A igualdade de rolo compressor que pretende nivelar as vidas dos cidadãos, transformando os sonhos de cada um em algo de supérfluo e a evitar levantar acima do objectivo comum: A sociedade perfeita, na qual ninguém tem motivos de inveja do vizinho do lado.
Ora, se todos vivermos vidas miseráveis e sem objectivos próprios, é óbvio que ninguém deseja ter o que o outro tem. Ou seja, nada. Ou quase.
Mas é dessa inveja que nasce a ambição. E é através da ambição que o indivíduo evolui e se supera. Sem ambição, o indivíduo acomoda-se e estagna. Há invejas e ambições doentias, é verdade, mas nada é perfeito.
Esses senhores da burocracia em nome de uma igualdade forçada depressa se apercebem, no meio de todas as suas boas intenções, que a única maneira de criar a sociedade perfeita por eles imaginada, passa por suprimir as vontades e desejos individuais. Sendo assim, estes donos da razão alheia, cheios de visões e soluções para a vida dos outros, acabam por defender a igualdade moldada à força contra a liberdade e o livre arbítrio.
Além disso, o indivíduo ambicioso cria ambição à sua volta. Este indivíduo quer melhorar o seu estilo de vida, e por isso inova e quer melhorar-se a si próprio. O esforço que este faz acaba por arrastar outros com ele, seja por que trabalham para ou com ele, seja pelo exemplo que vêem nele. Mas os burocratas que tudo sabem cortam este progresso individual antes que infecte mais alguém. Tiram-lhe parte dos lucros em troca de serviços que ele não pediu, nem usa. Para que avance na sua demanda por melhores condições, vê-se este empreendedor obrigado a pagar autorizações para tudo e mais alguma coisa. Tudo isto em nome da igualdade.
Se eu não posso ter mais do que tenho, ou distinguir-me do meu vizinho pelo meu sucesso, então nem me vou esforçar. Se os mínimos para a sobrevivência me caem no colo, e a ambição de querer mais me é amputada em nome da igualdade, não me esforço.
Na constituição dos EUA escreveu-se que todos os homens nascem iguais. Isso é igualdade. Também lá está escrito que todos os homens têm direito à "pursuit of happiness". Repare-se que não diz que os homens têm direito à felicidade, antes a tentar lá chegar. Até porque quem já não tem objectivos a atingir, não pode ser feliz.
2 comentários:
Até o mais pobre e desprendido dos humanos, por amor a Deus, tem um objectivo que o guia, que é atingir o nível espiritual superior. Nunca em nenhuma época como agora se viu humanos ficarem em casa sem nada fazer, contentados com o que o Estado, pelo trabalho de outros, lhes envia para o sustento. A gratuitidade de tudo leva à preguiça, e esta leva à luxúria, que conduz a um completo desligar das dificuldades da Realidade. Quando o trabalho é visto como supérfluo, qualquer visionário que pregue a necessidade de o realizar se torna mártir, e a sociedade, mais cedo ou mais tarde, cai aos pés da fome; aí o ser humano acorda para os avisos do morto profeta, mas é já tarde e resta-lhe apenas suspirar pela última vez...
muito bem!
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