Recebi, através de uma mensagem de correio electrónico, uma ligação para a campanha Light a Million Candles (acho que é este o nome, pelo menos). Acende-se uma vela virtual por assinatura, e pretende-se combater a pornografia infantil na rede. Confesso que me precipitei de imediato, antes de sequer seguir o link, para a ideia de que o manifesto pretendia a censura das páginas que divulguem aquele tipo de pornografia. Bastou-me abrir a página e ler o manifesto para me aperceber do meu erro.
O que os autores do manifesto pretendem é combater a viabilidade económica da pornografia infantil. E existem muitas maneiras de o fazer, sendo que a minha favorita é a ilegalização da pedofilia e daquela pornografia em todos os buracos que este mundo tem. É óbvio que é difícil erradicar de vez com esta doença e o mercado que dela se alimenta, mas pode-se baixar os números, acho eu. É impossível curar o Mundo de todas as suas doenças, mas é possível controlar algumas.
Mesmo assim não consigo deixar de ter muitas reservas em relação à possibilidade de censura das páginas electrónicas. É uma censura que só me incomoda por ser censura, já que a ideia de de tais actividades ocorrerem me enoja e enraivece. Mas permitir qualquer tipo de censura oficial do Estado abrirá sempre as portas ao nível seguinte controle oficial.
Além disso, censurar os sites é acabar só com a face visível do monstro. É como virar as costas às vítimas. Não acaba com a pedofilia nem com os roteiros turísticos específicos, nem evita que circule pornografia infantil noutro ipo de suporte. Diminuirá receitas, acredito, mas não evita que crianças continuem a ser feitas vítimas desses energúmenos.
Não estou, de forma alguma, a defender a existência de sites de pornografia infantil. Só acho que há outras maneiras de os combater.
Sugestão: existem outros tipos de censura, que não a Estatal.
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