terça-feira, julho 05, 2005

Dizem que disse...

Ouvi dizer, na televisão, que Alberto João Jardim disse, simplesmente, que não queria chineses ou indianos na região. Ouvi dizer, porque não ouvi, na peça, o discurso propriamente dito. Ouvi somente um momento em que AJJ é interpelado e responde, numa situação em que ele devia ter mais brio, mas não deixa de ser conversa de circunstância. Nem se ficou a saber de que é que Jardim falava! Isto é jornalismo? Aonde?
Fiquei curioso e assombrado com aquelas "notícias", e resolvi falar com as minhas fontes mais seguras: o Papá e a Mamã, que vivem na minha Região Autónoma da Madeira, e serão, por isso, os meus ouvidos mais seguros sobre o que se passa na terra natal. Fiquei a saber que o assunto era mais do que uma declaração de intenção de expulsar da RAM todos os indivíduos de etnia chinesa ou indiana (sugiro à comunicação social do território Nacional continental que sugira que AJJ pretende criar campos de concentração, ao estilo de Auschwitz). Para minha surpresa (...), a malta das televisões concentrou-se no escândalo aparente e não no assunto verdadeiramente digno de notícia.
Segundo me disseram, e confesso que me senti mal por andar tão distraído, o negócio da hotelaria, que o que mais gente emprega na RAM, anda a importar mão de obra chinesa e indiana. Ora, numa terra em que existe uma escola de hotelaria (há, portanto, pessoal qualificado), e em que muita gente começa a precisar de emprego (sim, "aquilo" também é Portugal, embora levemente almofadado), não se entende esta atitude por parte das operadoras de hotelaria. Era contra isto que AJJ falava...
Experimentem não ser tão facciosos nem caça-escândalos, senhores jornalistas! Sejam HONESTOS!
Post Scriptum: Abram os olhos aqui no continente, porque isto começa a acontecer por cá. Mas não se pode ser xenófobo, pois não? Até porque dizer mal dos espanhóis por quererem comprar negócios em Portugal não é xenofobia, pois não?...

13 comentários:

Anónimo disse...

Jovem Madeirense,
o Tio Alberto é um bocarras e só diz o que lhe apetece sem pensar nas consequências que isso acarreta! Não pode ser!!! Alguém tem que lhe TAPAR a boca... o homem fala demais

AA disse...

tens leitores democratas, Gonçalo..

a minha questão é sobre a qualidade da dita escola de hotelaria, e se de facto forma gente que compete directamente com os chineses...

PTG disse...

O mesmo que lhe criticam o estilo deviam era criticar-lhe a obra. A Madeira é só, para quem a conheceu e conhece (e n para quem apenas leu e lê os comentários à actuação do AJJ) a região do país com maior desenvolvimento nos últimos anos. O resto "são letras"...

Gonçalo Taipa Teixeira disse...

Oh, anónimo! Essa democracia está "levemente" transviada... Não?
Dizendo demais ou não, eu posso dar a minha opinião, e tu ligas, ou não. (Até rima, a democracia)

AA disse...

Resumindo, Gonçalo:

O homem decidiu atirar-se de novo contra o "socialismo cinco estrelas", e quem apanhou de tabela foram os chineses.

Sabes se os ditos 5* estão em movimentações por causa das autárquicas?

Anónimo disse...

Oh pá... sou um macaense por isso a minha opinião é suspeita. Mas para começar não precisava de usar palavras tão fortes. Eu ouvi esses comentários na TV e não gostei. Se os jornalistas manipularam ou não, não sei... mas um "ditador" experiente como o AJJ, já deve saber que tem que ter mais cuidado a falar. Ele sempre gostou de chocar por isso...

Por outro lado, a culpa não é dos próprios chineses e dos indianos. Ele devia era criticar os que escolheram esse caminho (contratar mão de obra barata de fora e não os próprios portugueses em geral ou madeirenses em particular).

Para acabar, acho que se não me engano, os tugas estão emigrados em todo o lado... com certeza que também não gostam de ouvir críticas desses no país onde eles se encontram, não? Imagina como por exemple o Mayor do Newark a dizer que está farto dos tugas e vai expulsá-los todos?!?! Ou Luxemburgo, ou Leichstein, ou Londres...etc...!?!?

Peace and Love

Gonçalo Taipa Teixeira disse...

AA: Não sei, não senhor.
Chau: Como é que sabes, se não ouviste o discurso propriamente dito, que o homem não estava a dizer que não queria que esses sebhores fossem buscar mais chineses? Não é pessoal contra os chineses... Mas não sabes, porque os jornalistas não to quiseram mostrar. Eu tb não to posso garantir. Pelas palavras do AJJ não ponho a mão no fogo.

Gonçalo Taipa Teixeira disse...

Pensei em apagar o primeiro comentário, que nem dono tem, mas achei que era responder à ditadura com falta de democracia... Lá fica.

Fodunt disse...

Acerca deste assunto, e como Madeirense que sou, gostaria de expor o meu ponto de vista. Desconhecendo as reais circunstâncias em que o dr. Alberto João Jardim teceu os seu comentários xenófobos a roçarem o racismo, não ponho de parte que o tenha feito com boa fé. claro que é obvio que ele estava a gladiar-se pelos interesses dos alunos da escola hoteleira. Ao nosso presidente nunca faltaram as boas intenções...só as boas maneiras. Tal como tu Gonçalo, estou afastado da minha ilha, não tendo por isso fácil acesso à informação Madeirense e como já disse, desconheço o contexto em que foram proferidas as polémicas frases, mas apesar disso envergonho-me que o meu povo se deixe representar por um senhor que desrespeite desta forma o próximo. Com ou sem razão. E devíamos ter em conta que existe uma grande percentagem de madeirenses emigrantes a enriquecerem no estrangeiro, que gostam da sua liberdade e (espero eu) não são confrontados com este tipo de racismo e xenofobia.
Estarei muito errado?

Gonçalo Taipa Teixeira disse...

Juve "Fodunt":
Concordo que a declaração que as televisões passam é políticamente incorrecta, mas interpelaram-no, e ele respondeu. Não pensou nas consequências que, para um representante de um governo, ainda que de uma região autónoma, é mau. Mas à luz do que entretanto fiquei a saber, penso que a expressão não foi xenófoba. Penso que, se o AJJ fosse mais diplomático, teria dito algo como "não quero que venham mais", e não por serem chineses ou indianos, mas por serem mão-de-obra que a região produz, logo não necessários, e até disruptivos da luta contra o desemprego na nossa RAM. Mas que o AJJ não pensa antes de falar, às vezes não duvido.

Anónimo disse...

Apaga lá a merda do comnetário que fiz! É a tal DITADURA que vocês Madeirenses estão habituados... ou és meu ou és contra mim. PIDE

Gonçalo Taipa Teixeira disse...

A mal educados com atitudes anti-democráticas, não devia responder...
Uma frase muito ao estilo do "ou és meu ou és contra mim" ficou famosa num discurso do General Vasco Gonçalves, a quem se pode acusar de muita coisa, menos de ser da PIDE... acho eu...
Não apago as provas de buçalidade de que, provavelmente, tens vergonha!

Anónimo disse...

Vergonha tinha de ter um filho como tu....