A Filipa respondeu ao meu desafio. Não respondeu no seu blogue, o Marionetas a Norte, por este ser dedicado às artes interpretativas em geral, penso eu, mas com um comentário ao meu post anterior. Desta vez diversifica o assunto, pelo que eu preferi responder àquele que serviu de propósito aos posts em questão na mesma caixa de comentários, e tentar explicar o meu ponto de vista e opinião acerca do assunto que agora ganhou preponderância na argumentação da Filipa, neste novo post.
Vejo-me novamente obrigado a transcrever o comentário para o corpo deste texto, para melhor poder discuti-lo (a Filipa não ficará certamente chateada): "continuo a dizer que somos nós que censuramos, porque diga-me, todos os homosexuais que eu conheço são pessoas normais, de uma forma geral um pouco mais tristes por terem de amar em segrdo, e já agora quantas crianças viu sair duma casa de correcção aptas, sem as maselas , não só da vida mas também das instituições, aqueles muidos, são tão culpados como os que lhes deram aquela educação, se já conheceu algum poderá ver também a tristeza de uma vida quase sempre com um passado negro e um futuro vazio, continuo a critica-lo por essas afirmações de afirmar-se homofóbico. Aqui ninguém é santo, nem o senhor que faleceu nem as crianças que o mataram mas a culpa não é apenas deles mas também minha e sua. se acha que a minha postura é conservadora vai-me desculpar que diga exactamente o oposto."
Apesar de não concordar que os homossexuais sejam normais, nem que seja porque é necessário discriminá.los no texto como tal, e a sua fuga da normalidade ser exactamente um dos pontos de começo da discussão, reconheço que muitos deles, senão a maioria, não se evidenciam da generalidade das pessoas. Se são pessoas que se sentem tristes pela falta de aceitação da sua escolha, é a vida. É a natureza humana. Com isto não pretendo dizer, de forma alguma, que a violência fisica ou psicológica que possam sofrer seja defensável do ponto de vista da natureza humana, mas apenas pelo facto de que a cultura da nossa espécie já evoluiu a um ponto em que a tolerância para com as diferenças é maior.
A culpa que a Filipa atribui a toda a sociedade pelo apedrejamento do transsexual por parte daqueles jovens de protecção emocional fraca e instável, faz todo o sentido, mas não é isolando-os das manifestações de intolerância que as educamos a tolerar. É antes mostrando-lhes que a diferença existe, e deve ser respeitada. É dando o exemplo, sendo intolerantes para com a intolerância.
Quer a Filipa melhor exemplo de tolerância do que o de quem se confessa homofóbico, mas respeita a existência dos homossexuais? Não os discrimino por serem homossexuais, mas não concordo com as suas escolhas sexuais, é tudo. No entanto sinto que a Filipa foi intolerante para comigo (provavelmente sem se aperceber), por não querer que eu manifeste os meus gostos.
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