Num outro dia, em amena discussão sobre o Iraque com um egípcio quarentão (deduzo eu), eu ia defendendo que os EUA deviam ficar lá, ao menos para resolver a questão e acabarem aquilo que começaram. O Sam (foi como ele se apresentou) pergunta-me logo: “Why? How?”. Como não sei responder, fugi da segunda pergunta e lá fui respondendo que se os EUA lá quiseram ir, fosse por que razão fosse, e mexer no caldo, ao menos que acabem a receita para evitar a guerra civil no Iraque. Mais uma vez: “Why?”. E lá explicou o Sam que se podia deixar a guerra civil acontecer, que durasse o tempo que durasse, no fim a solução apareceria de dentro, dos próprios iraquianos.
A conversa foi interrompida por aí, e eu fiquei a matutar no que me tinha dito o egípcio. Parece frio, se calhar cruel, dizer-se “que se matem e se arranjem por si”. A verdade é que me lembrei de ter dito o mesmo acerca do conflito israelo-palestiniano, e senti-me mal por me deixar apanhar em contradição tão facilmente.
E, pensando bem, impor uma solução nossa aos iraquianos parece-me, à primeira vista, pouco liberal da minha parte, que estou sempre a refilar para que não me imponham costumes e juízos alheios, que me deixem livre para errar e outras coisas no género.
Às vezes deixamo-nos embrenhar de tal forma nas nossas ideias, que nos esquecemos de as verificar e testar, contra outras que defendemos, antes de as expormos.
Espero ter alguma ajuda no teste desta ideia...