A religião Cristã, na qual fui educado, apregoa a igualdade de todos perante Deus. Não quer isto dizer que na hora da morte não interesse o que se fez durante a vida. Esta igualdade não é como um rolo compressor que nos mantém a todos ao mesmo nível enquanto respiramos, tornando irrelevantes as nossas boas ou más acções. Esta igualdade refere-se apenas ao ponto de partida, à forma como os Cristãos acreditam que Deus nos avalia à partida e o modelo em que se baseia para nos julgar no purgatório.
Fora da religião, e neste país de mentes lavadas pelo PREC, também se confunde a igualdade com um rolo compressor. Existe, em Portugal, uma obsessão pelo direito à igualdade, o que não é mau só por si. O problema é que se confunde a definição de igualdade. Para os socialistas deste país (e não me refiro só aos partidos da nossa esquerda, mas antes a todos quantos defendem modelos de uniformização social), esta igualdade deve ser imposta, ao contrário de praticada.
Estes ditadores da boa vontade vêem o direito à igualdade como uma desculpa para uniformizar os seus cidadãos dentro de uma sociedade sem ambições individuais, mas antes possuidora de um objectivo colectivo. É assim que a aplicação desta definição de igualdade serve como desculpa para o tal rolo compressor que nivela os indivíduos por baixo e os quebra ao menor denominador comum. Assim se domam e moldam vontades, uma vez que o indivíduo que teria ambição de se esforçar por ser melhor é desmotivado quando se depara até com a depreciação que sofre por parte dos seus pares menos ambiciosos. E isto são só as pressões sociais.
(Continua)
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