Todas as ideologias socialistas, sejam elas extremas ou moderadas, advogam igualdades e direitos e apregoam tudo e mais alguma coisa em nome de uma causa superior. Alguns até admitem matar em nome dessa causa maior, em nome da revolução que vai solucionar todos os males do mundo. Mas deturpam os conceitos de igualdade e de direitos, e usam a lenga-lenga da causa superior como reza ou bengala de fé.
Defendem, cobertos de boas intenções, que igualdade é prensar a individualidade, aquilo que nos distingue uns dos outros, dentro da mesma forma, para que ninguém possua nada a mais que o próximo. Mesmo contra a Natureza, que nos fez em moldes individuais. Apaga-se a ambição. Abafam-se os sonhos que não tenham génese na ideologia colectivista. Mata-se a alma. No fundo, prejudicam-se uns em nome da causa superior, para que a utopia de uma Humanidade sem diferenças de riqueza possa emergir sobre as carcaças dos espíritos-livres e empreendedores. A isso, eu não chamo igualdade.
Compreendem, esses bem-intencionados Robin dos Bosques, que direitos são obrigações. Se não de uns, dos outros. O direito à educação, por exemplo, em vez de significar que ninguém pode ser privado de aprender, é tranformado na obrigatoriedade de todos serem institucionalizados. O direito ao aborto, por outro lado, em vez de significar que se aborte de livre e espontânea vontade sem represálias, é tranformado na violência de fazer pagar o aborto quem, afinal, é moralmente contra.
O argumento da causa superior é, a meu ver, a maior prova da falta de argumentação lógica e natural por parte dos partidários das ideologias colectivistas. Sempre uma justificação se impõe, lá aparece a causa superior como um martelo de fé. Porque é de fé que se trata. No fundo, socialismo não passa de uma religião racionalizada, cujos messias agitam as massas contra o indivíduo que se confessa herege.
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