Olhei para o lado. À distância de um pequeno movimento do antebraço espalhei um punhado de rebuçados embrulhados a vermelho. Atirei, à falta de outras vontades, a mão sobre os doces e tirei um dos enfeitados pedaços de açúcar. Para descansar a cabeça e contentar o espírito, digamos.
A ansiedade tomou conta do meu cérebro, que se escusou a controlar os movimentos das minhas mãos. Em piloto automático, a direita aperta o papel e a esquerda liberta o tesouro branco do embrulho enfeitado, deitando-o ao lixo, enquanto a mão direita se satisfez em segurar a inócua folha vermelho-tranparente, enfeitada nas pontas com bolas brancas de diferentes tamanhos e um gordo boneco de neve no meio que me goza de sorriso aberto.
Foi assim que me apercebi de que estou cansado.
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