Todos nós, como indivíduos que somos, temos um código de conduta pessoal e único. Este código de conduta desenvolve-se independentemente dentro de cada um de nós. Depende da nossa vivência desde o nascimento e que, apesar de influenciada pelo meio social que nos acolhe, tem sempre a haver com a forma muito pessoal e única como entendemos e absorvemos essa vivência. A esse código de conduta chamamos de moral. Por mais que as religiões ou outros tipos de instituições moralizadoras tentem, a uniformização dos códigos de conduta é uma tarefa impossível.
Sendo assim, só parecem existir duas formas de lidar com tamanha diversidade de moralidades e de condutas, que são absolutamente incompatíveis. A desmoralização do indivíduo, eliminando todos os diferentes códigos de conduta, que se substitui pela uniformizada moral da lei, aplicada à força a todos quantos lhe resistam. Esta solução tem um grave defeito: quem escolhe que regras morais adoptar? Serão sempre pessoas que se regem por morais diversas, e por mais que se recorra ao voto, haverá sempre alguém que não concorda. Que fazer com esse indivíduo dissonante? Podemos sempre usar a força, essa forma de debate democrático tão em voga no século da revolução do proletariado. Ou o reaccionário capitula, ou desaparece.
A alternativa contrária é não fazer nada. Não é necessário termos todos a mesma grelha moral para que nos possamos dar todos bem. Basta que ninguém esteja em posição de impôr a sua moral, e que se salvaguarde o direito do indivíduo a usufruir da sua própria vida. Assim cada um de nós escolhe de que maneira se relaciona com o seu vizinho e com a sociedade em geral. Talvez assim, como um bocado de barro que ganha uma forma mais esférica à medida que rebola por uma rampa abaixo, as diferentes morais tendam para a uniformização, sem nunca a atingir nem a pretender.
Quer-se respeito, nada mais. A lei só traz obrigação.
1 comentário:
muito bem...
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