terça-feira, outubro 14, 2008

O Gótico e Rosseau

Alguns dos que lêem este blogue sabem que estou a tirar um curso de artes no País de Gales. Creative and Professional Writing, para quem tiver uma curiosidade especial por pormenores. Esta malta das artes, regra geral, é muito dada a socialismos e anarquias mal amanhadas, mas sempre com a convicção de que a arte é a razão de ser do ser humano e da sociedade. Sempre que a política aflora num qualquer assunto literário, eu vejo-me sempre a braços com a a solidão de quem rema contra a maré. Para ser justo, devo dizer que tenho encontrado alguns professores, principalmente os da escrita criativa, que não me tentam calar a retórica. Um ou dois até já se juntaram a mim uma vez ou outra. Mas os responsáveis pelas cadeiras mais formais da linguagem e da literatura afinam pelo diapasão da igualdade musculada e outras falsas bem-aventuranças do género.
Dito isto, podem imaginar o meu espanto quando uma professora minha de literatura nos fornece um auxiliar didático em que Jean Jacques Rousseau é citado. Isto só para ilustrar a rebeldia da literatura gótica Galesa em relação ao agressor Inglês. E que citação! A ler:

"Before art had moulded our behaviour, and taught our passions to speak an artificial language, our morals were rude but natural... Compare without partiality the state of the citizen with that of the savage... you will see how dearly nature makes us pay for the contempt with which we have treated her lessons." Jean Jacques Rousseau, 'Discourse on the Origin and Foundation of Inequality Among Men', 1755

E esta, hein? Fernando Pessa

2 comentários:

Diogo disse...

Jon Stewart, do Daily Show - 700 mil milhões de dólares para os Bancos

Jon Stewart, do Daily Show, fala-nos do plano do secretário das Finanças, Henry Paulson, no valor de 700 mil milhões de dólares, para salvar a finança americana. Pelo meio, uma breve mas brilhante análise da situação por George Bush. Um curto vídeo que nos arranca um bom par de gargalhadas e que termina numa toada arrepiante:


Stewart: Com Wall Street em ruínas, o secretário Frankensteiniano das Finanças, Henry Paulson, correu a ajudar com um plano brilhante. Um plano governamental de 700 mil milhões de dólares para resgatar a indústria financeira. 700 mil milhões do vosso dinheiro.

Bem, 700 mil milhões de dólares é imenso dinheiro, será que o Paulson vai aceitar? Sim ele aceita mas só sob certas condições. Para o secretário Paulson aceitar o nosso dinheiro, as decisões dele têm de ser, e passo a citar:

- Não consultáveis e mantidas em sigilo, e não podem ser analisadas por qualquer tribunal ou organismo administrativo.

Ouçam, antes de darmos a um funcionário sinistro que nem sequer foi a votos 700 mil milhões de dólares para fazer o que lhe apetecer, há uma coisa que devem saber. Este guru financeiro foi apanhado de surpresa.

(Entrevista de Paulson na Fox News a 16 de Março deste ano - 2008):

Paulson: tenho imensa confiança no nosso mercado financeiro, nas nossas instituições financeiras, os nossos mercados são resistentes, são flexíveis. As nossas instituições e os bancos de investimento são fortes.

Stewart: Isto é que é ter visão! É a cabeça de Aquiles dele. Para mais informações vamos falar com o nosso analista John Oliver. Oliver, obrigado por estares connosco. Isto é espantoso... Um exemplo espantoso... Para esta Administração depois do Katrina, depois do Iraque...

Oliver: A prisão de Guantánamo?

Stewart: Sim, isso também nos colocou numa situação difícil…

Oliver: E a politização do sistema judicial?

Stewart: Sim, preocupante.

Oliver: O secretismo draconiano?

Stewart: Sim, está bem. Onde quero chegar é ao seguinte, nunca pensei que houvesse outra área onde estes tipos conseguissem dar barraca.

Oliver: Eu sei. E não foi fácil. Foi como tentar encontrar a veia num viciado em falhanços.

Stewart: Então... Isto é... Eu compreendo, quando a veia morre é difícil... Então esta crise económica é, digamos assim, a cobertura de bosta no bolo de merda desta administração?

Oliver: Muito bem… Duas coisas: primeiro, essa metáfora teve classe. E, segundo, não os dês por acabados, Jon. Ainda falta muito até Janeiro (de 2009).

Stewart: Então achas que ainda há mais para vir? O que é que resta para eles... desconseguirem, digamos assim?

Oliver: Bem, vejamos... Ainda tens casa? Sim? Bem, então aí tens. Os teus filhos tomaram o pequeno-almoço hoje de manhã?

Stewart: Tomaram, tomaram um bom pequeno-almoço.

Oliver: E foi alguma coisa que encontraram na rua?

Stewart: Estás a dizer que o Presidente só vai ficar satisfeito quando os miúdos americanos comerem animais atropelados?

Oliver: Quando lutarem entre si pelos animais atropelados. Quando os animais atropelados forem o prémio para os mais fortes.

Stewart: Mas... Porquê?

Oliver: O legado Jon. Ouve, todos sabemos que ele nunca será lembrado como o melhor Presidente. Mas ainda pode, se se esforçar bastante...

Stewart: Ser o pior?

Oliver: Ser o último!


Vídeo legendado em português:

O Peregrino disse...

Não menosprezando o valor dos vídeos que já se tornou costume serem postados como comentários neste blog, eu pergunto o que raio têm eles a ver com os temas que o autor do blog escolhe para os posts em que os comments aparecem?