Acabou hoje o Congresso do PSD. Marques Mendes diz a plenos pulmões que é preciso emagrecer o Estado. Calha bem nesta época em que o combate à obesidade está na moda, mas é um discurso já sobejamente ouvido. Todos dizem, oposição ou governo, que há demasiados funcionários públicos, que os que existem estão mal aplicados aqui ou ali, mas ninguém assume o despedimento. "Rescisão amigável", como sugeriu, com pouca originalidade, Marques Mendes, não deixa de ser um despedimento sem justa causa. É só mais pacífico. É como o divórcio de mútuo acordo, versus o litigioso, ou até o divórcio unilateral que o BE andou por aí a sugerir.
Ninguém quer dizer claramente que a redução de funcionários públicos é urgente, e que mais vale mandar alguns (se calhar, muitos) arranjar trabalho para outro sítio (até porque muitos só têm emprego, falta-lhes o trabalho), ou até inventarem o seu próprio emprego. Seria perder votos. E enquanto o país político se reger meramente numa economia de votos e favores, nada de estruturante será realmente feito.
No ser individual há lugar para sentimentos. Numa empresa (como o Estado), não.
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