Pepe Reina, guarda-redes do Liverpool e companheiro de aquecimento de Iker Casillas na selecção espanhola, é acusado de racismo (pelos ingleses, quem mais?) por participar num spot publicitário de uma seguradora espanhola, onde Reina visita uma tribo sabe-se de proveniência dúbia, quase todos de fenótipo sub-sahariano, em que não percebe o que é dito e o tradutor se escusa a traduzir enquanto faz uma careta esquisita. Logo de seguida, enquanto lhe colocam uma coroa de flores na cabeça, é empurrado por uma tribo em festa tribo na direcção do rei, de fenótipo caucasiano escurecido à pincelada cosmética e de intenções suspeitas, enquanto Reina declara (com um pequeno toque musical) sentir-se seguro. Não vejo nada de mal nisto.
Entretanto, vendo esta série de filmes publicitários completa, deduzo que os súbditos de Elisabeth II — e outros quantos concordem com eles — achem que Pepe Reina tem algo contra montes de músculo de sobrancelhas espessas que possuem motociclos, ou contra pessoas que saltam de um avião, em tandem com ele, sem experiência de salto e voz de falsete, ou contra condutores de autocarro com acentuada deficiência visual que põem a mãe, com igual deficiência, a conduzir o autocarro em que seguimos para lhe pedir um autógrafo.
O homem não tem correcção política nenhuma, pelos vistos. Um verdadeiro pulha.