Hoje o sol já me encharca a pele. O céu abriu-se e despeja preguiça abundante pelas minhas costas suadas. Não. Não é do trabalho. É do calor, mesmo.
Mas, apesar do apelo estival a colocar um véu opaco sobre as preocupações do mundo real, que se diverte a fazer em papa os sonhos de cada um, não posso deixar de me preocupar com as tarifas sociais que este governo pretende impor, tanto ao erário público como às empresas que se pretendem livres da pesada mão estatal.
Esta coisa do combustível low-cost, por exemplo. Como? Pretende este governo pôr o estado a concorrer com as gasolineiras? Ou vai impor os preços, voltando atrás no tempo para aplicar uma medida de supressão de liberdade no mercado?
Também tentarei não levar para a praia as reclamações de que a subida dos preços dos transportes dói muito. Dói. É verdade. É caro? É. Mesmo assim não é mais caro que em países com redes de transportes públicos semelhantes aos nossos. Eles têm mais dinheiro; são ricos? Talvez seja esse o problema: somos um país pobre com infraestruturas de rico. As infraestruturas de país rico pagam-se... ricamente. E não sou, que não uso o metro de Lisboa senão quando o rei faz anos — moro a centenas de quilómetros de distância —, quem vai pagar para que os outros o usem todos os dias. Não é justo.
Bom... Agora que me libertei de algum dos catarro atravessado, posso ir mais descansado para a praia. Vou tarde, a ver se fujo aos raios mais nefastos, mas bem a tempo de relaxar e esquecer as arrelias que o "direito" ao dinheiro dos outros me suscita.
A aparente aleatoriedade dos pigarreios neste texto que vos ofereço, apenas reflecte a minha pressa em ir para a praia.
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