Acabei de ver o Jornal da Tarde da RTP via internet. Duas notícias fizeram este amante da individualidade tremer de medo.
Foi constituida uma comissão para estudar a possibilidade de regular as varandas nacionais para evitar que as crianças caiam destas abaixo. Isto implica duas coisas, pelo menos. A desresponsabilização daqueles sobre quem seria natural que caísse tal responsabilidade e a cada vez maior certeza de que o nobre e sapiente Estado é dono das crianças do país.
A DECO pede regulamentação mais restrita ao marketing da alimentação açucarada ou salgada ou gordurosa ou qualquer outra coisa que faça mal ao filho do Estado. Dizem eles que estes oferecem brindes e outras coisas, tornando difícil à criança resistir. Não sabia é que é a criança a decidir o que se compra lá em casa. Pelos vistos, as crianças Portuguesas têm mais poder de compra do que eu pensava.
5 comentários:
Apesar de com um ano e pouco eu ter andado a passear do lado de fora de uma grande de varanda, e de bem saber que um acidente é muito fácil de acontecer, concordo consigo quanto ao primeiro ponto.
Já quanto ao segundo, não estou tão de acordo. Um pai não pode de todo evitar que o filho seja bombardeado com este tipo de publicidade. Sempre achei que as crianças são "alvos fáceis" dos marketeers.
Concordo que as crianças são um alvo fácil desses senhores, mas a questão que eu coloco não está na vulnerabilidade dos miúdos, mas na responsabilidade que os seua progenitores têm ou deixam de ter em relação ao controlo sobre os hábitos alimentares dos seus tutorandos. Uma criança não tem dinheiro próprio, logo, quem compra ou deixa de comprar são os pais.
Gonçalinho, compreendo e aceito o seu ponto de vista. Quanto às varandas, acho que o Estado está a substituir-se aos pais, em vez de estar a ajudar os pais.
Pelo meu lado, educar duas crianças é uma experiência de grande humildade (os miúdos não trazem manual de instruções), e alguma ajuda pode ser benvinda. Entendo que como pai tenho que encontrar um equilíbrio entre a necessidade dar educação e de ajudar à formação da personalidade dos meus filhos, por outro quero que se sintam felizes e integrados no seu círculo de colegas e amigos.
Em última análise, claro, a responsabilidade é dos pais mas note que hoje uma criança "normal" tem dinheiro próprio, telemóvel e leitor de MP3.
Eu nunca tive. É verdade que fui criança nos 80's, mas desconfio que mesmo hoje não teria direito a telemóvel antes dos 16 anos.
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