segunda-feira, maio 30, 2005

E as "bolas", onde estão?

Desde quinta, 26 de Maio que nada escrevo. Estive, no meio da ramagem de um qualquer sobreiro deste país, à espera de ver coragem nos pequenos roedores que se dizem responsáveis pela condução da nação. Vi um único corajoso de "bolas" de ferro: Cadilhe. Não sei se tem razão ou não, mas não é qualquer um que aponta o dedo daquela maneira à instituição (aparentemente férrea) Aníbal Cavaco Silva, principalmente quando era ele o Ministro das Finanças. Foi, talvez, menos corajoso nessa época, já que podia ter batido o pé ao Professor.
Muito pouca coragem, para não dizer vergonha na cara, teve o compincha Coelho, ao aproveitar-se do que disse Cadilhe para limpar por completo as culpas dos Governos seguintes (vamos no 5º!)na criação, e manutenção, do famigerado monstro. Os DOIS Governos de Guterres (com Coelho na caçarola) que se seguiram (duraram um mandato e meio, mais ou menos), assim como os dois Governos PSD\PP (que só duraram, em conjunto, pouco mais que meio mandato), podiam ter resolvido o problema. Não houve "bolas"!
Hoje, com o problema sobejamente conhecido, e com a fabricada (e desnecessária) autorização moral do Governador do Banco de Portugal, o Governo do Engenheiro com nome de filósofo não demonstra ter as "bolas" no sítio. Não tem coragem de admitir o erro conjuntural (estou a ser bonzinho) das SCUT's, então aumenta o imposto sobre os combustíveis para cobrir esses aspiradores de orçamentos. Para piorar as coisas, sabendo que o aumento dos combustíveis faz subir os preços em geral, o homem carrega 2 pontos percentuais no IVA. Alguém duvida que isto vai potenciar aquela subida de preços, além de fazer aumentar a vontade de fuga aos impostos?
Falta de "bolas", porque num país à beira da falência, e em que as vendas de carros de luxo têm aumentado, o Governo parece tremer perante a ideia de aumentar o IA para essa classe de veículos. Não acredito que quem compra um carro por 250000 euros, não o compra se este custar mais 12500 euros (assumindo uma taxa de 5%). É mais fácil atacar nos impostos que não atingem ninguém em particular. Concordo com o aumento das taxas sobre o álcool e o tabaco, mas, mais uma vez, parece-me uma escolha fácil, uma vez que quem reclamar muito pode ser facilmente chamado de bêbado ou à atenção de que fumar faz mal à saúde de quem fuma e não só.
Resumindo, atira-se às cegas ou na direcção de quem não consegue apoio moral para se defender.
Post Scriptum: Tirar algumas regalias aos governantes é uma atitude que serve de exemplo, é verdade. Mas é, também, uma forma de adiar os inevitáveis emagrecimentos da máquina do estado. Ser funcionário do estado devia ser um previlégio difícil de alcançar, e não um direito adquirido ou uma plataforma de apoio para se viver na mediocridade.

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