domingo, agosto 14, 2011

Meter o nariz nos negócios dos outros

Nestes dias de crise financeira e anímica, muito se ouve falar da moralidade dos montantes gastos pelos clubes de futebol no reforço das suas equipas, num investimento de risco elevado. Todos têm direito a opinar — e o futebol costuma ser desculpa para evitar as discussões sérias e válvula de escape para as frustrações diárias — mas é contraproducente, e indicador de alguma inveja negativa, andarmos a perder tempo com a forma como privados (os clubes de futebol) investem o seu dinheiro. Se a queixa é a de que muito daquele dinheiro vem das autarquias e de subsídios, logo, é "nosso", pensemos melhor: se já lhes foi dado, é deles para fazerem o que quiserem dentro do que terá sido, ou não, contratado. Querem queixar-se, queixem-se das entidades que lhes entregam bocados do erário público.

É o raio da mania de que o dinheiro dos outros nos pertence que empata este país; ninguém pode fazer ou gastar dinheiro sem ser expropriado e/ou vilipendiado. Tudo em nome do bem comum, que não beneficia ninguém. Tudo em nome da moralização... do outro.

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