terça-feira, janeiro 15, 2008

"What was your intent?"

Através do A Arte da Fuga, pela mão do AA, tive acesso a este vídeo que todos devem ouvir. É o começo da audição pela Alberta Human Rights Commission, acerca da publicação das diabólicas caricaturas do Profeta Mohamed, a Ezra Levant, editor da revista Canadiana (Western Standard) que as publicou. Ouvi também algumas das respostas, noutros vídeos. Esta chamou-me a atenção. É ridículo exigir-se seja a quem for que justifique o usofruto da sua liberdade de expressão.
Insultem-me. Ofendam-me. Defenderei o vosso direito a fazê-lo. Reservo-me igualmente o direito a não ouvir/ler, ou a responder à letra.

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Estava a ver que não!

Aaah! The sweet smell of socialism


O socialismo precisa de perfume, precisa. Fede.

Aposto até que o frasco é digno de um epíteto de fazer inveja à perfeição e que o aroma não ficará muito aquém da promessa da embalagem, apesar de capaz de colapsar gargantas pulmões com a sua agressividade. Asfixiante, não duvido.

segunda-feira, janeiro 07, 2008

E a seguir... o que vem a seguir?

"Cidade de Reading pode proibir gangsta rap"

Umas estaladas, um gajo no hospital, e proibe-se um estilo musical.

Talvez a seguir se proibam as relações sexuais. O sexo é fonte de tensão entre competidores, o que pode levar ao confronto físico. A ansiedade causada pela antecipação do acto, ou até pela ausência prolongada de oportunidades para o praticar, pode levar a uma série de condições pouco saudáveis, desde úlceras a anginas de peito. A relação sexual facilita a transmissão de variadas doenças e alguns parasitas e incómodos comensais. O sexo é a razão para a existência do malévolo negócio da prostituição, que por sua vez é fonte de violência e outras actividades ilegais, algumas delas imorais. E não nos esqueçamos da tensão criada aos vizinhos que ouvem, ou até vêem, o casal do lado em pleno acto.

Com os avanços da medicina da reprodução, podemos excluir o sexo das nossas relações interpessoais, tornando o Mundo num local muito mais seguro e higiénico.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

E com orgulho!...?

Alegre defende que papel da esquerda é «inventar soluções»

Não é novidade nenhuma. Mas "inventar soluções" não é papel só da esquerda. Todos quantos acreditam que a sociedade deve ser planeada e que existe um objectivo a atingir, nada mais fazem que dedicar-se à invenção de soluções. Desnecessárias e intrusivas, na sua grande maioria.

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Ditadores de café (literalmente)

O povo outrora oprimido, que urra nas ruas das cidades Portuguesas por direitos e liberdades, admite e até enaltece em frente a um qualquer microfone a supressão do direito à propriedade privada que agora entra em vigor. É que nem passa na cabeça deste povo que cultiva a hipócrisia ver esta questão como algo mais que a batalha entre o fumador e o não-fumador.
O fumador tem o direito a fumar, e pode fazê-lo longe do não-fumador. O não-fumador tem o direito a não fumar e a liberdade de escolher não partilhar um determinado espaço com fumadores. E o proprietário de um determinado estabelecimento que o cliente não é obrigado a frequentar não tem o direito de decidir, livremente, que clientela pretende servir?
E esses ditadores de café, que tão prontamente se insurgem contra as grandes multinacionais e os lucros avultados, que a inveja os faz apelidar de imorais, dão agora alvíssaras a uma lei que beneficia claramente as empresas que vendem os tais sistemas de ventilação. Aplaudem eles uma lei que prejudica o café da esquina, que pratica baixos preços e não tem lucros suficientes para investir nos tais sistemas, em benefício dos grandes e caros restaurantes que têm margem suficiente para isso. Quem perde são os pequeninos, aqueles que os ditadores da hipocrisia dizem querer defender. Esses, os estabelecimentos de bairro, ficam sem escolha.
Estes são, afinal, os verdadeiros valores da Revolução de Abril. É para nosso bem, mesmo que nos prejudique.

Call Girl

Fui ver o filme de António Pedro Vasconcelos "Call Girl", muito publicitado pela promessa de escaldantes cenas com Soraia Chaves. E nesse capítulo, pelo menos, não desilude. O filme vacila num equilíbrio precário entre o erotismo e a pornografia mais soft. Até Nicolau Breyner se despe, para castigo daqueles que pagam o bilhete só com a intenção de ver o corpo despido da menina Chaves.
Erotismo à parte, este filme tem muito de Hollywood. Os diálogos, por exemplo. Havia alturas em que um cinéfilo de alto consumo, como eu, adivinhava a frase seguinte a partir da memória de frases tipo de filmes de acção da grande indústria cinematográfica Americana. Algumas delas nem são frases tipo da nossa língua e fazem mais sentido traduzidas para o Inglês. A personagem masculina principal usa fato e gravata pretos, e completa o figurino tipo Tarantino, com os óculos de sol pretos e o penteado a lembrar "Pulp Fiction" ou "Reservoir Dogs". A única pista que explica esta indumentária está na parede do gabinete onde trabalha: tem um poster do "Reservoir Dogs". António Pedro Vasconcelos até faz uma aparição no filme, mas é tão fugaz e silênciosa que se assemelha mais às de M. Night Shyamalan.
Podem fazer-se muitas críticas a este filme, mas a verdade é que significa um passo em frente para o mundo do cinema em Português da Península. Um passo em favor do cinema de entertenimento.
Pela Soraia. Pelas linhas gerais do argumento. Pela direcção despretensiosa de Vasconcelos. Vale a pena espreitar o filme.