Suponho que se Lula tivesse perdido, o povo brasileiro seria estúpido e mal informado. Este discurso faz-me lembrar outros, que soam a fado, de certos partidos portugueses que não compreendem como é que o Zé Povinho não se rende à evidência da superioridade moral da sua doutrina, que só quer o bem do colectivo.
Strix aluco é uma coruja. É uma ave nocturna (como eu) que se esconde nas ramagens das árvores à espera que passe um rato, por exemplo, para levantar num vôo silêncioso de encontro àquela presa. É isso que eu espero fazer com este blog: ficar silencioso e atento, até ver algum rato que mereça ser apertado nas garras do meu teclado; se não, ficarei contente em compôr simples textos que muito me agradam escrever, voando pelo simples prazer de o fazer, nem sempre silencioso.
segunda-feira, outubro 30, 2006
domingo, outubro 29, 2006
Coitadinhos. Vítimas da sociedade...!
O título é, obviamente, irónico. É só para lembrar que há quem condene este tipo de coisas com um mas no fim.
Não há mas para estes idiotas, nem há mas para seja que terrorismo for.
pssssst!
Não há mas para estes idiotas, nem há mas para seja que terrorismo for.
pssssst!
quinta-feira, outubro 26, 2006
Ofensores e ofendidos
Terça-feira passada fui a uma festa na Students Union aqui da Universidade. Era uma festa inspirada na Bier Fest alemã. Claro que quem me levou lá foram os alemães com quem vou tendo alguns laços de proto-amizade, mas depressa se arrependeram.
A prometida cerveja alemã não passava das leves pils que se compram em qualquer supermercado. Uma boa weissbier, por exemplo, nem vê-la... E a banda que lá foi tocar não era germânica. Eram uns seis britânicos que sabiam um pouco de alemão e que cantavam músicas do folclore bávaro, irlandês, britânico, e até cantaram "Delilah" de Tom Jones (o homem nasceu numa das principais ruas de Pontypridd, e eles não se calam com isso...). Os meus acompanhantes não gostam muito de folclore bávaro, e declaram-se embarassados.
As coisas pioraram quando, por volta das onze (hora a que deixaram de servir!!), os britânicos presentes, de fraca constituição para a cerveja, pelos vistos, começaram a mostrar a sua infantilidade alcoolizada: de cada vez que o anafado vocalista cantava em alemão, desatavam a marchar de braço direito levantado, imitando a saudação do Império Romano, e colocando dois dedos acima do lábio superior numa clara alusão ao ridículo bigode de Hitler. Os alemães presentes, ofendidos, abanavam a cabeça.
Má educação britânica, dirá qualquer pessoa minimamente educada, mas a indignação dos germânicos também me parceu desproporcionada. Se os bêbados queriam provocar, conseguiram-no: ganharam.
Fui falando com os alemães que acompanhava, e percebi que o problema deles era vergonha por aquele bocado escuro da sua História. Porquê? Que culpa têm eles? Nenhum deles era vivo! E a conversa revelou consequências deste condicionamento: a alemã do grupo defendia a proibição dos grupos Neo-Nazis que concorrem nas eleições do país dela. De tanto medo do que os outros pensam dela, por causa de acontecimentos muito anteriores à vida dela, pela nacionalidade dela, ela defende uma democracia aleijada (como a Portuguesa). Ela admitia que era pouco democrático da parte dela, mas qu tinha medo que eles voltassem ao poder.
Que vote! Vote contra eles! Faça campanha contra eles, mas não os proíba de dizerem a asneirada que quiserem.
domingo, outubro 22, 2006
Disse, sim senhor.
Li agora no DD que "Sócrates refuta acusação de ter quebrado promessa das SCUT", e "Garantiu que «sempre disse» e que «está no programa do Governo», que as SCUT se mantêm enquanto as regiões atravessadas tiverem níveis de desenvolvimento muito abaixo da média nacional e enquanto não houver alternativas àquelas vias."
É verdade. Eu lembro-me desta ladaínha. Posso defender o princípio do utilizador-pagador, seja com que almofadas sociais for. Posso não concordar que se pague um equipamento que não se usa através dos impostos, mas Sócrates, neste caso, não está a mentir.
quinta-feira, outubro 19, 2006
Recolha de opiniões
Tenho que fazer, para uma cadeira do meu curso, um ensaio que foque o uso de computadores e/ou da internet, especialmente no universo da escrita criativa. O tema por mim escolhido é a liberdade de expressão na internet.
Preciso, para isto, que quem leia este post me ajude dando a sua opinião. Deve a internet ser regulada de forma a censurar certos conteúdos? Porquê?
terça-feira, outubro 17, 2006
Motivos de sobra para preocupação
"Anatoli Veronin, director financeiro da agência noticiosa russa Itar Tass foi encontrado morto na sua casa de Moscovo, divulgou hoje a Reuters, citando a Itar Tass. Esta é a segunda morte violenta na comunicação social russa após o assassinato da jornalista Irina Politkovskaya a 7 de Outubro". Prefiro evitar comentários, ou não me vá aparecer um ladrão de pronúncia russa e de fato e gravata, com a intenção de me aliviar do peso da caneta, que me apunhala acidentalmente com um picador de gelo, em cheio entre as primeiras vértebras cervicais.
Não sei como nem porquê
"Despenalização vai «reduzir o número de abortos», diz Sócrates". Nada mais posso fazer senão acreditar nas boas intenções do nosso Primeiro-Ministro, verdade insofismável... Não é?...
domingo, outubro 15, 2006
FAQ
Aconselho vivamente o post de João Miranda no Blasfémias, "FAQ para ajudar a esquerda a perceber o liberalismo".
Obrigado ao AA pelo uso do indicador neste caso ;).
quinta-feira, outubro 12, 2006
Opiniões proibidas
Fascismo e ditadura, vêem-se nestas atitudes:
"Os deputados franceses adotaram hoje um projecto de lei que prevê um ano de prisão para quem negar o genocídio arménio pelos otomanos na Guerra Mundial I, uma iniciativa que causou irritação na Turquia e advertências sobre eventuais represálias económicas." in Diário Digital, 12-10-2006
Continuando com os franceses, e sobre esta questão, achei por bem ir buscar esta citação frequentemente atribuida a Voltaire mas, parece, que foi usada anteriormente por Evelyn Beatrice Hall:
"I disapprove of what you say, but I will defend to the death your right to say it"
terça-feira, outubro 10, 2006
Condicionamento
Sempre soube que os revolucionários de Abril, nas suas sessões de esclarecimento sobre democracia, mais não pretendiam senão levar a mente do povo ao rio, e lavar os piolhos não comunistas. Mas o JCS, autor do Lóbi do Chá, lembra uma pequena pérola que já tinha visto há uns anos atrás, ilustrando a desfaçatez revolucionária.
Sei, de fonte segura, que isto se passava em quase todas as sessões de esclarecimento. Talvez seja por isso que, ainda hoje, é difícil ao povo Português entender que a liberdade é um direito da condição humana, e não um previlégio concedido pelo colectivo, ou seja, pelo Estado.
domingo, outubro 08, 2006
Todo o cuidado é pouco
Num período em que todos se parecem render à correcção política com medo de um ou outro maluco com bombas à cintura, é preciso ter em atenção as pequenas coisas que podem ofender os extremistas que se dizem religiosos, adeptos da fé islâmica. É por isso que aqui aponto uma chamada de atenção do Aves Raras.
sábado, outubro 07, 2006
Solidariedade: Pergunta inocente
Quem acha que solidariedade é aceitar, sem esboçar reacção, que o colectivo (leia-se Estado) meta a mão no seu bolso, sem sequer discriminar as aplicações do seu donativo forçado, levante a mão.
quinta-feira, outubro 05, 2006
É um começo. Um bom começo. Mas...
António Pedro Vasconcelos, realizador de cinema conhecido também por outras razões, alimenta um blogue no novo semanário Sol.
Tem um únco post, já com algumas semanas, mas é uma leitura que aconselho a quem defende uma cultura subsídio-dependente, protegida do "mau gosto" de quem realmente a subsidia. Lembro que o próprio A.P. Vasconcelos é um homem da cultura. De uma área da cultura, até, que em Portugal pouco ou nada sobrevive sem o produto dos impostos nacionais.
A política da cultura, num país inculto, não deve privilegiar o apoio directo aos criadores, mas sim a criação de condições para que eles encontrem um mercado para as suas obras. A prioridade não deve ser o subsídio aos artistas, mas a criação de públicos: o que nos falta são leitores, ouvintes e espectadores. E isso não é tarefa do MC, mas de outros dois Ministérios: o da Educação e o das Comunicações, que tutelam, respectivamente, esses dois instrumentos decisivos para a cultura de um país, que são as escolas e a televisão." in Das duas, uma, por APedroVasconcelos, no Sol (o negrito é meu, e já lá vou)
Só a frase que assinalei com o negrito me suscita algumas dúvidas. Que não é tarefa de um MC, que na minha modesta opinião até nem devia existir, não duvido. Mas pedir intervenção estatal na educação ou nas televisões, é sempre perigoso.
A educação deve ser independente do Estado, não só porque acredito que a própria seria melhor, mas também porque acredito que as imposições estatais no ensino redundam em programas de condicionamento social. Hoje temos jovens adultos que entram na Universidade sem saber sequer usar a língua materna correctamente, mas sabem de cor e salteado a cartilha do politicamente correcto, pouco ou nada duvidando da bondade do sistema.
Por outro lado, não duvido que as estações estatais podem, e devem, divulgar a cultura nacional (acredito que o fazem, sinceramente. Pode não ser a meu gosto, mas fazem-no). Mas APedroVasconcelos não discrimina o público do privado, espero que por distracção. É que se o Estado começa a impôr linhas de programação aos privados (como as quotas para a música portuguesa na rádio), abre as portas da censura. Em pequena escala, é certo, mas não deixa de ser censura.
Já agora, para quem tem ou teve a curiosidade de abrir os links que aqui coloquei, aprecie-se a "elevação" do debate imposta pela única pessoa a comentar aquele post... E a discussão que se lixe, não é?
Teaser
Tenho escrito pouco por estas bandas. Tenho escrito pouco em português. Queria escrever sobre muitas coisas, sobre a minha experiência inicial, ou sobre a minha condição por estas bandas, mas preferi evitar esse tipo de post. Corria o risco de tornar este blogue em algo mais intimista, algo que não desejo.
O melhor que posso fazer, nesta altura, é dar-vos conta das diferenças que encontrei no ensino superior do Reino Unido em relação à minha experiência em Portugal. Mas sobre isso falarei noutra ocasião, quando tiver mais fundamentos para fazer a comparação.
segunda-feira, outubro 02, 2006
Primeiro dia de aulas
Subscrever:
Mensagens (Atom)