Chegado à Região Autónoma da Madeira lá pelas dez e meia da matina do dia dez de Fevereiro (hje, para quem, como eu, ainda não se deitou), não perdi tempo e fui ver como anda a noite de sexta-feira à noite nesta ilha onde uma cegonha, por um feliz acidente, me largou. Frequentei os mesmos lugares de sempre, ou quase, mas as pessoas parecem-me diferentes. Parecem-me todas as mulheres que vi, salvo a excepção de quatro ou cinco frescas jovens de visíveis dezoito a vinte anos, me pareceram uma cambada de encalhadas, umas mais desesperadas que outras. Os homens que por lá andavam pareceram-me velhos e cúmplices das as desesperadas solteironas. Assustei-me, pois reconheci muitas das caras que agora me entristeciam como meus contemporâneos, alguns até mais novos quatro ou cinco anos que eu...
Serei eu que não me vejo como o homem feito que devia ser, ou serão eles que têm pressa de se deixar engulir pela uniformidade e uma vida grisalha, cheia de obrigações e linhas gradeadas?
Serei um Peter Pan, ou um louco que não se descobre com um lugar no mundo, onde se possa sentar e esperar que a vida o engula?
Às vezes tenho a impressão de correr sozinho pelo cego nevoeiro, mas de pés descalços sentindo a areia, a erva e as pedras.
2 comentários:
Gonçalinho,
Uma caminhada pelos caminhos junto ao Pico do Areeiro, e isso passa...
:-)
Eu pessoalmente, acho que és louco. Foi pena, porque estive no rectangulo e desencontramo-nos. E compreendo a tua estranheza de voltar a casa e tudo o que é igual estar diferente.
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