O povo outrora oprimido, que urra nas ruas das cidades Portuguesas por direitos e liberdades, admite e até enaltece em frente a um qualquer microfone a supressão do direito à propriedade privada que agora entra em vigor. É que nem passa na cabeça deste povo que cultiva a hipócrisia ver esta questão como algo mais que a batalha entre o fumador e o não-fumador.
O fumador tem o direito a fumar, e pode fazê-lo longe do não-fumador. O não-fumador tem o direito a não fumar e a liberdade de escolher não partilhar um determinado espaço com fumadores. E o proprietário de um determinado estabelecimento que o cliente não é obrigado a frequentar não tem o direito de decidir, livremente, que clientela pretende servir?
E esses ditadores de café, que tão prontamente se insurgem contra as grandes multinacionais e os lucros avultados, que a inveja os faz apelidar de imorais, dão agora alvíssaras a uma lei que beneficia claramente as empresas que vendem os tais sistemas de ventilação. Aplaudem eles uma lei que prejudica o café da esquina, que pratica baixos preços e não tem lucros suficientes para investir nos tais sistemas, em benefício dos grandes e caros restaurantes que têm margem suficiente para isso. Quem perde são os pequeninos, aqueles que os ditadores da hipocrisia dizem querer defender. Esses, os estabelecimentos de bairro, ficam sem escolha.
Estes são, afinal, os verdadeiros valores da Revolução de Abril. É para nosso bem, mesmo que nos prejudique.
2 comentários:
Pois! Vem ai um negócio para os ricos...
Quanto à liberdade... não sei, não sei...
Começou pelo tabaco... A seguir o que virá?!
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