhos não me
tinham enganado, lido e relido o relatório, os valores estão todos expressos
em Milhões de Libras, aplicando a taxa de câmbio do dia de ontem
(1£=1.4804945 ¤) verifiquei que toda a Monarquia Britânica custa ao erário
público do Reino Unido uns módicos 53.993, ou seja 54 milhões de euros.
Resumindo, aquilo que o Reino Unido gasta com toda a família real, chega apenas
para "alimentar" um gabinete do ministro da república, das nossas regiões
autónomas, por um mísero trimestre e quatro meses do Gabinete do ministro da
defesa.
Gostaria de saber como é que os Srs. Ministros da república dos Açores e da
Madeira, justificam gastos anuais 4 vezes superiores aos da Sua Majestade a
Rainha Isabel II.
É certo que viajam muito de avião, é certo que moram em palácios, mas estes
palácios estão para Buckingham, tal como uma barraca da Cova da Moura está
para os duplex da Torre de São Gabriel. E a Rainha de Inglaterra tem mais 6
palácios. A presidência da república representa apenas um quarto de rainha
de Inglaterra.
Como cidadão, exijo uma explicação! Uma explicação por parte de quem
elaborou este orçamento, por parte de quem obrigou à sua aprovação e por
parte de quem tem, neste momento, a obrigação de o aplicar. Se esta
explicação não for dada, o acto de fugir aos impostos não pode mais, ser
considerado um crime, deve ser considerado um dever patriótico.
Para os mais cépticos, deixo aqui os links, para verem com os seus próprios
olhos:

Royal Public Finances 2003-2004 (Ficheiro pdf â¤" 1.529 Mb)Royal Public
Finances summary 2003-2004 (Ficheiro pdf â¤" 88 Kb)
<<
http://www.royal.gov.uk/files/pdf/Royal%20Public%20Finances%202003-04.pdf>>
Mapa 02-2005 do Orçamento geral do Estado (Ficheiro pdf â¤" 9.6 Kb)
<<
http://www.dgo.pt/oe/2005/Aprovado/Mapas/map02-2005.pdf>>"
Devo dizer que transcrevi o texto tal como mo mandaram, tendo feito, ao todo 4 correcções de gramática (podem-me ter escapado mais alguns erros), e evidenciei o facto de aqueles números se referirem a cada um dos Ministros da Presidência. Não sei até que ponto estes números estão correctos, principalmente os Portugueses, uma vez que não consegui acesso ao link correspondente.
Este assunto faz-me pensar ainda mais seriamente na utilidade dos Ministros da República...

sexta-feira, julho 08, 2005

Constituição não-democrática

Artigo 46º, ponto 1: "Os cidadãos têm o direito de , livremente e sem dependência de qualquer autorização, constituir associações, desde que estas não se destinem a promover a violência e os respectivos fins não sejam contrários à lei penal."
Ao ler este artigo da Constituição, não consegui tirar da cabeça aquele período da História de Portugal, após o 25 de Abril, e que vem em quase todos os livros de História (será que também está descrito nos livros de Fernando Rosas?), em que os quadros de várias entidades públicas e privadas foram físicamente ameaçados. Ou o caso FP25.
Artigo 48º, ponto 1: "Todos os cidadãos têm o direito de tomar parte na vida política e na direcção dos assuntos públicos do país, directamente ou por intermédio de representantes livremente eleitos."
Este artigo, carregado de boas intenções, já foi, à partida, contrariado pelo ponto 4 do artigo 46º, que diz: "Não são consentidas associações armadas nem de tipo militar, militarizadas ou paramilitares, nem organizações racistas ou que perfilem a ideologia fascista." (A itálico está o realmente me incomoda, por proibir a constituição um certo tipo de partidos).
Em primeiro lugar, encontram-se hoje representados no Parlamento Nacional ideais fascistas. Ou não devo considerar fascismo aquilo que se passa em Cuba ou na China? Segundo, até mesmo esses devem usufruir dos direitos contidos nos artigos 46º, ponto 1, e 48º, ponto 1. Mas a nossa constituição lesa a democracia no ponto 4 do artigo 46º, ao proibir um partido de qualquer que seja a ideologia. Vou até ao extremo de dizer que um partido marcadamente racista também devia ter toda a legitimidade, apesar de achar tal ideologia ridícula (a biologia humana isenta de preconceitos políticos não reconhece a existência de raças no Homo sapiens, pelo menos a nível genético).
Em suma, posso não concordar com o que dizem alguns, posso até não os querer ouvir (basta-me evitá-lo...), mas eles deviam ter o direito a falar!
Proibir de falar aqueles com quem discordamos profundamente não é democrático. Democrático seria não os ouvir, não votar neles.

quinta-feira, julho 07, 2005

Contra-peso

Novo post, para tirar partido também do outro diário Madeirense, o contrário à situação, o Diário de Notícias da Madeira.
Ao menos neste, temos opiniões contrárias, umas inteligentes, outras próprias de miúdos de doze anos (e mesmo assim, temo ser ofensivo para com as crianças). É preciso fazer um registo para os ler, mas não se perde mais que um minuto nisso.
Mas, com opinião contrária, temos o Nuno Morna: "Sou daqueles, ao que parece poucos, que perceberam o que Alberto João Jardim quis dizer em Santana. Todas as coisas têm o seu contexto e é dentro deste que devem ser lidas e entendidas. Claro que a alguma comunicação social dá muito jeito, por vezes, “montar” as peças como mais “oportuno”. Vende jornais, põe o país em polvorosa, acicata o “inimigo de estimação”. Fique desde já claro que também eu aqui não quero “chineses” e “indianos”. Não os “chineses” e os “indianos” per si, como pessoas, que fogem dos seus países em busca de uma vida digna e consentânea com a dignidade humana. Não os “chineses” e os “indianos” que aqui trabalham e vivem integrados numa sociedade que os deve bem acolher. Eu não quero aqui os “chineses” e “indianos” da globalização de mercados que colocam no nosso país produtos de má qualidade e a preços que não têm concorrência. Eu não quero aqui os produtos “chineses” e “indianos” que são o resultado de uma verdadeira escravatura laboral, onde os trabalhadores não têm direito a segurança social, recebem salários miseráveis, não têm direito à livre associação sindical, e que por força de tudo isto podem apresentar-se a preços imbatíveis face à produção de qualquer país livre e democrático respeitador dos direitos humanos. Eu não quero aqui o embaixador “chinês” que representa uma das mais sanguinárias ditaduras que ainda persistem nos nossos dias.". Daqui em diante descreve os regimes pouco sociais de Chineses e Indianos, que aumentariam ainda mais o comprimento desta citação.
Se quiserem rir às custas de alguém que escreve com muita raiva e pouco intelecto, leiam o texto do excitado Pedro Mendes... Fez-me lembrar alguns comentários anónimos que brotam de vez em quando no Strix aluco, com muita pena minha.

Continuando...

É certo que este é um artigo de opinião no diário da situação, mas não deixa de explicar, aqui e ali, algumas coisas, apesar este senhor (que pelos vistos se chama Luís Filipe Malheiro, não o conheço) misturar alguns alhos e bugalhos.

terça-feira, julho 05, 2005

Dizem que disse...

Ouvi dizer, na televisão, que Alberto João Jardim disse, simplesmente, que não queria chineses ou indianos na região. Ouvi dizer, porque não ouvi, na peça, o discurso propriamente dito. Ouvi somente um momento em que AJJ é interpelado e responde, numa situação em que ele devia ter mais brio, mas não deixa de ser conversa de circunstância. Nem se ficou a saber de que é que Jardim falava! Isto é jornalismo? Aonde?
Fiquei curioso e assombrado com aquelas "notícias", e resolvi falar com as minhas fontes mais seguras: o Papá e a Mamã, que vivem na minha Região Autónoma da Madeira, e serão, por isso, os meus ouvidos mais seguros sobre o que se passa na terra natal. Fiquei a saber que o assunto era mais do que uma declaração de intenção de expulsar da RAM todos os indivíduos de etnia chinesa ou indiana (sugiro à comunicação social do território Nacional continental que sugira que AJJ pretende criar campos de concentração, ao estilo de Auschwitz). Para minha surpresa (...), a malta das televisões concentrou-se no escândalo aparente e não no assunto verdadeiramente digno de notícia.
Segundo me disseram, e confesso que me senti mal por andar tão distraído, o negócio da hotelaria, que o que mais gente emprega na RAM, anda a importar mão de obra chinesa e indiana. Ora, numa terra em que existe uma escola de hotelaria (há, portanto, pessoal qualificado), e em que muita gente começa a precisar de emprego (sim, "aquilo" também é Portugal, embora levemente almofadado), não se entende esta atitude por parte das operadoras de hotelaria. Era contra isto que AJJ falava...
Experimentem não ser tão facciosos nem caça-escândalos, senhores jornalistas! Sejam HONESTOS!
Post Scriptum: Abram os olhos aqui no continente, porque isto começa a acontecer por cá. Mas não se pode ser xenófobo, pois não? Até porque dizer mal dos espanhóis por quererem comprar negócios em Portugal não é xenofobia, pois não?...

domingo, julho 03, 2005

Políticamente incorrecto, e pouco católico

Confesso. É minha intenção escrever, aqui, um post políticamente incorrecto, pouco católico, e certamente muito pouco humano. Vou fazer um comentário meramente científico, visto de fora da espécie humana (excluindo por completo a tendência antropocêntrica da ciência humana).
Ouvi o Professor Marcelo falar contra a pobreza, no seguimento do Live8. Disse ele que morre, no Mundo, uma criança a cada três segundos de fome. Imaginem que são de outra espécie, extraterrestre, por exemplo, e estão a estudar o Homo sapiens. Sabem como classificavam esta informação? Eu sei: controle populacional, da parte da própria natureza.
Lembro-me dos gráficos das relações interespecíficas predador/presa das minhas aulas de Biologia do secundário. Estas relações podem ser consideradas, exactamente da mesma forma, entre um consumidor/produtor. É simples: uma espécie depende de uma ou mais espécies para sobreviver. Se o o número total de indivíduos (ou peso total de biomassa consumível) dessas espécies predadas (e/ou consumidas) diminuir, a população da espécie consumidora segue a mesma tendência, por fome... E este mecanismo funciona nos dois sentidos: se a população da espécie consumidora (Homo sapiens, por exemplo) aumenta, consome mais, aumentando a pressão sobre as populações consumidas, e diminuindo o seu número de efectivos. Penso que já se torna claro que estamos perante um fenómeno cíclico, com tendência a diminuir as flutuações populacionais, em direcção a um ideal (que é practicamente impossível) de equilíbrio perfeito entre as populações (aparecem sempre factores pontuais que desiquilibram tudo, como as epidemias, por exemplo).
É sabido que a população mundial de desta espécie bípede a que me refiro, há já muito ultrapassou os limites comportáveis, em equilíbrio, pelo planeta. A pressão é tal, que já não falo em ecossistemas pontuais. Estou a falar do ecossistema Terra. já várias espécies desapareceram, outras vão a caminho. E, apesar de da espécie humana se achar eterna, quando só existirem neste planeta as espécies por nós domesticadas e cultivadas (e as que apanharem a boleia, como baratas, ratazanas e outros), estaremos vulneráveis. Vulneráveis a epidemias novas (não nos podemos esquecer que os seres unicelulares evoluem milhões de vezes mais rápido que nós), tanto em nós, como das espécies de que dependeremos exclusivamente. Vulneráveis a sofrer pressões populacionais ainda maiores, entre indivíduos da nossa própria espécie, resultando em constantes guerras por coisas ainda mais mesquinhas do que aquelas que hoje as justificam.
Em suma, temos dois caminhos: ou deixamos a natureza actuar, e continuamos alegremente a caminho da nossa própria e mais que certa extinção, ou tentamos equilibrar as coisas, prolongando a nossa vida enquanto espécie neste planeta.
Uma terceira via será descobrir outro lar para a nossa espécie, e andar alegremente de planeta em planeta, consumindo tudo à nossa passagem.
Não vos vou dizer qual seria a minha escolha... adivinhem. Talvez seja uma quarta via...

Pois...

Tinha muito que dizer sobre a governação do País, mas acabei de ouvir Marcelo Rebelo de Sousa, e prefiro ficar calado...
O Professor disse o que eu diria, com muito mais autoridade e severidade. Acho que escrever além do que ele disse seria cobardia da minha parte.
Mensagem aos votantes que lêem este blog (a ambos):
Contribuam com o vosso voto para continuar com a incompetência! Não se afastem da maioria dos Portugueses, porque a democracia o exige (ou será que a democracia não é um exclusivo da esquerda...?????). Porque com a esquerda vivemos todos melhor, de papo para o ar, sem stress (até dá para fumar umas ganzas!).

sexta-feira, julho 01, 2005

Et tu?

Até Vitor Contâncio? Vejo que as contas não são o ponto forte dos caciques do Partido Socialista. Desde Mário Soares, que nunca foi grande coisa em coisa alguma, passando pelas contas do PIB de Guterres (este é um pormenor que confesso mesquinho), e agora com conta falhada, atrás de conta falhada, Campos e Cunha mostra não prestar atenção às contas (o que até me surpreende).
Agora, através do Público, descubro que até o Governador do Banco de Portugal tem pouca consideração pelas contas. Pelos vistos enganou-se nas contas de previsão do défice para este ano (e não o défice deste ano) em 0,11%. É só uma décima? Até deixaria passar, não fosse o próprio Constâncio ter ido ao pormenor enfatisado que o relatório ia ao pormenor das (adivinhem) duas casas decimais... Se não era pormenor nessa altura, também não o é agora.
Além do mais faz-me muita confusão que pessoas com responsabilidades destas não tenham cuidado com as suas contas. Isto demonstra incompetência. Nos meus exames, se me enganar numa décima, perco parte da cotação da pergunta, ou mesmo a totalidade, conforme o avaliador.
E deixem de enganar o povo dizendo que esse valor é o défice deixado pelo governo anterior, quando não passa de uma previsão, considerando conjunturas que não são reais. É desonesto.