sexta-feira, setembro 12, 2008

Cuidado com os burocratas!

Hoje foi dia de contas aos acidentes de trabalho por parte da comunicação social televisionada. Pelo menos aquela que eu vi. Esta repentina preocupação faz eriçar os meus cabelos do pescoço. Adivinha-se uma reacção por parte dos burocratas. Há quem não espere outra coisa, para contrariar as estatísticas. Porque as estatísticas são mais importantes que as pessoas, e um governo (conjunto de burocratas e reguladores, fãs incondicionais da engenharia social, que se revezam nas cadeiras de projectistas-mor da nação) pode perder votos se aquelas estatísticas, que reduzem um indivíduo a uma massa disforme de números, não derem a impressão de que este mundo anda perto da perfeição. Enquanto a liberdade definha em nome de uma sociedade desinfectada e livre de azares, aselhices e idiotices.
É de esperar que se legisle e regulamente, de forma a que os trabalhadores tenham cada vez menos liberdade de escolha em troca de segurança que, devidamente informados, os próprios podem zelar. Mas é mais fácil manter as ovelhas no curral que informá-las dos perigos e potenciais consequências de sair do curral. Para além de que há sempre uma ovelha negra ou duas que, apesar da informação, escolhem arriscar sair do curral e correr riscos. São ameaças para as estatísticas perfeitas.
Meus caros burocratas, engenheiros sociais e seus incondicionais seguidores: o mundo não é um local perfeito. "Shit happens". A minha liberdade, tal como a de cada um de vocês, é mais preciosa que as estatísticas. Mesmo aquelas que estão contra mim.

2 comentários:

O Peregrino disse...

Já dizia Douglas Adams, na sua obra "HitchHicker's Guide to the Galaxy", que a probabilidade de existir vida no Universo, em termos probabilísticos é tão próxima de zero que, logicamente, temos de assumir que não existimos.
Diluir uma morte, escondê-la atrás de outras mortes "normais" são algumas das técnicas, e os governantes parecem todos fazer um curso de "Estatística Aplicada" antes de começarem a exercer!

Aves Raras disse...

As estatísticas não interessam? Pelo contrário: hoje em dia, só a estatística (e da má) é que interessa, infelizmente.