quarta-feira, agosto 31, 2005

De volta

Chego ao Porto amanhã pelas 9 e meia da matina. Quer dizer que tenho que estar no Aeroporto Internacional do Funchal (pouco internacional...) às 6 e meia da matina, para levantar vôo às 7 e meia!

Vetustos candidatos

Mário Soares acabou, finalmente, com o teatro dos anúncios a anúncios de candidaturas. Candidatou-se. Felizmente, digo eu, pois acho que Soares dividiu a esquerda com o atropelo a Manuel Alegre e com o seu regresso à extrema-esquerda.
Uma das coisas em que mais reparei no seu discurso televisionado, foi a evidente dificuldade em ler, debruçando-se em exagero sobre o papel, e até embrulhando as palavras. Confesso que houve alturas em que tive dificuldade em perceber frases inteiras. Cheguei a ter pena dele (no meu caso, isto é dizer muito).
A razão por que escrevi o título no plural tem a haver com uma sugestão que quero pôr em cima da mesa. Quero propôr a minha avó paterna (única avó que tenho viva) para candidata à Presidência da República Portuguesa. Tem 10 anos mais que Mário Soares (tem 91 anos!) e consegue ser mais inteligível no seu discurso. A memória já não é a melhor (provavelmente acabaria um discurso, faria uma pausa de 30 segundos, e repetiria o mesmo discurso), é verdade, mas se Soares pode, a minha avó também pode!
Tamém aposto que a minha avó reuniria apoio nas hostes saudosistas do Estado Novo, já que tanto ela como o seu falecido marido (meu avô, claro) eram salazaristas.
(PS: Antes que concluam coisas que não são bem verdade, saibam que nasci de filho de salazaristas e de filha de anti-salazaristas de centro direita (PPD). Pessoalmente não concordo com ditaduras nem fascismos, sejam estes de esquerda ou de direita, mas não tenho alergia a Salazar.)

Silêncio de morte

Reparei que este ano não se ouviu falar nos touros de morte em Barrancos... Qual foi o resultado? Os touros morreram, e quase ninguém viu. A falta de propaganda das discussões mediáticas acabou por lhes estragar o negócio.
Já escrevi dois posts acerca deste assunto (o mesmo texto dividido em dois) em Maio. Quem quiser lê-los, ou relê-los, para saber a minha opinião sobre o assunto (há quem se interesse, penso eu), aqui ficam os links: "Animais ou objectos" e "...(continuação)"

Políticas enganadoras

terça-feira, agosto 30, 2005

Mas rosna...

Parece que se calou o homem a quem ninguém cala... Mas ainda rosna: Diz Manuel Alegre, que a candidatura de Mário Soares “não é saudável para a República”. Pode ser que nem para a esquerda nacional o seja...

Aprenda-se qualquer coisa

"Bombeiros chilenos dizem que Portugal gasta demasiada água a combater incêndios" é o título de um artigo do Público (encontrei-o on-line na página das últimas, não sei, portanto, se já foi publicada na edição impressa). Num país que padece, neste ano, de uma seca grave, um título destes altera-me negativamente o humor (quis evitar dizer que me irrita). Dizem os chilenos que se combatem os incêndios mais eficazmente, e com economia de água, desbastando os combustíveis à frente do fogo.
Continuando a ler descobri que o título é curto (não nas palavras mas na cobertura real dos assuntos do artigo). O especialista chileno "Carlos Weber Bonte disse ainda que os incêndios em Portugal desenvolvem-se com muita violência e notou que há muitas habitações junto das áreas florestais, o que não sucede no Chile.". Quanto à violência, pode explicar-se no caso das monoculturas extensas de eucaliptos e pinheiros (Eucalyptus globulus e Pinus pinaster, para quem quiser saber), verddeiros incendiários do mundo vegetal. Quanto à proximidade das habitações às áreas vegetais, prova-se que em Portugal não se cumpre a lei, nem se faz cumprir. Não está legal, faz-se queixa! Obrigua-se as entidades de fiscalização a actuar! Mas somos todos gajos porreiros, cheios de medo de sermos apelidados de chibos se fizermos valer os nossos direitos e obrigações de fazer cumprir a lei...
O povo Português não parece querer compreender que é preciso fazer queixa de tudo e mais alguma coisa, se queremos que a lei se cumpra e as coisas funcionem.

segunda-feira, agosto 29, 2005

Homeopatia

Ao ler este artigo no Público de 29 de Agosto deste ano de 2005, lembrei-me das minhas aulas de Química no secundário, e as laboratoriais da faculdade. Os homeopatas acreditam ser possível pegar numa solução de uma qualquer essência (lembro que falo de soluções, portanto, já de si diluídas), com um qualquer princípio activo, diluí-los milhares de vezes (não poucas vezes, dezenas de milhares de vezes), e aumentar a força daquele princípio activo, por força de uma agitação especial que deixa uma impressão do princípio activo nas moléculas de água.
Eu acredito que alguns dos frascos vendidos pelos homeopatas, depois de tantas diluições, não contêm nada além de água. Quanto à impressão nas moléculas de água, não vejo como pode acontecer. Para quem não sabe, as leis da física e da química inorgânica são rígidas: Uma molécula de água é constituida por dois átomos de hidrogénio ligados a um átomo de oxigénio, formando entre estas duas ligações um ângulo específico. Se infligirmos alguma alteração num dos átomos ou nas ligações e forças entre eles, a molécula deixa de ser água. Segundo o que aprendi, podemos assistir à formação de água oxigenada (dois átomos de cada elemento - H2O2) ou de dois gases separados (oxigénio - O2 - e hidrogénio - H2), mas nunca de uma molécula de água adulterada.
Confesso que não entendo a homeopatia. Se calhar o defeito é meu.

domingo, agosto 28, 2005

Que foi feito?

A propósito do post "Preocupante", muito bem escrito pelo AA no A Arte da Fuga, senti vontade de exigir explicações à geração que fez e/ou passou pelo 25 de Abril de 1974. Que fizeram vocês com a liberdade? Onde está a democracia real e honesta tão anunciada? Onde está a educação isenta e eficaz que prometeram na vossa Constituição? Onde está a Constituição funcional, democrática e para todos?
Nasceram e viveram sob o jugo do Estado Novo, em ditadura, exigiram liberdade, e quando a conseguiram (e apenas por isso vos agradeço), deitaram tudo a perder:
»Tudo o que o regime anterior teria de positivo, foi deitado fora com o negativo.
»A Constituição que nos deixam não é democrática: é programática, impondo à minha geração (eu nasci em 1976) políticas cuja funcionabilidade já se provou muito baixa, e proíbe a constituição de alguns partidos, numa atitude de menino mimado que tapa os ouvidos para não ouvir aquilo de que não gosta.
»Transformaram a educação num meio de divulgação de ideias e ideais, em vez de um meio de aprendizagem, avaliação e potenciação de talentos.
»Transfiguraram a discussão política numa feira de egos inchados a viver de méritos passados e muitas vezes alheios, em que os Partidos transformaram-se em clubes de adeptos cegos, e deixaram de lutar por ideais, passando a chafurdar e conspirar por postos e títulos bacocos.
Que foi feito, afinal, com o 25 de Abril?

Vila do Conde de molho

Ouço dizer mal de Alberto João Jardim por parte dos socialistas, às vezes com razão (menos vezes do que pensam), mas nenhum se atreve a levantar um dedo sequer contra Mário de Almeida, Presidente de Câmara Municipal deVila do Conde. Este texto do candidato àquela Câmara, merece o meu destaque, não pelo candidato ou por ser uma obra de arte, mas por chamar a atenção para um assunto que os socialistas gostariam de ver atirado para debaixo do tapete.

Citação

"Ou o Estado democrático resolve os problemas da República, ou alguém os resolverá contra ele." Manuel Alegre, in Expresso, 27-08-05.
Eu diria mais: O estado está viciado, e a República moribunda. Que alguém se levante para dar o golpe de misericórdia, e recomeçar de novo. Algures, entre as ideias bacocas que por aí pululam, uma nova República quer nascer.

sábado, agosto 27, 2005

Incêndios dentro e fora

Fiquei ontem impedido de actualizar este blogue, assim como de qualquer outra actividade em que a internet é essencial, devido a um incêndio na sala dos servidores da empresa que fornece o serviço aqui de casa (do meu pai, na Madeira).
Até dentro de quatro paredes os incêndios me incomodam...

quarta-feira, agosto 24, 2005

Uma sábia citação

Discriminado!!

Vi noticiado, no Jornal da Tarde da RTP de hoje (a data está ali em baixo), um novo serviço do município de Famalicão, só para emigrantes. Consiste o dito em agilizar e acelerar todas as burocracias a que normalmente nos sujeitamos quando queremos construir uma habitação, ou qualquer outra acção para a qual seja necessário licenciamento camarário. Como o emigrante vem à terra só por algumas semanas, e quer fazer férias, o aparelho camarário daquele concelho quis fazer-lhes um agrado.
Erro crasso: ficamos todos a saber que é possível tratar desse tipo de assuntos de um dia para o outro, em vez dos longos meses e anos que quem por cá ficou têm que aguentar. Ou isso, ou os emigrantes ganham prioridade sobre outros pedidos mais antigos.
Em qualquer dos casos a discriminação é evidente. E a diferença de tratamento no segundo caso não justifica que um cidadão espere 2 e 3 anos pela sua licença, enquanto que um outro, só porque emigrou, consiga a mesma autorização em menos de uma semana.
Mais uma vez, sou discriminado.

O bem e o mal. Afinal quem é o dono da moral?

Voltei das minhas férias longe de um computador, e encontro na minha caixa de correio electrónico isto. Nada me deixa mais triste que provar desta forma que o Homo sapiens não é o dono da distinção do bem e do mal; não é o dono da moral. Achar que a diferença entre a espécie humana e as outras reside nessa distinção, é considerar que as pessoas que apoiam actos destes (como a Fátima Lopes) e os consideram normais, não pertencem à nossa espécie. Pode argumentar-se que os efectores da barbaridade distinguem o bem do mal, mas escolhem fazer aquilo, mas aqueles que não conseguem ver mal nenhum nestas imagens, têm uma percepção moral muito diferente da minha.