sábado, outubro 18, 2008

Isto de ser trintão nem é assim tão mau

Já passei a barreira dos trinta. Não será uma grande revelação para quem me conhece ou se dá ao trabalho de ir ver o meu perfil. A passagem em si foi pouco festiva... Até incluiu uma agressão infantil e pouco leal, como aqui descrevi.
Devo dizer que não me afectou muito, esta passagem, até porque já sentia a estabilidade emocional necessária para já não me ver como um jovenzito cujas opções poucas ou nenhumas consequências acarretam.
Não negarei que houve uma ou outra situação em que senti que o tempo me queria morder a juventude, arrancando alguns pedaços à juventude que ainda me resta. Houve a ocasional tentação feminina que me entrava olhos adentro e mexia com as entranhas, fazendo-me lembrar do meu compromisso com a mulher que na altura me povoava os planos de vida. Também senti, de vez em quando, maior dificuldade na recuperação física depois de um jogo de futsal ou de uma sessão de ginásio.
A funesta sensação de que Cronos me persegue tornou-se mais forte e nefasta quando os planos que me seguravam o ego foram atirados ao escuro rio da incerteza. Pensei que estava acabado, com trinta e um anos e sem vislumbre de carreira segura. Pensei que nenhuma mulher alguma vez se interessasse por mim.
Hoje vejo que estava errado. Nem o meu físico está assim tão mal-tratado, nem a minha carreira, que se afigura como uma aposta algo insana, assusta assim tanta gente. Antes pelo contrário.
Acabei de saber que fui outra vez aceite na equipa de futsal, apesar a concorrência de rapazes dez anos mais novos que eu, cheios de energia e habilidade. Entre mais de cinquenta candidatos, vinte e dois foram escolhidos. E eu, com quase trinta e dois anos, pouca habilidade, mas muita vontade, entre estes últimos.
Se juntarmos a isto as danças de salão em que me vou desenrascando bastante bem, posso dizer que este trintão está aí para as curvas. E isso de dizer que pretendo escrever para ganhar a vida, afinal não afasta assim tantas mulheres. Algumas até gostam da ideia, vá-se lá saber porquê.
É por isso que vos digo: não se assustem com as três dezenas. Levam algumas coisas, é verdade, mas trazem outras mais duradouras, mais procuradas.

Nota: Eu tenho perfeita noção de que este texto, como outros que aqui tenho escrito, me fazem parecer convencido. Se calhar é porque sou. Se calhar...

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