domingo, março 12, 2006

Direitos torcidos


No post Eu sou homofóbico, eu critico o aproveitamento da morte de uma pessoa por parte de certos grupos de pressão para ganhar tempo de antena, e reinvindico o direito de ser homofóbico e de o admitir sem sofrer qualquer tipo de represália. Logo no primeiro comentário, sofro uma crítica por fazê-lo. Uma represália.
A saber: "eu também acho que ninguém tem nada a ver com o facto de você ser homófobico, no entanto a web é um espaço público logo vejo uma certa contradição, ou não? seja coerente, e não esvcreva coisas destas, porque está-se mesmo a ver que está à espera de resposta. Já agora acha que a pessoa que faleceu, estava naquelas condições porquê, vivia assim porquê, por uma aceitação da sociedade durante a sua vivência como transexual?..., não nos conte essas coisas em público sim...Assinado filipa, heterosexual e mãe."
Não condeno a Filipa, heterossexual e mãe, pela crítica. Atribuo-a à pressão social que em Portugal insiste no políticamente correcto, na limitação da liberdade de opinião e de expressão. Censura não oficial.
Ora a Filipa não me condena por ser homofóbico, mas condena-me por o tornar público, acusando-me de contradição. O cariz de censura nesta atitude é evidente, e não entendo onde é que me deixei cair em contradição. É a coerência que me obriga a escrever estas coisas, e claro que estou à espera de resposta, senão não valeria a pena discutir.
É este o país em que vivo. Um país em que a liberdade de expressão é limitada pela intocável moral de alguns, em detrimento do direito à opinião, e divulgação desta, por parte daqueles que não concordam com a corrente do politicamente correcto.
O direito à indignação da Filipa não pode, num país de liberdade, colidir com o meu direito a exprimir a minha opinião.

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