sábado, fevereiro 28, 2009

Segurança a três tempos (capítulo 2º)

(continuação) (começa aqui)


Passo a contar-vos:
Tudo começa no balcão de check-in do aeroporto de Bristol. Entreguei o meu passaporte para que a menina, branca, loura e roliça como uma Britânica tende a ser, encontrasse a minha reserva e verificasse a minha identidade. Encontrada a reserva, ela anuncia-me que vou ter de pagar pela peça de bagagem que acabara de declarar que queria mandar para o porão, já que na minha reserva não havia registo de eu ter pago tal serviço. Fui assertivo na minha garantia de que o tinha feito, ao que ela me pediu que provasse o dito pagamento. Só tinha uma coisa a fazer: ligar o meu Mac e mostrar-lhe o ficheiro PDF da reserva, onde o pagamento em causa vinha registado. Só depois de abrir o ficheiro se tornou evidente que a coisa não seria fácil. Eu tinha efectuado a reserva na minha língua materna, pelo que a simpática menina, conhecendo apenas linguagem de Shakespeare e J.K. Rowling, não podia entender muito mais que a imagem de bagagem e o dígito 1 ao lado. Isto confundiu a loura cabecinha. Por sorte (ou talvez não), a menina que atendia no balcão contíguo era do país das touradas e tomatadas. Demorou algum tempo até perceber que o "O" que estava por baixo do tal símbolo de bagagem (acompanhado de um número um, volto a lembrar) não era um zero, mas o equivalente ao "El" na língua da família Iglesias. "O passageiro" era o que se lia. Chegou ao ponto em que as duas, simpáticas e solícitas que eram, lá me permitiram embarcar a malinha sem pagar mais um pence. Um favor, fiquei com a impressão.


(continua)

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